17/05/07 |

Primeira-Dama do Senegal conhece controle biológico de pragas agrícolas

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A primeira-dama do Senegal, Viviane Wade, visitou ontem à tarde a Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, uma das 41 unidades da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - Embrapa, acompanhada de uma comitiva formada por representantes do Itamaraty e daquele país.  O objetivo da visita foi conhecer melhor as pesquisas desenvolvidas pela Unidade para o controle biológico de pragas agrícolas, que representam um grave problema no Senegal.

A primeira-dama e sua comitiva foram recebidos pelo Chefe-Geral da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, José Manuel Cabral (foto), pelos representantes da Assessoria de Relações Internacionais da Embrapa, Washington Silva e Bonifácio Magalhães, e por pesquisadores da Unidade e mostrou especial interesse pelo controle biológico do gafanhoto, que é uma das piores pragas do Senegal, responsável por cerca de 30% de perdas em toda a produção agrícola do país.

O primeiro acordo de cooperação técnica entre o Brasil e o Senegal foi assinado em 1974, mas a parceria só foi intensificada no final da década de 90 e início dos anos 2000.  No período de 2003 a 2004, autoridades senegalesas visitaram a Embrapa, o que resultou na ida de uma missão da Embrapa e da Agência Brasileira de Cooperação (ABC) ao Senegal, em 2006.  Essa missão levou à elaboração de três projetos de cooperação: controle biológico do gafanhoto; desenvolvimento de horticultura e capacitação técnica em pecuária de corte e leite.

Controle biológico do gafanhoto

A visita da primeira-dama à Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia teve como foco conhecer melhor a pesquisa desenvolvida para controle biológico do gafanhoto a partir da utilização do fungo Metarhizium anisopliae.  Essa pesquisa já está em fase avançada de desenvolvimento, como explica Bonifácio Magalhães, que coordenou o projeto, já tendo resultado, inclusive, em um produto biológico à base desse fungo muito eficiente no controle da praga.  E o mais importante, como ressalta Magalhães, é que o produto não causa danos à saúde humana ou ao meio ambiente, pois contém em sua fórmula apenas o Metarhizium, que é um fungo entomopatogênico, ou seja, específico para controlar o inseto-alvo.

O pesquisador explica que em fevereiro deste ano, ele participou do Workshop sobre o Futuro de Biopesticidas no Manejo do Gafanhoto do Deserto em Saly, Senegal, quando discutiu com autoridades do Ministério da Agricultura, Hidráulica Rural e da Segurança Alimentar daquele país, procedimentos necessários para dar início ao projeto de cooperação técnica que vai combater o gafanhoto.

Novidades tecnológicas despertam interesse da primeira-dama

Durante a visita à Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, a primeira-dama falou sobre outras pragas que causam prejuízos à agricultura e à saúde da população do Senegal, como a mosca das frutas e a mosca branca.

Mas um dos principais problemas enfatizados por ela foi uma mosca do tipo Tsé-Tsé, mais conhecida como mosca do sono no Brasil.  Existem duas espécies bastante nocivas desses insetos naquele país: uma delas é fácil de ser localizada e combatida, já que costuma ficar na água.  Já a outra é muito difícil de ser localizada, pois tem seu habitat nas florestas da região.

Para o controle biológico dessa espécie, o Chefe-Geral da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, José Manuel Cabral, sugeriu uma moderna técnica de controle biológico de pragas, baseada no estudo da comunicação sonora entre os insetos. Essa técnica, que está sendo desenvolvida em parceria com a Embrapa Instrumentação Agropecuária, em São Carlos , tem como objetivo conhecer melhor o comportamento dos insetos na natureza para poder manipulá-los em laboratório e viabilizar formas de controle na agricultura.

Primeiro, o som é gravado a partir dos insetos em laboratório, depois, é reproduzido e testado com as pragas. O objetivo é chegar a um pequeno chip contendo os sons emitidos pelos insetos para colocação em armadilhas que são utilizadas no campo para a sua captura.

"Esses estudos podem ser muito úteis no Senegal para facilitar a localização da mosca nas florestas e poder estudá-la em laboratório", explicou Cabral.

A pesquisa de comunicação sonora entre os insetos despertou o interesse da primeira-dama, que ficou de discutir o assunto com os especialistas de seu país.  "Pode ser que surja daí uma nova parceria", finalizou Cabral. 

Fernanda Diniz(DRT 4685/89/DF)Embrapa Recursos Genéticos e BiotecnologiaContatos: (61) 3448-4769 e 3340-3672 fernanda@cenargen.embrapa.br

Mais informações sobre o tema
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