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Avanços da pesquisa e transgênicos na abertura do Mundial de Soja

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Os avanços e os desafios da pesquisa da soja, a produção agrícola brasileira, e questões mais delicadas como a polêmica dos transgênicos deram o tom da solenidade de abertura do VII Conferência Mundial de Pesquisa de Soja, da IV Conferência Internacional de Processamento e Utilização de Soja e do III Congresso Brasileiro de Soja; eventos que acontecem simultaneamente em Foz do Iguaçu, Paraná, no Centro de Convenções do Hotel Bourbon. Os eventos promovidos pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, vão até dia 05 de março.

Participaram da cerimônia de abertura, o Ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Roberto Rodrigues, o presidente da Embrapa, Clayton Campanhola, o vice-governador do Paraná, e secretário de agricultura do Estado, Orlando Pessuti, o presidente da Itaipu Binacional, Jorge Samek, o deputado federal Alex Canziani, o pesquisador e presidente da comissão organizadora dos eventos, Flávio Moscardi, além de Sérgio Gabriel, representante da prefeitura de Foz do Iguaçu. O pesquisador e membro da Academia Brasileira de Ciências, Flávio Moscardi, lembrou que esta é a primeira vez que um evento desta magnitude acontece no Brasil. "O País se torna o foco principal da soja no mundo. A pesquisa tem contribuído para o crescimento da produção e produtividade, atendendo a demandas globais. A participação da Embrapa foi fundamental, como coordenador a da pesquisa de soja no Brasil", afirmou. Em 2005, a Embrapa Soja, com sede em Londrina (PR) completa 30 anos, marcada por uma "trajetória de sucesso e grandes contribuições", continuou o pesquisador. Na ocasião, Moscardi também fez o lançamento da cidade de Londrina como a Capital Tecnológica da Soja. Ele também falou sobre os desafios da pesquisa quanto ao combate da ferrugem asiática e na aceleração do desenvolvimento de tecnologia de soja para o consumo humano.

Jorge Samek, presidente da Itaipu Binacional, falou da importância das cooperativas no desenvolvimento da agricultura do Paraná. "Elas têm o papel decisivo na agregação de valor. O Paraná é um exemplo para o mundo de como a agricultura pode melhorar a qualidade de vida", afirmou. "O desenvolvimento da agricultura e da pecuária no Brasil não seria possível sem a contribuição de empresas como a Embrapa". O presidente da Embrapa, Clayton Campanhola, ilustrou o potencial da empresa com números.

"Estima-se que o complexo soja seja responsável por nove milhões de postos de trabalho, sendo que, diretamente na cultura da soja, temos 1,5 milhão de pessoas empregadas", disse. Campanhola ainda afirmou que não se pode desvincular a soja brasileira da Embrapa, das instituições de ensino, da assistência técnica e da extensão rural. Toda a tecnologia desenvolvida não teria o mesmo valor sem a difusão. Os principais cenários estão se desenhando. "É preciso investimento constante na pesquisa, gerando tecnologia que auxilie a toda a produção. Ainda é necessário intensificar o estudo na área de biotecnologia para o ganho de produção, para a soja na alimentação, promover a união do setor público e privado para garantir mais agilidade na pesquisa e transferência de tecnologia e ainda, dar através da pesquisa sustentação na expansão da produção de grãos em áreas frágeis", afirma Campanhola.

Transgênicos - A questão dos transgênicos foi abordada pela primeira vez, durante a solenidade de abertura, pelo vice-governador do Estado e secretário de agricultura, Orlando Pessuti. Depois de falar da possibilidade de o Brasil se tornar o maior produtor mundial da soja e do papel a ser desempenhado no combate à fome e à miséria; da atuação da Embrapa, do Instituto Agronômico do Paraná (Iapar) e das universidades junto ao desenvolvimento da agricultura paranaense, Pessuti reafirmou que é desejo do Governo Estadual que o Paraná seja área livre de transgênicos. "É hora de sermos cautelosos, de agirmos com precaução. O Paraná não é contra a biotecnologia, não é contra a ciência. No nosso entendimento, aquilo que ainda não está claro, que ainda oferece dificuldade de entendimento, merece precaução", disse. Pessuti referiu-se ao fato de o Congresso Brasileiro ainda não ter definido claramente a lei que regulamenta os transgênicos no País.

Último a falar, o ministro Roberto Rodrigues, disse – respondendo do vice-governador e secretário da agricultura – que até o final de abril, o Brasil terá uma lei de biosegurança, que vai dar a linha de conduta para os transgênicos. Para Rodrigues, a soja ainda tem outros desafios. O primeiro, ser refere a logística e estrutura. "Precisamos cuidar da conquista de novos mercados, abrir novas fronteiras com cuidado para não sofrermos a 'crise de abundância', provocada por um excedente de produção. É preciso muito cuidado e luta no modo de se negociação internacional", disso. O ministro ainda criticou a falta de lideranças ligadas à soja nas mesas de negociação. "Não é possível que o Brasil, como um dos maiores produtores, não participe da formação do preço; ficando à mercê do preço estipulado por empresas multinacionais na Bolsa de Chicago", afirmou.

Rodrigues finalizou a sua fala, dizendo que a agricultura é a vocação do Brasil. "O Governo Federal tem que criar condições para que o produtor não seja colhido por fatores estranhos à sua vontade. A agricultura é o maior negócio do País, a nossa âncora verde", disse.

Jornalista: Janaína Ávila Assessoria de Imprensa (45) 529 0123 ramais 783 e 373 e-mail: embrapa_soja@hotmail.com

 

Tema: A Embrapa\Transferência de Tecnologia 

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