01/02/04 |

Órgãos internacionais e Embrapa definem ações de pesquisa para a Amazônia

Informe múltiplos e-mails separados por vírgula.

Pesquisadores das Unidades da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento localizadas na região Norte do Brasil e especialistas de organismos internacionais, envolvendo Bolívia, Colômbia, Equador, Peru e Venezuela, definiram prioridades de pesquisa e desenvolvimento para a Amazônia após três dias de reunião entre os dias 09 e 11 de fevereiro em Manaus (AM).

O portfólio das discussões será apresentado à diretoria da Embrapa em Brasília até maio, que deve ser responsável pelo gerenciamento de parcerias para a obtenção de financiamento para a execução dos projetos. Órgãos como BNDES, Ministério da Ciência e Tecnologia, CNPq, Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), Banco da Amazônia (Basa) e Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa), foram apresentados durante a reunião como potenciais parceiros para a execução das propostas.

Foram definidas cinco grandes possibilidades para alavancar a agricultura familiar na Amazônia e promover o desenvolvimento sustentável na região: manejo florestal, plantio direto sobre a capoeira, mandioca, fruticultura e pecuária. "É a primeira reunião entre uma equipe em rede da Embrapa e órgãos de pesquisa da América Latina para discutir assuntos de interesse para a Amazônia", explica o pesquisador na Área de Fruticultura da Embrapa Rondônia, Adriano Stephan Nascente. Para o chefe geral da Unidade da Empresa em Porto Velho, o pesquisador Newton de Lucena Costa, que abordou o tema "pastagens", o essencial a partir de agora é a obtenção de financiamento para a execução das propostas. Abaixo, veja as principais idéias discutidas por pesquisadores da Embrapa Rondônia, de outras Unidades da Empresa e organismos envolvidos:

Manejo florestal: implantação de projetos de parcelas permanentes (responsáveis pelo monitoramento da dinâmica das florestas), identificação de espécies florestais, avaliação e seleção de espécies propícias para sistemas florestais e agroflorestais, estruturação de manejo comunitário e empresarial, reflorestamento de áreas devastadas e maior controle sobre a indicação de espécies para determinados fins, aproveitando experiências já realizadas.

Plantio direto sobre a capoeira: execução do projeto "Tipitamba", nome indígena que na língua dos índios Tiriyó, do norte do Estado do Pará, quer dizer ex-roça ou capoeira. A proposta defende o manejo da vegetação secundária, substituindo o tradicional processo de derruba e queima na Amazônia pelo corte e trituração da vegetação por meio de um maquinário agrícola denominado "Tritucap". A capoeira triturada serve como fertilizante do solo, diminuindo o capim e a infestação de ervas invasoras.

Mandioca: realização de ensaios nas Unidades da Embrapa envolvidas avaliando germoplasma, práticas de manejo e qualidade do produto para mesa e indústria, onde será avaliado o resultado do seu processamento, como a fécula e a farinha. Estudos de avaliação de germoplasma para obtenção de materiais como fonte de energia alternativa (produção de álcool) também serão realizados.

Fruticultura: Foram priorizadas as culturas do açaí, banana e cupuaçu para a Amazônia, onde se estruturará uma rede de pesquisa realizando o intercâmbio de material genético, desenvolvimento de tecnologias para manejo, colheita, pós-colheita e comercialização, englobando aspectos relativos à tecnologia de alimentos e processamento. O estudo da cadeia produtiva das culturas, desenvolvimento de novas tecnologias (como o aproveitamento do cupuaçu para a fabricação de cosméticos) e a preocupação com a qualidade do produto que chega ao consumidor serão aspectos prioritários. Vale destacar os estudos que serão feitos para introduzir cultivares de banana resistentes à sigatoka negra e com sabor semelhante aos das variedades tradicionais (prata ou nanica).

Pecuária: instalação de ensaios em rede; avaliação de gramíneas em relação à resistência a pragas e doenças, principalmente a cigarrinha-das-pastagens; quantificação das áreas na Amazônia ocupadas por pastagens (degradadas ou não); identificação de causas e mecanismos de degradação; avaliação de alternativas tecnológicas para a recuperação de pastagens degradadas; realização de sistemas silvipastoris e formulação de políticas públicas para o desenvolvimento da pecuária na Amazônia, oficializando sua exploração. A pecuária é hoje uma das mais importantes atividades sócio-econômicas da região e deve provocar menos impacto ao meio ambiente.

Entidades envolvidas:

Brasil: Trinta pesquisadores das seis Unidades da Embrapa localizadas na região Norte do país (Embrapa Roraima, Embrapa Rondônia, Embrapa Amapá, Embrapa Acre, Embrapa Amazônia Oriental - Belém - e Embrapa Amazônia Ocidental - Manaus. Bolívia: Ministerio de Asuntos Campesinos, Indígenas y Agropecuarios (MACIA); Colômbia: Corporación Colombiana de investigación Agropecuaria (CORPOICA); Equador: Instituto Nacional Autónomo de Investigaciones Agropecuarias (INIAP); Peru: Instituto Nacional de Investigación y Tecnología Agraria y Alimentaria (INIA); Venezuela: Instituto Nacional de Investigación y Tecnología Agraria y Alimentaria (INIA).

Mais informações podem ser obtidas junto à assessoria de comunicação social da Embrapa Rondônia pelo e-mail gfviana@cpafro.embrapa.br, pelo telefone (69) 225-9387 ou na Área de Comunicação e Negócios (ACN) da empresa em Porto Velho (RO): BR 364, km 5,5 (sentido Cuiabá).    

Guilherme Ferreira Viana (MTb/MG 06566 JP) Embrapa Rondônia Contatos: (69) 225-9387 - gfviana@cpafro.embrapa.br  

Tema: Ecossistema\Amazônia 

Mais informações sobre o tema
Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC)
www.embrapa.br/fale-conosco/sac/