A afirmação é baseada em pesquisa da Embrapa que também aponta outros fatores para a baixa eficiência reprodutiva da pecuária de corte. A estimativa da taxa de natalidade do rebanho bovino brasileiro é de 60%, índice baixo se comparado  com outros países, como os desenvolvidos, que têm média de 80%. Segundo pesquisadores, para melhorar a situação de baixo desempenho uma alternativa é suplementar a alimentação de fêmeas em reprodução.

Detalhes sobre uma suplementação estratégica estão divulgadas na série Documentos, nº 156, publicada pela Embrapa Gado de Corte (Campo Grande-MS), Unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - Embrapa, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. No documento, de título  "Suplementação Alimentar de Vacas de Cria: Quando e Por  Que Fazer?", os pesquisadores Thais Basso Amaral, Eduardo Simões Corrêa e Fernando Paim Costa discutem aspectos técnicos sobre a suplementação de vacas em reprodução e avaliam, por meio de simulações, sua viabilidade econômica.   

Thaís Basso Amaral, primeira autora, é  médica-veterinária e especialista em produção e manejo animal. Ela comenta que apesar de outros fatores contribuírem para a baixa eficiência reprodutiva da pecuária de corte, a nutrição é a principal causa da baixa taxa de prenhez do rebanho brasileiro. "Para melhorar essa situação, pastos de boa qualidade deveriam ser disponibilizados às fêmeas, principalmente àquelas em final de gestação e com condição corporal deficiente", aponta a pesquisadora.

O que acontece na prática é que, normalmente, os pastos melhores são destinados aos animais em terminação ou engorda e por esse motivo foi necessário estudar a suplementação alimentar de fêmeas em reprodução, já que elas estão em desvantagem.

Um conjunto de problemas foi analisado e alternativas econômicas para elevar a taxa de natalidade foram discutidas e avaliadas pelos pesquisadores.  É importante que o produtor dê mais atenção às fêmeas e procure manter essa categoria bem nutrida.

Para tomar decisão sobre suplementação de vacas a primeira atitude é avaliar o estado nutricional do animal em algumas fases do ciclo reprodutivo, de preferência na época da desmama. Dessa forma, apontam os pesquisadores, é possível identificar os animais que necessitarão de um manejo diferenciado para parir em bom estado e apresentar um curto período de serviço (do parto à próxima concepção).

 A publicação traz respostas sobre quando suplementar as vacas, se antes ou após o parto e comenta opiniões de autores de outras publicações. Aponta também as categorias prioritárias a serem suplementadas, levando em conta sistemas de produção e condição da pastagem. Em situações em que há falta de pasto ou a seca é prolongada, a suplementação alimentar pode ser usada de forma estratégica em novilhas em final de gestação que serão as futuras vacas de primeira cria - mais exigentes, pois ainda estão em crescimento.

Os pesquisadores fazem uma série de recomendações para se obter sucesso na suplementação alimentar, e a primeira delas é que o produtor procure assistência técnica especializada e alertam: "A formulação e a quantidade do suplemento a ser fornecido são em função da quantidade e da qualidade da forragem disponível, cujo conhecimento depende de uma análise do valor nutricional da pastagem".

As boas práticas de produção, indicações importantes como o fornecimento do suplemento diariamente, resultados de simulações de suplementação e custos podem ser conhecidos na publicação que já se encontra à venda ao preço de   R$ 5,00 na livraria Espiral, em Campo Grande, MS – instalada na sede da Embrapa Gado de Corte, à BR 262, Km 4 - bairro Vila Popular.

Pedidos do Documentos nº 156  e outras publicações podem ser feitos pelo site www.livrariaespiral.com.br ou nos  endereços eletrônicos: contato@livrariaespiral.com.br e  livraria@cnpgc.embrapa.br .

Jornalista: Eliana Cezar - DRT 15410/SPContatos: eliana@cnpgc.embrapa.br e (67) 3368-2142