Pesquisa agropecuária para todos os segmentos do agronegócio. Esse foi o mote dos discursos proferidos durante a solenidade de comemoração dos 31 anos da Embrapa, realizada ontem (28/04) no auditório da sede da Empresa. O Diretor-Presidente Clayton Campanhola afirmou que "uma pesquisa que trate das peculiaridades e diferenças e reforce a necessidade de convivência, para o bem da economia e da paz social em nosso país, deve contemplar todos os segmentos de produtores e empreendedores rurais". Segundo ele, "agronegócio e agricultura familiar fazem parte de um mesmo processo da cadeia produtiva".

Após a apresentação de um vídeo institucional sobre a contribuição da pesquisa para o desenvolvimento agropecuário, Campanhola anunciou os números de sucesso da pesquisa em 2003, que confirmam que a riqueza de um país se mede em todos os setores de produção. "A Embrapa teve lucro social de 11,6 bilhões, gerou 185.170 novos empregos criados pela adoção de tecnologias e implantou 365 ações sociais, em parceria com várias instituições de pesquisa. Além disso, disponibilizamos para os produtores rurais 85 novas cultivares, um aumento de 54% em relação ao ano anterior, e licenciamos 463 mil toneladas de sementes da Embrapa, com um crescimento de 25% no número de contratos e de 14% no recurso arrecadado".

O Secretário Executivo do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, José Amauri Dimárzio, destacou a vocação do Brasil para o agronegócio. "Precisamos atentar para o fato de que tanto a agricultura empresarial, já bastante desenvolvida, como a familiar têm grande papel a desempenhar. Dimárzio finalizou sua fala afirmando que a Embrapa é o maior patrimônio que o Brasil. "O futuro do campo está em boas mãos", assegurou.

Segundo o ministro do Desenvolvimento Agrário Miguel Rosseto, o País tem uma chance histórica de se tornar uma grande Nação com oportunidades para todos, tendo a Embrapa grande contribuição nesse processo. "Se a marca da Embrapa são os sucessivos recordes de produção e autonomia tecnológica do país, o que a tornou referência nacional e internacional, hoje a Empresa deve inovar, avançar no processo de pesquisa e incluir estudos que respondam às demandas de milhões de homens e mulheres do campo, que têm enorme vontade de contribuir para a produção nacional, mas que têm carências estruturais de acesso às tecnologias.

Rosseto disse, ainda, que tem convicção de que a Embrapa tem condições de responder exemplarmente a esses novos desafios e dialogar com todas as realidades rurais deste País. "Todos nós, brasileiros, devemos colaborar para o fortalecimento ainda maior da Embrapa e do seu corpo diretivo, que tem uma estratégia verdadeira e sólida de desenvolvimento rural para o nosso Brasil", finalizou.

Representando o Presidente Luís Inácio Lula da Silva, o assessor da Presidência José Francisco Graziano iniciou seu discurso elogiando os números apresentados pelo Diretor Presidente Clayton Campanhola, apesar das restrições orçamentárias comuns a empresas públicas. "Sabemos que a ciência é um processo cumulativo de conhecimento sujeito ao contexto social, político e econômico. A Embrapa tem enfrentado bravamente os desafios impostos desde sua criação. Atualmente, precisa ampliar mais a dimensão social da pesquisa agropecuária. Todos os que vivem da agropecuária confiam nessas ações para a geração de empregos e renda no campo. A Embrapa está no caminho certo", concluiu.

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