O Brasil foi responsável em 2001 por 2,5% da produção mundial da carne suína, o que representou 2.216 milhões de toneladas. Isso faz do Brasil o quarto maior produtor mundial, logo abaixo da China, da União Européia e dos Estados Unidos.Essa produção é praticada, com maior ou menor intensidade, em todos os Estados, porém 49,7% está concentrada na Região Sul. A produtividade da suinocultura brasileira varia, dependendo da região e do tipo de produção, chegando a alcançar, como no caso de Santa Catarina um desfrute de 170%, comparável ao obtido por alguns dos melhores países produtores.

Na exportação, o crescimento tem sido constante, principalmente nos últimos três anos (1999 a 2001), quando as vendas para o mercado externo cresceram de 4,74% para 11,96% da produção total. Atualmente, com a abertura de novos mercados, aumentos ainda mais significativos podem ocorrer. No mercado interno, o consumo per capita deverá ultrapassar os atuais 12kg/habitante/ano, o que deverá aquecer a demanda pela produção de carne suína.

"Essa produção, no entanto, - explica o pesquisador  Jerônimo Fávero, da Embrapa Suínos e Aves (Concórdia, SC), unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento - precisa atender às exigências do mercado consumidor e da própria sociedade, que defendem uma produção sustentável em contraposição à visão essencialmente produtivista que ainda permanece".

Considerando a necessidade atual e essencial de buscar a produção de uma carne com padrão constante de qualidade, que possa ser rastreada, que seja segura do ponto de vista alimentar e que atenda às expectativas do consumidor, a Embrapa Suínos e Aves está lançando a Circular Técnica de número 39/2003 - Boas Práticas Agropecuárias na Produção de Suínos - ,dando ênfase à busca de uma produtividade que torne a exploração de suínos economicamente viável, sem se descuidar da preservação do ambiente e da justiça social.

As Boas Prática Agropecuárias (BPAs), segundo Fávero, melhoram a execução das práticas preconizadas nos sistemas convencionais de produção, desde a escolha da área até a comercialização, privilegiando os aspectos relacionados à saúde, ao bem-estar e à segurança do trabalhador. Visam, portanto, à obtenção de produtos saudáveis, à conservação do meio ambiente, e à agregação de valor ao produto e são recomendadas tanto para os pequenos quanto para os médios e grandes produtores. Ainda servem de base para outros programas de fomento à melhoria da qualidade do produto e para a implantação de programas de incentivo à certificação agropecuária por meio de diversos protocolos com reconhecimento internacional.

Pelo fato de contemplar todas as etapas da produção, as BPAs beneficiam os sistemas de produção de suínos de ciclo completo em atividade, podem ser utilizadas na orientação de ampliação ou de implantação de novos sistemas. Além disso, podem ser aplicadas em sistemas de produção que executam somente parte das diferentes etapas de produção de suínos, como a Unidade de Produção de Leitões (UPL) - que produz leitões até a saída da creche, e a Unidade de Terminação - que recebe leitões de uma UPL e executa as fases de crescimento e terminação.

Conforme detalha o pesquisador, essas BPAs não se aplicam ao Sistema de Suínos Criados ao Ar Livre ( Siscal) que,  pelas suas particularidades, precisa ser implantado com o apoio técnico de técnicos especializados.

Para os sistemas de produção com mais de 200 matrizes, recomenda-se a assistência técnica e o monitoramento constante que deve ser executado por técnicos especializados, com o uso intensivo de inseminação artificial, produção de ração em larga escala, automação no fornecimento de ração e o uso de controles informatizados mais sofisticados. Fávero também salientou que os processos mais críticos, como a implantação e a manutenção de instalações e equipamentos, o preparo de rações e as orientações de ordem sanitária devem ter o apoio da assistência técnica especializada, garantindo o máximo de produtividade possível.

Essa publicação  estará disponível gratuitamente na página eletrônica da Embrapa Suínos e Aves - www.cnpsa.embrapa.br  -  em publicações/circulares técnicas.

O exemplar impresso custa R$6,20 (seis reais e vinte centavos -publicação e despesas postais) e pode ser solicitado por carta, e-mail, fax (49)442.85.59, mediante a comprovação do depósito bancário do valor referenciado para o Banco 001 -  Banco do Brasil, Agência 4201-3,Governo Brasília, Conta Corrente No.170.500-8, Código Identificador :135.03.0132.030.14-0.

Informações também poderão ser solicitadas pelo endereço eletrônicosac@cnpsa.embrapa.br ou pelo telefone (49)442.85.55-Ramal 355 junto ao Setor de Vendas.

Tania Maria Giacomelli Scolari Embrapa Suínos e Aves Contatos: (49) 442.8555 – ramal 255 - tscolari@cnpsa.embrapa.br