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Unaí se destaca como o principal Pólo da cultura feijoeira do Brasil

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Em época de engajamento na campanha de combate a fome no Brasil, a Embrapa Arroz e Feijão (Santo Antônio de Goiás/GO), unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, em conjunto com a Syngenta, fabricante de agroquímicos e a Miac/Colombo, empresa do segmento de maquinário agrícola, não perderam tempo e uniram esforços para apresentar aos produtores novas opções tecnológicas com endereço certo: a lavoura do feijão.

A cultura do feijão passa por um momento formidável, ganhando destaque em função do Programa Fome Zero, do governo federal, que tem justamente no feijão, o carro-chefe do cardápio que pretende erradicar a inanição do país. Dentro destes novos cenários, a Embrapa Arroz e Feijão aproveita o ensejo para reforçar junto ao público suas cultivares de feijão lançadas há algum tempo. Atualmente, a Empresa busca implementar um sistema eficiente de transferência dos resultados de pesquisa do feijão no noroeste de Minas Gerais, região de Unaí/MG, onde se encontram grande número de produtores rurais.

Uma das tecnologias disponíveis aos produtores é a cultivar de grão carioca Talismã, que apresenta resistência às principais doenças do feijoeiro e é bastante produtiva nas condições específicas do cerrado mineiro. Outra cultivar, a Timbó, é de ciclo normal, possui resistência a quatro raças do fungo causador da antracnose, além da ferrugem e ao mosaico comum, com reação intermediária à mancha angular. Nos ensaios a cultivar chegou a 38,3 sacas por hectare, tendo seu plantio recomendado para os estados de Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Distrito Federal.

Estas novas tecnologias foram apresentadas a, aproximadamente, 600 produtores, técnicos e agrônomos, presentes - estavam previstos apenas 350 - no dia de campo realizado na Fazenda Guaribas, em Unaí/MG, de propriedade de Antério Manica, um dos maiores produtores de feijão do país, com 4.800 hectares plantados. A região vem se tornando o principal pólo de tecnologia na cultura feijoeira no Brasil,

Apesar do grande potencial produtivo das cultivares melhoradas, a produtividade média no país é baixa, ficando em torno de 800 kg/há. De acordo com o pesquisador Murilo Lobo Júnior, da Embrapa Arroz e Feijão, a grande maioria das lavouras de feijão no país não é cultivada com sementes de boa qualidade. "A bem da verdade, são grãos comuns replantados", esclarece. A prática encontra respaldo muito mais na dificuldade de se encontrar sementes disponíveis no mercado que na economia dos gastos com a semente.

A maior parte das doenças do feijoeiro (antracnose, mofo branco, murcha de fusarium e problemas radiculares) é transmitida pela própria semente contaminada, que pode comprometer a lavoura desde o seu início. O produtor precisa descobrir que pode minimizar e até eliminar várias dessas doenças apenas fazendo o uso de sementes sadias, junto com as sementes tratadas, uma medida fácil, eficiente e com um peso relativamente pequeno no custo de produção.

Com sementes sadias e tratadas pode haver um ganho de 40% de produtividade além da redução dos custos de produção da lavoura. "É preciso pensar no manejo integrado de doenças como uma importante ação para minimizar as perdas", ressalta Lobo Júnior.

Os números alcançados na área de experiências com o Manejo Integrado de Pragas (MIP), foram uma das etapas que mais atraiu o interesse dos produtores, que queriam saber como reduzir os custos da lavoura. Para a pesquisadora Eliane Quintela, também da Embrapa Arroz e Feijão, o manejo integrado pode reduzir de até cinco pulverizações de defensivos para uma a duas, utilizando apenas o monitoramento das pragas presentes.

O MIP – feijão consiste de amostragens periódicas das pragas e seus inimigos naturais com o preenchimento de fichas de campo. Os resultados das amostragens são comparadas com as orientações de uma tabela, que fornece o nível de infestação de cada praga em que deve ser efetuado o controle sem problemas de perda de produção. O MIP pode ser usado tanto na safra das águas como na de inverno. "A redução no número de pulverizações chega a ser da ordem de 80%, representando uma economia superior a R$ 100,00 por hectare", observou Eliane.

O Kit do MIP, que engloba manuais de identificação das pragas do feijoeiro e de implementação da tecnologia, contendo pano de batida, lupa de bolso e placa para amostragem de tripés, pode ser adquirido na Embrapa Arroz e Feijão, no setor de publicações. Santa Fé – Atuando na área de sistema agrícola, o pesquisador João Kluthcouski reforça sobre a importância da mudança na maneira de produzir, não só feijão como todas as culturas.

"A empresa percebe que no momento atual tem que fornecer equipamentos de alta tecnologia para reduzir perdas de colheitas, dar mais qualidade ao produto colhido, e fornecer nossos produtos com preços acessíveis aos produtores", destaca o pesquisador.

De acordo com o representante comercial da Syngenta em Cristalina/GO, Roberto Dib, a participação da Embrapa serviu para marcar o lançamento do Reglone, um novo produto para a dessecação do feijão, que teve seu registro recentemente aprovado.

Contudo, a principal finalidade da Syngenta foi a demonstração prática dos resultados alcançados com um programa chamado Grão D'ouro, que envolve toda a linha de produtos da empresa para a cultura do feijão: tratamento de sementes, fungicidas e inseticidas. A intenção é criar e fortalecer redes de divulgação da informação organizada sobre o manejo da cultura e sobre outros fatores que interferem na produtividade e na qualidade do produto.     Mais informações: Hélio Magalhães (MTb 4911/MG) Embrapa Arroz e Feijão Contatos: (062) 533-2108 - "helio@cnpaf.embrapa.br  

Tema: Produtos Agropecuários\Grãos\Feijão 

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