Batizada com o nome de Petrolina, uma das variedades de guandu que a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária-Embrapa, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento apresenta durante a feira Agrishow Semi-Árido produz grãos com 21% de proteína e elevado teor de provitamina A. Nas áreas rurais da região seca do Nordeste a deficiência desta vitamina é elevada e está relacionada a problemas de visão na população. Os pesquisadores da Embrapa que trabalharam no desenvolvimento da variedade estão empenhados em estender os cultivos da Petrolina pelas roças do sertão.

Com esta variedade a Embrapa praticamente amplia as possibilidades de cultivo do guandu por áreas com índices de chuva abaixo da média e em condições de solos pouco férteis, como os que são encontrados na Depressão Sertaneja que ocupa grande parte do semi-árido nordestino. Segundo os engenheiros agrônomos Carlos Antonio F. Santos e Francisco Pinheiro de Araújo, da Embrapa, com a Petrolina as zonas de cultivo podem se expandir para além das terras tradicionais de cultivo em zonas de altitude da Bahia, Pernambuco e Ceará, onde as chuvas são melhores distribuídas e em maiores quantidades.

Produtiva – O material genético de guandu utilizado nessas áreas tradicionais é pouco tolerante à seca, tem ciclo longo e porte semi-arbóreo, e foi introduzido no país ainda no período colonial. A variedade Petrolina, por sua vez, cresce no máximo 60 cm e tem vagens no final dos ramos que facilita a colheita manual. Ela foi desenvolvida pelos pesquisadores Carlos Antônio Fernandes Santos, Francisco Pinheiro de Araújo, Eduardo Assis Menezes e Josias Cavalcanti a partir de uma variedade (UW-10) enviada para pesquisa na Embrapa pela Organização da Nações Unidas para a Alimentação –FAO.

A produtividade do Guandu Petrolina varia entre 500 kg/ha e 900 kg/ha, a depender do regime de chuvas. Segundo Pinheiro, estes resultados são significativos para os cultivos de grãos no semi-árido e se tornam mais relevantes porque foram obtidos em solos de baixa fertilidade com teor de matéria orgânica inferior a 1%, pH em torno de 5 e teor de fósforo inferior a 2 ppm. A maioria das culturas nas condições de sequeiro requer teor de fósforo no solo acima de 10 ppm. Uma planta que produz nessas condições é interessante para introdução nos sistemas de produção da agricultura familiar, destaca o pesquisador.

Outras características da variedade Petrolina destacada pelo pesquisador é a menor quantidade de tanino nos grãos, a precocidade para atingir a fase de colheita e uma menor suscetibilidade ao caruncho – um inseto que ataca grãos.

Mais Informações:Assessoria de imprensa da Embrapa no Agrishow Semi-ÁridoEstande do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa)

Joana Silva ( Mtb 19554)Embrapa Instrumentação Agropecuária

Verônica Freire (Mtb 1225 JP)Embrapa Caprinos

Marcelino Ribeiro (1127 DRT/BA)Embrapa Semi-ÁridoContatos: (87) 3862 1711 - marcelrn@cpatsa.embrapa.br