01/05/04 |

Programa de Melhoramento Genético de Soja da Embrapa foi homenageado

Informe múltiplos e-mails separados por vírgula.

 

  No marco das comemorações dos 80 anos de produção de soja no Brasil (1924-2004), a 15ª Fensoja, realizada em Santa Rosa/RS, de 1º a 9 de maio de 2004, homenageou pessoas e instituições que efetivamente contribuíram para o desenvolvimento do cultivo dessa leguminosa no país. Entre os agraciados, que receberam medalhas alusivas de reconhecimento, está o Programa de Melhoramento Genético de Soja da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa (instituição vinculada ao Ministério da Agricultura, pecuária e Abastecimento).

Na sessão solene de entrega das medalhas em homenagem aos personagens da história dos 80 anos da soja, ocorrida no dia 6 de maio, às 20h, no Centro Cívico Cultural Antônio Carlos Borges, Paulo Fernando Bertagnolli, melhorista da Embrapa Trigo, representou os pesquisadores de soja da Embrapa.

O Brasil, hoje, se destaca na produção mundial de soja. Neste ano, estima-se que serão produzidas ao redor de 50,2 milhões de toneladas (Conab, abril de 2004), o que nos permite continuar ocupando a 2ª posição entre principais países produtores (EUA é o maior, com 65,8 milhões de toneladas na última safra).

Desde o distante ano de 1924, quando, admite-se que, a partir de uma iniciativa do missionário americano Alberth Lehenbauer, que trouxe uma pequena quantidade de grãos dos EUA e passou a difundir essa cultura entre os agricultores da região de Santa Rosa/RS, começou-se de fato a cultivar soja no território nacional (tentativas malsucedidas já haviam sido feitas na Bahia, no final do século 19), muitas coisas aconteceram.

Sem dúvida, poucos países no mundo conseguiram, em tão pouco tempo, alcançar o desenvolvimento brasileiro no cultivo de soja. E, se hoje, é possível o plantio de soja em praticamente todo o território nacional, com produtividade elevada, muito se deve aos avanços conseguidos nos programas de melhoramento genético de soja conduzidos no Brasil; que, pela incorporação da característica de período juvenil longo, permitiu a expansão do cultivo de soja para as áreas de baixa latitude no Brasil Central e partes da região Nordeste.

A Embrapa foi criada em abril de 1973, dando continuidade aos trabalhos de pesquisa com soja, na época uma cultura ainda incipiente no país, praticamente restrita aos estados da Região Sul, que vinham sendo conduzidos nas estações experimentais do Ministério da Agricultura (origem da cultivar IAS 5, por exemplo).

A Embrapa Trigo, com sede em Passo Fundo/RS, deu seqüência aos trabalhos de melhoramento genético de soja orientados para as condições de ambiente do Sul do Brasil. Esses trabalhos foram intensificados, via parceria com o Centro Nacional de Pesquisa de Soja (Embrapa Soja, de Londrina/PR). A partir deles, surgiram cultivares bem adaptadas regionalmente, resistentes a doenças como o cancro da haste e a podridão parda da haste da soja e com elevado potencial de rendimento, que alcançaram grande êxito nas lavouras.

Como exemplo, destacam-se: BRS 4, BRS 66 (pela característica de resistência múltipla às doenças), BRS 137 e BRS 154, plantadas em toda a Região Sul, e, mais recentemente, a BRS 211, que se salienta pela resistência ao nematóide de galha. Entre os lançamentos mais recentes, Bertagnolli destaca as cultivares BRS Cambona e BRS Candiero, pelo aspecto de adaptabilidade ampla, podendo serem plantadas desde o Rio Grande do Sul até o Mato Grosso do Sul.

Paulo Fernado Bertagnolli costuma salientar três momentos fundamentais na história da soja no Brasil. O primeiro foi o da introdução do cultivo de soja no país, sem dúvida. Depois, na opinião do pesquisador, há que se referenciar o aumento significativo de rendimento obtido com o início dos cruzamentos genéticos realizados localmente, em substituição à prática pioneira de simples introdução de cultivares estrangeiras.

O terceiro, e mais relevante, foi quando começaram a surgir novas doenças, como o cancro da haste e a podridão parda da haste da soja. Aí, conforme ressalta Bertagnolli, "o trabalho de melhoramento genético foi fantástico, porque em 4 ou 5 anos passamos a ter cultivares resistentes. Trocamos tudo que existia, pois todas as cultivares eram suscetíveis a estas doenças que causavam grandes prejuízos nas lavouras."

Foram resultados como esse, que orgulham Bertagnolli e todos os pesquisadores envolvidos com melhoramento genético de soja na Embrapa, que levaram os organizadores da 15ª Fenasoja a laurear o Programa de Melhoramento Genético de Soja da Embrapa entre os personagens da história dos 80 anos da soja no Brasil.

Joseani M. Antunes - MTb 9396/RS Embrapa Trigo (54) 311.3444 - joseani@cnpt.embrapa.br  

Tema: Produtos Agropecuários\Grãos\Soja 

Mais informações sobre o tema
Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC)
www.embrapa.br/fale-conosco/sac/