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Biodiversidade: Programa Brasil-Itália é exemplo para o mundo

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Quinze mil famílias de pequenos agricultores e assentados da reforma agrária compartilham uma experiência única: mostrar ao mundo a possibilidade do manejo sustentável da agrobiodiversidade e da segurança alimentar em terras encravadas nos biomas caatinga e cerrado brasileiros. Eles são integrantes de um dos trabalhos mais ousados da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, em parceria com o Instituto Agronomico per I'Oitremare (IAO/Itália) e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), o Programa Biodiversidade Brasil-Itália (PBBI). Considerado um desafio do ponto de vista organizacional e legal, o PBBI - iniciativa de cooperação bilateral entre o IAO , Embrapa e Ibama - chega à segunda fase de execução com saldo positivo. Ilustra bem o êxito do programa a história de agricultores integrantes do projeto 4, um dos cinco estudos componentes do programa (confira os temas no link outras informações, abaixo).No norte de Minas Gerais (numa região de transição entre os dois biomas), os agricultores agregam renda com o aproveitamento da polpa de frutas nativas como coquinho e cagaita. A menos de cem quilômetros de Brasília 1,1 mil famílias do Assentamento Cunha aprendem e repassam conhecimentos sobre o cultivo de variedades crioulas (nativas) de milho e de manivas sementes. No Ceará e no Sergipe os agricultores também testemunham o desafio de produzir e preservar a riqueza do ambiente que vivem."Além das 15 mil famílias envolvidas diretamente no projeto, acreditamos que pelo menos 65 mil estejam indiretamente ligadas a esse trabalho. Somente no que chamamos de pólos irradiadores (num total de quatro em 17 municípios) são 22 mil famílias", revela o coordenador deste trabalho, Altair Toledo Machado, pesquisador da Embrapa Cerrados (Planaltina-DF). Segundo Machado, a singularidade está justamente no tamanho do impacto social, pois além de levar tecnologia da Embrapa dá oportunidade de os participantes resgatarem a auto-estima, já que acreditam no que fazem.  "Pela primeira vez realizamos este tipo de atividades em um país com megadiversidade. Além disso, é um caso único de parceria bem-sucedida com diferentes instituições, que pode servir de exemplo a outros países", diz Marcello  Broggio, responsável no Brasil pela cooperação do Ministério das Relações Exteriores da Itália e presidente do comitê executivo do PBBI. Financiador do programa, o IAO já repassou mais de um milhão de euros (do total de 3,4 milhões de euros) à primeira fase dos trabalhos, concluída em dezembro do ano passado, quando foram capacitadas mais de 200 pessoas, entre lideranças rurais, agricultores, técnicos e bolsistas. A verba também foi aplicada na construção de galpões multifuncionais – instalados nos pólos irradiadores para funcionamento de aulas e demais atividades do trabalho com as comunidades envolvidas.Presente em diferentes recantos do Brasil o PBBI, conforme o pesquisador Altair Machado, pode ser uma referência à América Latina. Para Broggio o modelo servirá para países que também tem vasta diversidade e se encontram em fase de desenvolvimento. Isso porque, segundo Marcello Broggio, o objetivo é colaborar para aliviar a pobreza e melhorar as condições de vida e alimentação das comunidades locais, tradicionais e indígenas, detentoras da biodiversidade agrícola e silvestre.

Confira no link Outras informações  quais são os cinco projetos do programa.

Mulungo

Legenda: agricultores aprendem como determinar os indicadores de sustentabilidade e de qualidade do solo, no Assentamento Mulungo. (Foto/Altair Machado)

Deva Rodrigues (MTb/RS5297)Telefone: (61) 3448-4113E-mail: deva.rodrigues@embrapa.br

Mais informações sobre o tema
Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC)
www.embrapa.br/fale-conosco/sac/