26/06/07 |

Redes e visão sistêmica ajudam a superar problemas de segurança de alimentos

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Em alguns casos, o Brasil tem dificuldade para demonstrar que controla os processos que garantem a segurança dos alimentos de origem animal e vegetal. Esta situação pode comprometer a credibilidade dos produtos abrindo margens para restrições nos mercados interno e externo.

A questão foi pontuada por Lígia Lindner Schreiner (foto), especialista em regulação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), para uma platéia de pesquisadores, técnicos e empresários que participam do Workshop Segurança, Qualidade e Tecnologia de Alimentos para o Consumidor na Embrapa Agroindústria de Alimentos (Rio de Janeiro-RJ). 

A área de Ciência e Tecnologia de Alimentos pode ajudar a reverter esse quadro com aporte de conhecimentos que determinem com mais precisão risco, limite de contaminação, ocorrência, boas práticas e mecanismos de monitoramento.

Foi o que aconteceu com o amendoim. Há 15 anos, praticamente todos os lotes vistoriados eram condenados. "Junto com a pesquisa descobrimos que o problema estava no campo e por isto a intervenção tinha que acontecer em outro ponto que não estávamos enxergando até então", destacou Lígia.

Segundo a especialista, para resolver os problemas de segurança em alimentos, é preciso ter visão sistêmica e aglutinação de competências. Caso contrário, os esforços geram desencontro de informações, regulamentações inócuas e desperdício de recursos.

Consultas públicas e editais para financiamento de pesquisa são alguns mecanismos que ajudam a enriquecer os debates para os principais gargalos do setor produtivo e industrial, mas ainda não são suficientes. Novas práticas de comunicação precisam entrar em jogo para fortalecer a rede de parceiros que atuam no setor.

O Workshop é um evento promovido pela Embrapa Agroindústria de Alimentos (Rio de Janeiro-RJ) e a Rede de Inovação e Prospecção Tecnológica para o Agronegócio (Ripa), com apoio da Embrapa Agroindústria Tropical (Fortaleza-CE), Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Pesagro-Rio, Secretaria de Agricultura, Pecuária, Pesca e Abastecimento do Rio de Janeiro e Sociedade Brasileira de Ciência e Tecnologia de Alimentos (SBCTA).

Técnicos e empresários, além de pesquisadores de vários centros e de 33 unidades da Embrapa, participam do evento que tem por objetivo definir uma plataforma de pesquisa, desenvolvimento e inovação na área de ciência e tecnologia de alimentos para os cenários futuros.

Plataforma de pesquisa - Elaborar uma plataforma de pesquisa, desenvolvimento e inovação em ciência e tecnologia de alimentos, com a participação de empresas do setor de alimentos e bebidas, associações empresariais, universidades, órgãos de governo e instituições de pesquisa é um dos objetivos de oficina realizada durante o evento.

Amauri Rosenthal, chefe-geral da Embrapa Agroindústria de Alimentos, afirmou na abertura que "Empresas e instituições de pesquisa estamos aqui para colaborar no esforço nacional de inovação para o desenvolvimento e levar o país aos patamares em que pode e merece estar". Foi anunciado pelo representante do Ministério da Ciência e Tecnologia, Leonardo Hamu, a disposição do Ministério de Ciência e Tecnologia (MCT) de lançar editais com os temas identificados na oficina.

Paulo Cruvinel, presidente da RIPA, enfatizou a importância de mudar o enfoque dos institutos de pesquisa de oferta de tecnologia para o de atendimento à demanda qualificada e informou que a oficina abria uma nova fase no trabalho da Rede: "Este é o primeiro de uma série de encontros técnicos organizados para a elaboração de projetos de pesquisa reunidos em uma plataforma de C&T de alimentos em benefício do agronegócio nacional".

O gerente do Departamento de Economia da Associação Brasileira da Indústria de Alimentos, ABIA, Amílcar Lacerda de Almeira, apresentou um panorama da indústria de alimentos e bebidas, maior empregadora e exportadora da indústria de transformação. Ele relacionou as oportunidades de pesquisa no setor, destacando a biotecnologia, a substituição das gorduras nos alimentos, o desenvolvimento de prebióticos, de tecnologias enzimáticas, entre outras sugestões.

A professora da Unicamp e presidente da Sociedade Brasileira de Ciência e Tecnologia de Alimentos, SBCTA, Gláucia Pastore, também palestrou sobre as oportunidades de PD&I em alimentos, enfatizando os aspectos nutricionais e que favorecem a saúde, a nanotecnologia, a biotecnologia, as novas técnicas de processamento, o desenvolvimento de materiais para embalagens ativas e inteligentes e o aproveitamento de subprodutos da agroindústria de alimentos.

Amanhã, dia 27 de junho, no encerramento do evento, serão apresentados os temas críticos e a síntese de projetos que nortearão pesquisadores e parceiros em novas iniciativas de acordo com os debates e trabalhos iniciados na segunda-feira. 

Mais informações: Soraya Pereira (MTB 26165-SP)Contatos: (21) 2410 9540 ou 9881 0535 / soraya@ctaa.embrapa.br

João Eugênio (MTb 19.276)Contatos:(21) 2410-9537 - joao@ctaa.embrapa.br

Mais informações sobre o tema
Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC)
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