Pesquisadores da Embrapa Rondônia (Porto Velho, RO), Embrapa Soja (Londrina, PR) e da Fundação Centro Oeste (Primavera do Leste, MT) deram início nessa segunda-feira, 16, a uma série de três dias de campo sobre arroz e soja no município de Cerejeiras, localizado a aproximadamente 140 quilômetros de Vilhena, em Rondônia, onde a Unidade da Embrapa no Estado mantém um campo experimental especializado em grãos. Na quarta-feira, 18, Vilhena sedia o segundo dia do evento. Na sexta-feira, 20, Sapezal, no Mato Grosso, encerra a programação.

No primeiro dia, um grupo de 210 pessoas - entre produtores rurais, técnicos e engenheiros agrônomos - foi dividido em três estações com temas específicos: mercado, doenças e pragas da soja, fertilidade do solo e desenvolvimento de novos cultivares da cultura e melhoramento e apresentação de novas variedades de arroz. O sítio Boa Esperança, de propriedade do fazendeiro Anildo Ritter, em Cerejeiras, serviu como cenário para a discussão dos temas. As duas instituições de pesquisa e desenvolvimento mantêm experimentos na propriedade, classificada como modelo entre produtores.

Uma das principais questões discutidas entre técnicos, produtores e pesquisadores foi a chegada da ferrugem asiática à região. Mecanismos de combate, avanço da doença e os altos custos de controle nortearam os rumos das discussões. Para pesquisadores e representantes de empresas químicas existe um consenso quanto à evolução da doença: identificá-la o quanto antes nas lavouras com o auxílio de engenheiros agrônomos. "Se identificada, o método de controle deve ser feito com a aplicação de defensivos químicos em etapas exatas no decorrer do desenvolvimento da planta", explica o coordenador do Programa de Pesquisa de Soja para os Estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Rondônia da Embrapa e da Fundação Centro Oeste, Carlos Eduardo Pulcinelli, pesquisador da Embrapa Soja.  

Outra vertente nas pesquisas que pode tornar a cultura resistente à doença - o melhoramento genético - é, na visão do pesquisador, uma etapa que ainda precisa de algum tempo para ser concluída. "Na melhor das hipóteses, demoraremos mais quatro anos para apresentar variedades resistentes", diz Pulcinelli. Por outro lado, no mesmo sentido em que a cultura de grãos avança na região cone sul de Rondônia, o potencial produtivo foi destacado entre pesquisadores, seguindo o consenso de que as pesquisas devem revelar variedades mais produtivas, geneticamente mais resistentes a pragas e doenças e sintonizadas com os interesses de produtores e consumidores.

Região atrai investimentos - A possibilidade de Vilhena tornar-se um exportador de frango de corte para a região Norte do Brasil e para outros países vizinhos, através da saída para o Oceano Pacífico (atingindo Chile e Peru), também foi apresentada durante o dia de campo. O representante da empresa "Globo Aves", com sede em Cascavel, no Paraná, Airton José Biezus, antecipou que um projeto está sendo desenvolvido com o objetivo de revelar o potencial produtivo de soja e milho da região para atender a uma demanda de abate de até 150 mil frangos/dia. "Vilhena possui um clima específico para a produção de frango de corte e devemos investir na região", conclui Biezus.

Os dois dias de campo que ainda serão realizados (Vilhena, RO, e em Sapezal, MT) irão demonstrar avanços tecnológicos nas duas culturas - soja e arroz - realizados pela Embrapa, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e pela Fundação Centro Oeste.

Mais informações podem ser obtidas junto à assessoria de comunicação social da Embrapa Rondônia pelo e-mail gfviana@cpafro.embrapa.br, pelo telefone (69) 321-2564 ou na Área de Comunicação e Negócios (ACN) da empresa em Porto Velho (RO): BR 364, km 5,5 (sentido Cuiabá).   

Guilherme Ferreira Viana (MTb/MG 06566 JP) Embrapa Rondônia Contatos: (69) 225-9387 - gfviana@cpafro.embrapa.br