28/06/07 |

Especialistas discutem a cultura do pinhão manso

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A Assembléia Legislativa de São Paulo recebe especialistas de vários setores nesta quinta-feira (28/6) para o seminário "A utilização do pinhão manso no Programa de Biodiesel". Representará a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – Mapa, o chefe adjunto de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa Meio Ambiente (Jaguariúna, SP), Alfredo José Barreto Luiz.Pesquisadores de seis unidades da Embrapa (Algodão; Cerrados; Milho e Sorgo; Agropecuária Oeste; Soja e Semi-Árido) e também da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais(Epamig) recomendam cautela na produção do pinhão manso. Eles alertam principalmente para a falta de informação técnico-científica confiável sobre a Jatropha curcas.  Os especialistas dizem que há uma intensa divulgação sobre a cultura, porém sem ter um mínimo de conhecimento a respeito do seu cultivo. O folder Pinhão Manso – recomendação técnica sobre o plantio no Brasil, produzido pela Embrapa Algodão (Campina Grande-PB) alerta que grande parte das informações divulgadas sobre a cultura, principalmente na internet, provém de fontes pouco confiáveis, onde as vantagens da planta são exaltadas, mas suas limitações omitidas. "Nas poucas lavouras que existem no país e nas oportunidades que tivemos de visitar outros países, além de não haver conhecimento técnico em nenhum lugar (nem na Índia), observamos o contrário do que é divulgado na imprensa e na internet, ou seja, a cultura tem baixa produtividade (entre 1.500 e 2.500 quilos por hectare); alto custo de produção; é exigente em fertilidade do solo para ter boa produção. Além disso, é muito atacada por diversas pragas e doenças, algumas delas de difícil controle como ácaro branco e bacterioses", salienta o pesquisador da Embrapa Algodão, Liv Soares Severino, um dos 13 autores do folder. Eles concluem que no Brasil ainda não é possível plantar pinhão manso de forma racional, recomendando aos produtores rurais que não plantem grandes áreas com a planta devido ao alto risco de insucesso.

O pesquisador da Embrapa Milho e Sorgo (Sete Lagoas-MG), João Flávio Veloso, também um dos autores do folder, destaca que a Empresa está estudando pinhão manso em vários estados brasileiros. "O projeto Fontes alternativas potenciais de matérias-primas para produção de agroenergia, inclui além do pinhão, a macaúba, o tucumã, o pequi, o babaçu, dentre outras", informa ele. Neste sentido, diversas Unidades de Pesquisa da Embrapa, instituições de pesquisa e universidades do Brasil, contando também com a parceria de outros países e dos agricultores que já estão plantando algumas áreas, estão trabalhando no desenvolvimento de tecnologia para o pinhão. Dentre estas tecnologias destacam-se a criação de bancos de germoplasma, experimentos a campo em diferentes regiões e condições climáticas do país, estudos em casa-de-vegetação e em laboratório. Porém, os pesquisadores salientam, por se tratar de uma planta perene, que só estabelece a produção após o quarto ano, estima-se que serão necessários vários anos para que se disponha de informações mais seguras sobre a cultura.Para Alfredo Luiz há outras alternativas para a produção de oleaginosas dentro do Programa Brasileiro de Biodiesel. "Existem culturas com disponibilidade de sementes, produtos fitossanitários registrados e mercado consolidado, como o girassol, a canola, a mamona, o amendoim, entre outras, para o Estado de São Paulo". Para a região Norte, ele salienta que há uma planta perene, o dendê, que também já tem um sistema de produção bem definido. "Esta cultura está sendo testada na região Sudeste para avaliar sua adaptação", informa. Outro ponto a destacar, de acordo com Luiz, é que culturas que podem ser utilizadas como alimento dão maior flexibilidade ao produtor. "Se o mercado para biocombustível não se mostrar satisfatório, o agricultor poderá comercializar seu produto nos mercados tradicionais. No caso do pinhão manso, ele não tem utilidade alimentícia", salienta. ServiçoSeminário: A utilização do pinhão manso no Programa de BiodieselData: 28/06 Horário: 10 às 13 h Local: Auditório Franco Montoro, na Assembléia Legislativa de São Paulo Endereço: Avenida Pedro Álvares Cabral, 201 - Ibirapuera - São Paulo Eliana Lima (MTb 22.047/SP)E-mail: elima@cnpma.embrapa.br

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