01/05/04 |

Começa a análise dos impactos do plantio de feijão transgênico

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Pela primeira vez no Brasil, pesquisadores da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento vão fazer uma avaliação dos impactos ambientais da transgenia sobre os microorganismos e fauna do solo. A coleta deste material vai começou Segunda-feira, dia 3, na área de plantio de feijão transgênico resistente ao vírus do mosaico dourado e o seu equivalente convencional, sob contenção (área de acesso restrito), em Santo Antônio de Goiás, no campo experimental da Embrapa Arroz e Feijão. Esta amostra vai ser analisada pelos pesquisadores dos Laboratórios de Ecologia Microbiana e Fauna do Solo da Embrapa Agrobiologia (Seropédica,RJ).

Entre os fatores a serem avaliados, podemos citar o teor de Nitrogênio atmosférico fixado e assimilado pela planta, a comunidade microbiana associada à superfície das raízes e àquela presente na rizosfera (porção do solo que está sob a influência da raiz) para identificar possíveis grupos de microrganismos. Serão também avaliadas a biomassa microbiana e a atividade respiratória. Além dos microrganismos, serão também avaliados os invertebrados mais freqüentes no solo como minhocas, besouros, aranhas e formigas. Estes organismos são importantes para a fertilidade e as condições físicas do solo, e, no caso de predadores, podem atuar no controle biológico de pragas.

O solo é um sistema dinâmico e complexo, que abriga diversas formas de vida que interagem ativamente com a comunidade vegetal através das substâncias encontradas nas raízes e da síntese de sinais moleculares capazes de intermediar interações específicas, afetando direta ou indiretamente a nutrição e a saúde das plantas. A comunidade microbiana é resultado não somente da relação dos seres que integram essa comunidade, como também dos efeitos de perturbações e estresses ambientais. Alterações na composição das substâncias radiculares provenientes da transformação de plantas por meio de engenharia genética podem (ou não) influenciar a composição das populações da biota do solo, alterando os processos de decomposição da matéria orgânica e a ciclagem de nutrientes.

No Brasil, o plantio de culturas transgênicas em áreas extensas pode representar um novo tipo de impacto ambiental que precisa ser avaliado com cuidado, em especial, porque os resultados obtidos em países de clima temperado não poderão, a princípio, ser importados para a nossa realidade. O estudo de possíveis efeitos sobre as comunidades de organismos não-alvo pode mostrar que alterações não esperadas ocorreram durante o desenvolvimento da planta transgênica afetando diferentes partes do genoma.

Para a pesquisadora da Embrapa Agrobiologia Norma Gouvêa Rumjanek, o importante neste trabalho que será iniciado é que pela primeira vez estão sendo levados em conta todos os aspectos possíveis em termos de biossegurança para ver se estas plantas vão produzir impacto sobre os organismos do solo.

Após esta coleta, será realizada uma outra daqui a 20 dias. O resultado desta avaliação vai estar pronto num prazo máximo de seis meses. Esta é uma das condições colocadas pelo IBAMA para a continuidade do projeto do feijão transgênico. O mesmo trabalho vai ser feito na área plantada com mamão geneticamente modificado, na Bahia.

Mais Informações: Ana Lucia Ferreira - MTb 16913/RJ Embrapa Agrobiologia Contatos: (21) 2682-1500 - Ramal: 237/245 - analucia@cnpab.embrapa.br  

Tema: Produtos Agropecuários\Grãos\Feijão 

Mais informações sobre o tema
Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC)
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