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A qualidade cervejeira na pauta da reunião anual de pesquisa de cevada

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  A comunidade científica da cevada discute os principais avanços e entraves da cultura na XXIV Reunião Anual de Pesquisa de Cevada, que acontece dias 13 e 14 de abril, na Embrapa Trigo, em Passo Fundo, RS.. A promoção é da AmBev, Cooperativa Agrária, Kaiser e Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

O Rio Grande do Sul responde por 70% da cevada produzida no país, seguido do Paraná, que produz 27%. O Brasil conta com três maltarias, que consomem a cevada produzida numa área de 150 mil hectares. A maior destas indústrias cervejeiras está instalada na capital gaúcha, Porto Alegre, que transforma cerca de 150 mil toneladas de cevada por ano.

Conforme o melhorista da Embrapa Trigo, Euclydes Minella, a cevada tem múltiplos usos, que variam da maltaria ao café, mas a principal finalidade é a produção de cerveja. "Se a lavoura não atingir a qualidade cervejeira, é destinada para ração", explica Minella, lembrando que a indústria determina padrões de qualidade no tamanho do grão, poder germinativo e teor de proteínas, que incidem diretamente na lavoura.

Na região Sul do país, a cevada concorre com o trigo, coincidindo as épocas de plantio e colheita. Entre as vantagens, está o ciclo mais precoce que o trigo, com plantio programado para maio/junho e colheita prevista para outubro/novembro. "A cevada entra e sai primeiro da lavoura, permitindo antecipar o plantio das culturas de verão", esclarece Minella.

Outro ganho com a cevada está na produtividade, apresentando uma média superior ao trigo, atingindo 2.200 toneladas por hectare, mantendo uma relação muito próxima nos preços de comercialização. "Na cevada cervejeira a produção é toda contratada, desde que atenda aos padrões de qualidade exigidos pela indústria. Isto representa liquidez na produção, ocasionando um melhor planejamento na cultura posterior", argumenta o pesquisador.

Nos últimos seis anos, a cevada manteve a área plantada no Rio Grande do Sul, cobrindo entre 90 a 100 mil hectares. "No ano passado, houve uma queda para 72 mil hectares, mas como o resultado foi uma safra muito boa, a estimativa inicial é de retomar o crescimento neste ano", esclarece Euclydes Minella, ressaltando a tendência da experimentação da cevada em outros estados do país, como na região dos Cerrados, onde a produção no sistema irrigado começa a ganhar espaço.

A Embrapa Trigo iniciou suas ações de pesquisa em cevada no ano de 1976, em suporte ao Plano de Auto-Suficiência em Cevada e Malte (Planacem), implantado pelo Governo Federal. Atualmente, 60% da área plantada no Brasil conta com cultivares da Embrapa, predominando a BRS195. "O trabalho de forma integrada com empresas transformadoras do grão e outras instituições associadas a cadeia produtiva foi determinante para a expansão da produção nacional, que atualmente supre 70% da demanda, em contraponto com os 25% que produzíamos há 15 anos atrás", conclui Minella.

A abertura da XXIV Reunião de Pesquisa de Cevada está prevista para às 9h30min do dia 13, no auditório principal da Embrapa Trigo. Na programação devem ser apresentados resultados de pesquisa, análises da safra passada e indicações técnicas de cultivo. O patrocínio do eventos é da Agrária, Bayer CropScience, Cargill, Kaiser, Fundação Pró-Sementes, Malteria do Vale e Grupo Schincariol

Joseani M. Antunes- MTb 9396/RS Embrapa Trigo Contatos: (54) 311.3444 - joseani@cnpt.embrapa.br  

Tema: Produtos Agropecuários\Grãos 

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