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Pesquisa propõe nova metodologia para planejamento ambiental

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O pesquisador João Vila da Embrapa Informática Agropecuária (Campinas, SP), unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento desenvolveu uma metodologia para aprimorar e facilitar a elaboração de zoneamento ambiental, com o objetivo de auxiliar a execução de planejamentos ambientais.

A pesquisa também resultou no mapeamento fotográfico da bacia hidrográfica do Rio Taquari, que revela as principais atividades de impacto ambiental na região. Atividade humana provoca alterações na paisagem do rio: voçoroca e assoreamento no alto Taquari (acima) e áreas alagadas na planície pantaneira (abaixo, à direita)

A bacia hidrográfica do alto Rio Taquari, uma região de 28.046 km2 localizada nos estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, já tem 62% de área desmatada, conforme comprovam dados públicos de pesquisa coletados até 2000. Para entender como a ação do homem interfere na bacia e como os efeitos dessa interferência podem ser reduzidos, uma equipe multidisciplinar de pesquisadores desenvolveu, nos últimos cinco anos, um projeto de pesquisa com enfoque integrado sobre o meio ambiente.

A pesquisa resultou na tese de doutorado "Análise multivariada em zoneamento para planejamento ambiental; estudo de caso: bacia hidrográfica do alto rio Taquari MS/MT", defendida em dezembro de 2003 pelo pesquisador João Vila da Embrapa Informática Agropecuária. Esta foi a 100ª tese da Faculdade de Engenharia Agrícola da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e teve a orientação da professora Rozely Ferreira dos Santos.

Vila desenvolveu uma metodologia para aprimorar e facilitar a elaboração de zoneamento ambiental, baseada em critérios estatísticos, com o objetivo de auxiliar a execução de planejamentos ambientais. Os indicadores utilizados na análise foram caracterizados quanto a pressão exercida sobre a bacia, ou seja o impacto recebido, o estado em que ela se encontra (assoreada, desmatada etc.) e a resposta dada pela sociedade para a solução do problema, tais como legislação e fiscalização adequada, práticas conservacionistas etc.

Rio Taquari sofre com interferência do homem - O "Mapeamento fotográfico da bacia hidrográfica do Rio Taquari", estruturado na forma de multimídia, destaca-se como outro resultado importante da pesquisa. Neste trabalho, a equipe organizou 320 fotos sobre a bacia, incluindo a parte alta e a parte baixa, inclusive recuperando fotos de projetos anteriores. As imagens representam os principais ambientes, as atividades humanas e os impactos ocorridos na região. Entre os ambientes, encontram-se os rios, áreas úmidas, áreas alagadas e vegetação típica (cerrado, cerradão, campo etc.). As principais atividades humanas da região são construção de estradas, agricultura e pecuária extensiva sobre pasto plantado. Entre os impactos, verificam-se desmatamento, erosão, assoreamento e inundação, que interferem no ecossistema.

Com imagens de satélite, dados obtidos em campo e dados das Secretarias Estaduais de Planejamento e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Vila traçou um perfil socioeconômico-ambiental da área, apresentado em 37 mapas de indicadores ambientais e 15 mapas de análise integrada, além de tabelas e gráficos explicativos. Verifica-se, dentre outros, a evolução da pecuária, desenvolvida em 82% dos estabelecimentos da região, nas últimas três décadas. Índice de desenvolvimento humano e indicadores de cobertura de água canalizada, saneamento básico, moradia, telefone, educação, saúde, energia elétrica, renda da população etc. podem ser verificados pela bacia como um todo e também por município que a compõe.

Além do conhecimento adquirido sobre a bacia hidrográfica do Rio Taquari, a organização da multimídia, expondo as fotos de campo com texto explicativo sobre cada uma delas, mostra ao usuário, de forma clara e simples, a interferência que o homem exerce sobre o ecossistema, servindo como um importante instrumento de educação ambiental, destaca Vila. Esse trabalho pode ser utilizado por escolas, cooperativas, sindicatos e instituições de planejamento ambiental, pesquisa, licenciamento, fiscalização e controle.

A pesquisa foi financiada pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e contou com recursos da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), da Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Ciência e Tecnologia do Estado de Mato Grosso do Sul (FUNDECT) e com a infra-estrutura das parcerias entre a Unicamp e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

Nadir Rodrigues Pereira - MTb/SP 26.948 Embrapa Informática Agropecuária Contatos: ((19) 3789-5747 - nadir@cnptia.embrapa.br  

Tema: Atividades Temáticas\Informática 

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