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Rede de pesquisadores auxiliará na prevenção ao mal da vaca louca

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  Uma rede de pesquisadores começa a se formar para subsidiar as estratégias do país para evitar perdas no setor de exportação de carne bovina, que em 2003 deu ao Brasil a primeira colocação no ranking mundial. É como a diretoria da Embrapa se mobiliza para subsidiar ações da empresa e do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento na prevenção à disseminação do mal da vaca louca (encefalopatia espongiforme bovina), doença detectada no rebanho americano em dezembro último.

Uma audioconferência realizada nessa segunda-feira, 5, a partir da sede da empresa, em Brasília/DF, uniu pesquisadores de cinco unidades da empresa no Brasil e dos laboratórios virtuais (Labex) na França e EUA, e ainda técnicos do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento em torno de questões de defesa sanitária dos rebanhos brasileiros

"Além de gerar tecnologia, a Embrapa deve dar subsídios para a formulação de políticas setoriais", justifica a diretora executiva Mariza Luz Barbosa, que coordenou a conferência. Entre os temas debatidos na conferência teve destaque a metodologia para detecção de componentes ou resíduos de origem animal nas rações destinadas a ruminantes. O método foi desenvolvido pela equipe do pesquisador Carlos Bloch Jr., da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, em 2000.

O mal da vaca louca surgiu na Europa, em 1986, devido ao uso de carne, ossos, sangue e vísceras na complementação ou suplementação proteica de ração. A metodologia descrita na patente depositada pela Embrapa, em 2002, utiliza a espectrometria de massa e outros recursos para detectar proteínas de origem animal em rações a venda no mercado.

Método - A Embrapa vê a possibilidade desta tecnologia auxiliar não apenas o Brasil como países do Mercosul, em especial, e até oferecer alternativa para outros países produtores, no monitoramento da qualidade da ração e evitar a contaminação de rebanhos. No Brasil, o uso de proteína animail na fabricação de ração para bovinos está proibido e o risco de desenvolver a vaca louca é pequeno porque o rebanho brasileiro, em sua maioria, se alimenta de pastagens.

Até então os métodos de detecção utilizados em todo o mundo (microscopia óptica, ELISA e PCR) têm limitações quanto à sensibilidade e à precisão dos resultados, o que não ocorre com a metodologia desenvolvida pela Embrapa, que acusa a presença de proteínas de origem animal em até uma parte por bilhão na amostra analisada. O tempo para expedição do laudo é de aproximadamente 72 horas. Foram investidos no desenvolvimento da tecnologia cerca de 300 mil reais.

Segundo a diretoria executiva da Embrapa, o método já foi apresentado à Comissão para Agricultura da Comunidade Européia, que expressou a sua admiração pela qualidade técnica das análises. No momento, aguarda-se o reconhecimento desse teste pelos órgãos competentes de outros países.

Aliada ao rastreamento de animais, a adoção sistemática da metodologia pelos fabricantes de ração e órgãos fiscalizadores, segundo Bloch, conferiria inédita transparência ao processo de produção de carne "ao viabilizar o fornecimento do certificado da origem e do processo de fabricação das rações junto ao mercado consumidor ".

O Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento criou três grupos de trabalho encarregados de elaborar um posicionamento estratégico para o Brasil diante da ocorrência do mal da vaca louca no rebanho de outros países. O pesquisador Kepler Euclides Filho, chefe geral da Embrapa Gado de Corte liderará o grupo responsável pela definição de ações relacionadas à definição de procedimentos voltados à prevenção da encefalopatia espongiforme bovina.

Valéria Costa - MTB 15533/32/59 -SP e Paulo Euler Assessoria de Comunciação Social - Embrapa Fone: (61) 4484015 valeria.costa@embrapa.br  

Tema: Produtos Agropecuários\Pecuária e Pastagens\Gado de Corte\Carne 

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