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Seminário discute solarização e seu uso em diversas culturas

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Para a apresentação de características práticas da solarização e discussão da possibilidade do seu uso em diferentes culturas no Brasil, a Embrapa Meio Ambiente (Jaguariúna, SP), unidade de pesquisa da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, realiza com prof. Jaacov Katan da Universidade de Jerusalém, Israel, em 5 de fevereiro de 2004, das 9 às 12h, o seminário Associação de solarização com outros métodos de controle de patógenos do solo.

Jaacov Katan é professor da The Hebrew University of Jerusalem, Faculty of Agricultural, Food and Environmental Quality Sciences, Department of Plant Pathology and Microbiology. Há 40 anos estuda doenças de plantas causadas por microrganismos que habitam o solo, especialmente o seu controle utilizando métodos alternativos.

Seu principal trabalho foi o desenvolvimento da solarização, que consiste no uso da energia solar para o tratamento do solo e eliminação dos microrganismos que causam doenças em plantas.Pelos trabalhos desenvolvidos, o Dr. Katan recebeu diversos prêmios, sendo um dos mais importantes fitopatologistas da atualidade.

A sociedade tem exigido cada vez mais a produção de alimentos sem resíduos de produtos químicos e com menor contaminação do ambiente. Desta forma, os efeitos dos pesticidas sobre os organismos não-alvo, os problemas de contaminação de águas superficiais e subterrâneas, resíduos em alimentos e o surgimento de populações de patógenos resistentes têm incentivado o desenvolvimento de métodos alternativos de controle de doenças.

Os impactos ambientais resultantes da aplicação do controle químico para tratamento de solo podem apresentar diversos problemas, pois para atingir o alvo e se obter um controle adequado, há a necessidade de tratamento de todo o solo a ser explorado pelas raízes.

A solarização consiste na cobertura, com um filme transparente de polietileno, do solo em pré-plantio, preferencialmente úmido, durante a época de maior radiação solar, por um período de até dois meses. O método, desenvolvido em Israel por Katan em 1976, foi baseado em observações realizadas por extensionistas e agricultores no Vale do Rio Jordão, que verificaram o aquecimento do solo quando coberto com plástico.

Raquel Ghini, pesquisadora da Embrapa e coordenadora do seminário, explica que essa técnica é utilizada em inúmeros países, com excelentes resultados. Com a eliminação do brometo de metila, produto químico altamente tóxico, um dos responsáveis pela destruição da camada de ozônio e pela formação de vácuos biológicos, a solarização tem sido adotada intensamente pelos agricultores. Ela lembra que em dezembro de 2004 será cancelado o registro de brometo de metila para o tratamento de solo, em diversos países.

No Brasil, o primeiro artigo científico sobre solarização foi publicado por pesquisadores da Embrapa Meio Ambiente e da Unesp de Botucatu. A vinda do Dr. Jaacov para participar da IV Reunião Brasileira sobre Controle Biológico de Doenças de Plantas, organizada pela Embrapa Meio Ambiente, em outubro de 1991, despertou o interesse de diversos grupos de pesquisadores, esclarece Raquel.

Vantagens e desvantagens - A solarização tem se mostrado viável para diversas culturas, especialmente hortaliças e plantas ornamentais. A energia solar, elevando a temperatura do solo, promove uma alteração na composição da microbiota, sem eliminá-la totalmente, dificultando a reinfestação com patógenos, o que aumenta a durabilidade do tratamento, enfatiza a pesquisadora.

Além disso, é simples e de fácil aplicação. É eficiente no controle de diversos patógenos e plantas invasoras, inclusive para patógenos que não são adequadamente controlados pelos métodos convencionais. Melhora as características físicas e biológicas do solo; promove um maior crescimento de plantas e aumenta a produtividade, conclui Raquel.

Diversas desvantagens limitam a sua maior utilização, como a necessidade de máquinas para a colocação do plástico em áreas extensas, a necessidade do solo permanecer sem cultivo durante o tratamento, as limitações climáticas, a menor eficiência no controle do inóculo localizado em grandes profundidades e o custo proibitivo para algumas culturas menos rentáveis.

A palestra será proferida em inglês. Informações e inscrições (gratuitas) limitadas a 50 participantes sac@cnpma.embrapa,br _ telefone 19.3867.8753

Cristina Tordin Embrapa Meio Ambiente Contatos: (19) 3867.8700 - cris@cnpma.embrapa.br  

Tema: Atividades Temáticas\Meio Ambiente 

Mais informações sobre o tema
Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC)
www.embrapa.br/fale-conosco/sac/