O projeto Tipitamba, uma pesquisa que há 13 anos estuda a substituição do uso do fogo no preparo de área para agricultura pelo corte, trituração e incorporação da capoeira no solo, reuniu ontem,em Igarapé-Açu, produtores e pesquisadores da Embrapa Amazônia Oriental (Belém/PA), integrantes do projeto, que apresentaram ao secretário executivo de Agricultura, Francisco Victer, prefeito João Pereira e vereadores, a área de propriedade de pequeno produtor preparada pela nova técnica e a máquina, batizada de Tritucap, que processa a vegetação.

Tatiana Sá, que há cinco meses chefia a Embrapa Amazônia Oriental, unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, e que até recentemente coordenava o grupo de pesquisadores brasileiros, fez uma retrospectiva do projeto ainda na Câmara Municipal de Igarapé-Açu. O projeto Tipitamba, que reúne pesquisadores e estudantes brasileiros e estrangeiros, se propõe a substituir a prática milenar de derrubar-e-queimar, que cientificamente comprovou-se traz uma série de prejuízos, pelo método que envolve corte, trituração e incorporação da vegetação secundária que surge depois da derrubada da floresta. Proposta que está sendo bem aceita por todos os que conhecem o projeto: dos produtores de Igarapé-Açu engajados desde o início como parceiros aos pesquisadores alemães das universidades de Göetting e Bonn, que participam do projeto.

Com o secretário executivo de Agricultura, Francisco Victer não foi diferente. Na comunidade do Rosário, onde todas as etapas e os benefícios da tecnologia de corte e trituração estão implantadas, ele conversou com agricultores familiares e presenciou o corte da capoeira de dentro da cabina do trator onde a máquina Tritucap é acoplada. E mostrou-se impressionado com o que viu. E resumiu: "O projeto Tipitamba reúne a necessidade que nós temos de preservar o nosso solo, entendendo que ele é a fonte de toda a nossa agricultura. Além disso, do ponto de vista de custos da produção agrícola, há a redução do esforço humano e a garantia de produção, levando conseqüentemente bem estar ao homem do campo. O projeto poupa o meio ambiente, assegura a utilização dos recursos naturais por mais tempo e garante uma produção maior. É um projeto completo que reúne a sustentabilidade econômica, ambiental e social".

Francisco Vícter esteve ainda na Fazenda Escola da Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra) e no Projeto de Pscicultura na Comunidade do Cury.

Ruth Rendeiro - DRT 609/ 9985 1229/PA Embrapa Amazônia Oriental Contatos: (91) 622-2012 E-mail: ruth@cpatu.embrapa.br