O acordo de pesquisa e desenvolvimento que o governo brasileiro assinou nesta segunda-feira,19, com a União Européia vai facilitar ações de cooperação na área de pesquisa agropecuária, particularmente as que já vêm sendo desenvolvidas com a França. A avaliação é do pesquisador Elísio Contini, coordenador do Laboratório Virtual (Labex) da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), localizado em Montpellier, França.

"A iniciativa permitirá que grupos de brasileiros em associação a laboratórios europeus elaborem projetos de pesquisa conjuntos que poderão ser financiados pela União Européia", argumenta Contini. O Labex França, criado no início de 2002, tem permitido o contato com escolas e institutos de pesquisa de Montpellier e com a universidade de Wageningen, na Holanda, que juntos representam o foco da pesquisa agrícola tropical na Europa, segundo explica o coordenador.

Em julho último, a Embrapa assinou termo de cooperação com o Centre de Coopération Internationale en Recherche Agronomique pour le Développement (Cirad), uma das organizações que, ao lado do Inra e IRD, integra a Associação Agropolis, anfitrião da Embrapa na França. No acordo foram traçadas as estratégias de atuação conjunta para os próximos seis anos.

O documento define como áreas de atuação prioritárias a biologia avançada e o genoma funcional, o desenvolvimento regional, políticas públicas e gestão dos recursos naturais da Amazônia. Também constam da lista de prioridades: a gestão sustentável da agricultura tropical; a agricultura familiar e o desenvolvimento territorial, bem como as tecnologias agroalimentares, gestão da qualidade e segurança de alimentos. Essas áreas estão contempladas pelo acordo assinado ontem, em Brasília, pelo ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, e o chanceler da Comunidade Européia, Christopher Patten.

"É uma demonstração de que a Embrapa está alinhada com as preocupações do governo brasileiro quanto às relações com a União Européia", ressalta o Diretor-Executivo Gustavo Kauark Chianca. Segundo ele, o acordo veio em boa hora, pois "os recursos disponíveis para as atividades de Ciência e Tecnologia nunca são suficientes para atender a todas as demandas".

Chianca lembra que, em março, a Embrapa dará início a cursos em agricultura familiar ministrados por professores de institutos de pesquisa franceses - como o Inra e o Cirad -, juntamente com docentes de universidades brasileiras, para capacitação de pesquisadores da Empresa e de organizações estaduais de pesquisa agropecuária.

Valéria Costa - MTb 15533/32/59 - SP Assessoria de Comunicação Social - Embrapa Fone: (61) 448.4015 - valeria.costa@embrapa.br