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Cultivo de transgênicos no mundo continuará crescendo em 2004

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Projeções indicam aumento do número de agricultores cultivando produtos transgênicos nos países em desenvolvimento nos próximos cinco anos.
A área global de cultivo de produtos transgênicos no mundo cresceu 15% em 2003 e a perspectiva é que continue crescendo em 2004 e nos anos seguintes. A projeção para os próximos cinco anos indica um crescimento contínuo na área global com cultivos geneticamente modificados, chegando a aproximadamente 100 milhões de hectares cultivados, com 10 milhões de agricultores envolvidos em, pelo menos, 25 países.

Esses dados foram apresentados pelo Presidente do Conselho Diretor do ISAAA – Serviço Internacional para a Aquisição de Aplicações na Agrobiotecnologia, Clive James, durante visita à Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, localizada em Brasília, DF, no dia 16 de julho. James ressaltou ainda que haverá um aumento expressivo na quantidade global e na proporção de pequenos agricultores de países em desenvolvimento cultivando plantas geneticamente modificadas nesse período.

A área global estimada para cultivos transgênicos em 2003 foi de 67,7 milhões, incluindo uma estimativa provisória de três milhões de hectares de soja transgênica no Brasil, que foi oficialmente aprovada para plantio no mesmo ano. Seis países – EUA, Argentina, Canadá, Brasil, China e África do Sul - foram responsáveis por 99% da área total de lavouras transgênicas, dois a mais do que em 2002. Além desses, 10 países, incluindo Austrália, Índia, Espanha, Uruguai e Romênia cultivam cerca de 50 mil hectares de culturas transgênicas e outros dois – Colômbia e Honduras – relataram um crescimento ainda pouco significativo.

Em 2003, Brasil e Filipinas liberaram o cultivo de plantas geneticamente modificadas pela primeira vez. Em 2004, três produtos transgênicos desenvolvidos pela Embrapa foram liberados para testes de campo: o mamão transgênico resistente ao vírus da mancha anelar, que está sendo testado na Embrapa Mandioca e Fruticultura, em Cruz das Almas, Bahia; o feijão transgênico resistente ao vírus do mosaico dourado, cujos testes estão sendo conduzidos na Embrapa Arroz e Feijão, em Goiás; e a batata transgênica com resistência ao vírus "Y", na Embrapa Hortaliças, em Brasília, DF.

James vê um potencial muito bom para o desenvolvimento de produtos transgênicos no Brasil, especialmente considerando a área agricultável do país, que é de aproximadamente 180 milhões de hectares. Segundo ele, "o Brasil será para a América Latina o que a China é hoje para a Ásia". Os novos países produtores de plantas transgênicas do hemisfério sul, como o Brasil e a Índia, ampliarão a área plantada com algodão Bt (Bacillus thuringiensis) para resistência a insetos e soja tolerante a herbicida. Outros, como por exemplo, o Uruguai, aprovarão novos produtos, como o milho transgênico, que já está sendo cultivado em outros lugares. Aliás, o milho geneticamente modificado com características como resistência a insetos e tolerância a herbicidas, entre outras, foi destacado pelo Presidente do Conselho Diretor do ISAAA, como um dos que mais crescerá em termos de área cultivada num futuro próximo.

James ressaltou ainda que as plantas geneticamente modificadas podem ser uma opção viável para reduzir a desnutrição no mundo que, de acordo com o programa World Food, aumentou em 25 milhões, passando de 815 para 840 milhões de pessoas desnutridas. Segundo ele, as culturas transgênicas permitem aumentar a produtividade das lavouras e o uso eficiente de insumos, além de contribuir para a conservação da biodiversidade por meio da redução da área cultivada. "Por isso, têm muito potencial para garantir a segurança alimentar e reduzir a pobreza nos países em desenvolvimento". Afirmou ainda, que os mercados dos países que plantam transgênicos continuarão crescendo, com uma gama cada vez maior de produtos disponíveis. "O Brasil ingressou oficialmente no ranking dos países produtores de plantas transgênicas em 2003 e tem um grande potencial de crescimento nessa área. Essa é uma tecnologia extremamente promissora e o único risco que oferece para um país é o de não usa-la", finalizou o representante do ISAAA.

Fernanda Diniz - MTb 4685/89/DF Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia Contatos: (61) 448-4769 e 448-4770 - fernanda@cenargen.embrapa.br  

Tema: Atividades Temáticas\Biotecnologia 

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