A ovelha crioula lanada tem desempenhado um importante papel na manutenção do homem no campo, pois se adapta a diferentes condições de clima, solo e vegetação, inclusive em ambientes adversos para a criação de outros ovinos. As vantagens dessa  raça brasileira podem ser comprovadas por vários fatores, que o público paranaense poderá conferir no estande da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, durante a realização do Show Rural Coopavel 2004, de 9 a 13 fevereiro, em Cascavel.

No processo de produção de lã para artesanato e tapeçaria industrial, por exemplo, a ovelha crioula apresenta uma variedade natural de cores e um bom comprimento de mecha. Sua fibra é resistente e áspera ao tato, enquanto que sua pele é comercializada in natura ou curtida. Com o objetivo de resgatar as técnicas tradicionais de processamento da lã crioula, a unidade de Bagé está desenvolvendo junto à comunidade trabalhos em tecelagem em tear primitivo e utilizando as técnicas de tingidura da lã com corantes naturais, que poderão ser vistas nas dinâmicas realizadas no Show Rural, além de oficinas programadas junto a Emater/PR na feira.

Outros fatores positivos da raça é a sua carne por ser bem aceita e ser magra, macia e com sabor diferenciado. Além disso, o animal é bastante rústico, resistindo bem a endoparasitas.

Descendente do carneiro selvagem, do sudoeste asiático, a ovelha crioula teve sua origem no Brasil do século XVII. Ela surgiu do cruzamento entre os rebanhos trazidos pelos padres jesuítas e outras raças importadas a partir da colonização portuguesa. De acordo com a classificação internacional, o rebanho de Ovelha Crioula é considerado como população rara, pois conserva traços dos ovinos primitivos que lhe deram origem.

A Embrapa Pecuária Sul, unidade de pesquisa da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária-Embrapa,  começou o trabalho de conservação e avaliação da raça em 1982,  no Rio Grande do Sul, diante da ameaça de extinção do único grupamento conhecido. Em 2001, o Ministério da Agricultura, Pecuária e do Abastecimento reconheceu a raça ovina Crioula, em função de sua importância econômica e social.

O quê? Ovelha Crioula Lanada Onde? Embrapa Pecuária Sul, Bagé-RS Como? Utilização da pele, carne, lã, leite e chifres do animal Para quem? Criadores de ovinos e pecuaristas familiares

Dados importantes: Concentração da criação nos estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul; 10 mil cabeças de ovinos crioulos no país; Há uma maior demanda de reprodutores do que a oferta; Em dois anos, a fêmea é mãe e avó; Desmame de cordeiros é rápido; Aplicação de 1 vez ao ano de vermífugo; Há 4 variedades: Fronteira, Serrana, Comum e Zebua;

Vantagens: Sobrevivência do animal nos mais diversos ambientes; Resgate da cultura de processamento da lã crioula; Artesanato em lã e outras fibras naturais como atrativo turístico; Baixo investimento inicial; Agregação de valor à qualidade de vida do cidadão; Promoção da agricultura familiar numa visão agroecológica; Ocupação de nichos de mercado em expansão com a apresentação de produtos diferenciados;

Cristiane Betemps - MTb 7418/RS Embrapa Pecuária Sul Contatos: (053) 242-8499 - betemps@cppsul.embrapa.br