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Embrapa melhora o arroz de terras altas

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Entre as recentes inovações no melhoramento de arroz, desenvolvidas pela Embrapa Arroz e Feijão (Santo Antônio de Goiás/GO), Unidade vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, estão as cultivares de arroz Talento, Soberana, Primavera, Bonança, Colosso e o arroz Coringa, o mais novo lançamento de arroz para terras altas (sequeiro), cuja semente será fornecida em grande volume na safra de 2005.

Estas variedades de arroz desenvolvidas pela Unidade de Pesquisa de Goiânia são altamente produtivas e com qualidade de grão tão boa quanto à do arroz irrigado, do sul do país.

O arroz de terras altas é cultivado em cerca de 13% dos campos de arroz do mundo, que somam 19,3 milhões de hectares, mas responde por apenas 4 a 5% da produção total.

Cerca de 20% do arroz de sequeiro do mundo é cultivado na América Latina. Os sistemas de produção de arroz de sequeiro latino-americanos são bastante diferentes dos sistemas da Ásia e África estas, mais pobres em recursos. A ênfase principal dos programas de melhoramento de terras altas na América Latina e Caribe é aumentar o potencial de rendimento, a qualidade do grão e a resistência à pragas e doenças.

A cultura de arroz de terras altas concentra-se na Região do Cerrado e, apesar de ocupar cerca de 64% da área cultivada, responde por apenas 39% da produção nacional, em razão da produtividade média mais baixa de 1,8 t/ha. O sistema irrigado, com inundação controlada, ocupa cerca de 34% da área cultivada com arroz e é responsável por aproximadamente 60% da produção nacional.

O arroz de terras altas é cultivado predominantemente não só como uma cultura de abertura, mas também em rotação de culturas; em áreas de pastagens degradadas tem sido comum seu plantio, pois tolera bem solos ácidos, sendo usado como meio de recuperação desses solos.

Aliado à importantes melhorias na qualidade do produto o arroz de terras altas teve uma espetacular recuperação dos seus preços, invertendo uma tendência de desaparecimento como cultura comercial, tornando-se uma importante e lucrativa opção agrícola na região.

Por causa das cultivares de arroz da Embrapa, resultado de um esforço que envolveu várias instituições de pesquisa no Brasil e em todo o mundo, o potencial de produção vem aumentado, introduzido na rotação com outras colheitas anuais.

As novas variedades lançadas pela Embrapa podem ser plantadas em rotação com o feijão, milho, algodão e a soja. O arroz Talento, por exemplo, vem sendo testado em campo desde 1998, em um total de 200 ensaios, envolvendo oito estados brasileiros, com rendimento médio de 3.700 quilos por hectare. Isso significa uma produtividade cerca de 5% a 10% superior a outras variedades da Embrapa, como Primavera, Soberana e Canastra.

"Em lavoura para produção de semente comercial, conduzida sob irrigação via pivô central, o rendimento chega a 6 mil quilos por hectare", afirma o pesquisador da área de melhoramento genético da Embrapa Arroz e Feijão, Emílio da Maia de Castro.

Os principais atributos desta variedade são maior produtividade, melhor arquitetura de planta e resistência à brusone, doença que pode causar perdas de até 100% na produção. A BRS Talento possui ainda grãos agulhinha, classe longo-fino, com cozimento "soltinho". Ou seja, é um produto de boa aceitação pelo mercado e pelo consumidor final. "Estamos com uma expectativa muito favorável com o desempenho deste material", observa Emílio.

Outro exemplo, é a cultivar Primavera que é recomendada para os Estados de Goiás, Tocantins, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Maranhão, Piauí e Rondônia. Tem alta produtividade e excelente qualidade do grão, tanto na aparência como na panela. Após cozimento, seus grãos se apresentam enxutos, soltos e macios, com ótima aparência.

A BRS Colosso consiste na variedade mais produtiva desenvolvida pela Embrapa até o momento, para o sistema de terras altas. Seu plantio é recomendado para todos os estados brasileiros onde se cultiva o arroz de terras altas. Outra novidade é o fato de ser esta, a primeira cultivar de "proveta" produzida no Brasil. Ela foi obtida pela técnica de cultura de anteras (cultivo de grãos de pólen in vitro), que permite ganhar tempo no processo de melhoramento genético.

Esta tão singular novidade em arroz está sendo lançada no Ano Internacional do Arroz (2004), instituído pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), objetivando incrementar a segurança alimentar, minorar a pobreza e preservar o meio ambiente para bilhões de pessoas no mundo, já que o arroz é o alimento básico para mais da metade da população mundial.

A qualidade de grão é outra preocupação relativamente recente dos produtores de arroz de sequeiro brasileiros e está ligada à mudança da preferência do consumidor para grãos longos e finos diferentes do arroz de sequeiro tradicional.

A meta da Embrapa Arroz e Feijão é dar sustentabilidade aos sistemas de produção de arroz de sequeiro atendendo às necessidades tanto dos produtores de grãos, industrias, comerciantes e consumidores. Avanços em pesquisas estratégicas - Pesquisas estratégicas em arroz de sequeiro realizadas pela Embrapa estão contribuindo para aumentar o conhecimento sobre processos que contribuirão para melhorar vez maior da sociedade.

Cultivares mais eficientes na absorção de fósforo e com melhores teores de ferro é um dos principais problemas para a produção de arroz em muitas terras de sequeiro. As pesquisas estão permitindo descobrir cultivares que são mais eficientes na absorção do fósforo do solo.

Aumentar o teor de ferro do arroz também está sendo pesquisado; isso pode ajudar na redução da anemia, um problema que afeta milhões de brasileiros.

Brusone

Técnicas genéticas moleculares estão sendo usadas para desenvolver cultivares resistentes à brusone. As ervas daninhas são outra preocupação dos pesquisadores que buscam desenvolver melhores sistemas de gestão de controle sobre as plantas invasoras.

A pesquisa participativa junto aos produtores é outra proposta que os pesquisadores estão utilizando, pois facilita a transferência de tecnologia de produtor para produtor.Parcerias sobre pesquisa de arroz de sequeiro - Uma única instituição não pode criar e desenvolver toda a pesquisa necessária a um grande ecossistema.

As parcerias com instituições que desempenham papéis principais na pesquisa de arroz de sequeiro, com programas definidos e projetos em execução são muito importante. Por isso, a Embrapa Arroz e Feijão desenvolve vários projetos de pesquisa, com outras instituições do sistema nacional de pesquisa agropecuária para a obtenção de mais e melhores resultados de pesquisa.

Mais informações: Jornalista Hélio Magalhães (MTb 4911/MG) Embrapa Arroz e Feijão Fone: (062) 533-2108 Email: "helio@cnpaf.embrapa.br

 

Tema: Produtos Agropecuários\Grãos\Arroz 

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