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Força-tarefa vai combater ferrugem asiática da soja

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  O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Roberto Rodrigues, anunciou ontem (13/01) a criação de uma força-tarefa que terá como objetivo dar aos produtores de soja o máximo de informações detalhadas sobre a detecção, o desenvolvimento e o controle da ferrugem asiática, que nesta safra de 2003/2004 apareceu mais cedo do que o esperado. Como principal medida desse esforço concentrado, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), intensificou o Sistema de Alerta pela internet, criado na safra passada e disponível no site www.cnpso.embrapa.br/alerta , para auxiliar a assistência técnica e os produtores a diagnosticar e controlar a doença.

"A informação é a nossa melhor arma. Somente a identificação precoce da ferrugem permite o controle adequado da doença. O site fornece informações técnicas, numa linguagem acessível, em tempo real. Os usuários podem se cadastrar para receber gratuitamente por e-mail os alertas divulgados", disse o Chefe de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa Soja, João Flávio Veloso. O link do Sistema de Alerta Embrapa também vai estar disponível nos sites do MAPA e demais organizações ligadas ao setor agropecuário brasileiro

O ministro Roberto Rodrigues declarou que a força-tarefa vai permitir que os setores público e privado interajam produzindo e divulgando informações técnicas diárias que serão disponibilizadas no site da Embrapa. "Queremos minimizar os efeitos negativos da ferrugem, reduzindo os custos de controle e ampliando as condições de competitividade do setor", declarou.

Um dos focos do trabalho é evitar que os produtores façam gastos desnecessários, de caráter preventivo, já que o uso de fungicidas não é indicado antes do aparecimento da doença. As Secretarias de Política Agrícola, de Produção e Comercialização, de Defesa Agropecuária e a de Apoio Rural e Cooperativismo, que compõem a estrutura do MAPA, estão envolvidas no trabalho, bem como representantes da Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e outras entidades da cadeia produtiva da soja.

"A expectativa é que sejam definidas e implementas políticas públicas de controle da doença, assim como fortalecidas linhas de pesquisa na área de modo a disponibilizar tecnologias adequadas, como a Embrapa tem feito em relação a outros problemas da produção da soja, colocando à disposição da sociedade variedades resistentes ao 'cancro-da-haste' e 'nematóide de cisto', por exemplo", declarou a Diretora Executiva da Embrapa, Mariza Luz Barbosa.

Na safra passada, as perdas causadas pela ferrugem chegaram a R$ 1,3 bilhão, com uma perda de 3,4 milhões de toneladas na produção. Até agora, a ferrugem asiática foi detectada nas lavouras de soja de Minas Gerais, Goiás, Bahia, Mato Grosso, Paraná, São Paulo, Rondônia, Mato Grosso do Sul, Maranhão e Tocantins.

Doença - A ferrugem asiática é causada pelo fungo Phakopsora pachyrhizi, que provoca desfolha precoce da soja e redução do peso do grão. A doença é disseminada pelo vento e não pela semente. Em casos agressivos, há relatos de perdas de cerca de até 70% da produção. A doença apareceu pela primeira vez no Brasil há três anos e sua identificação na fase inicial ainda é uma dificuldade para técnicos e agricultores.

Os climas mais amenos do final do ano passado e do início desta ano e a ocorrência de chuvas favoreceram o desenvolvimento do fungo. "O cenário ideal para o aparecimento do fungo é uma temperatura noturna de 17º a 21º que permite a formação de orvalho e a folha molhada por mais de 8 horas", explicou o pesquisador da Embrapa Soja, José Tadashi Yorinori.

Segundo o pesquisador, é possível que o fungo já esteja no ar em mais de 90% das lavouras de soja - podendo causar prejuízos de mais de 700 milhões de dólares. A doença atacou as lavouras precocemente este ano porque não houve quebra na seqüência da produção do fungo no campo desde a safra passada. "Após a colheita de uma safra, com muito fungo no ar, nós tivemos a continuidade do plantio na entressafra e antes da colheita, e observamos o plantio da soja antecipada da safra 2003/2004. Assim, é imprescindível que as lavouras sejam acompanhadas freqüentemente, de modo que as aplicações químicas sejam feitas no tempo adequado", disse.

José Tadashi Yorinori estuda a doença desde 1972 na Embrapa Soja - o maior centro de pesquisa do produto na América Latina -, sendo uma autoridade mundial no assunto.

  Flávia Bessa - 4469/014/041 - DF Assessoria de Comunicação Social - ACS Contatos: (61) 448-4039 - falvia.bessa@embrapa.br  

Tema: Produtos Agropecuários\Grãos\Soja 

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