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Salgadinho aumenta valor do feijão-caupi

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O feijão-caupi, também conhecido como feijão-de-corda, macassar, catador, gerutuba, de estrada, de praia, miúdo e fradinho, é um produto típico da culinária brasileira. Como possui um ciclo curto e baixa exigência hídrica, ele é uma boa opção para os agricultores do Nordeste. A região é responsável por 89,9% da produção nacional de feijão-caupi e por 94,3% da área colhida no País.

Os problemas começam, no entanto, depois do plantio. Além do grande desperdício observado no transporte e em sua comercialização, o feijão-caupi é de difícil armazenagem, pois é muito sensível a alterações pós-colheita. Depois de dois meses, os grãos começam a ganhar uma cor escura e demoram mais para cozinhar.

Pensando nisso, uma equipe de pesquisadores da Embrapa Agroindústria Tropical (Fortaleza-CE), Unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, realizou uma pesquisa no sentido de agregar mais valor ao produto e permitir sua comercialização em períodos de entressafra.

Um dos resultados da pesquisa, que teve a supervisão dos pesquisadores Edy Sousa de Brito e Antônio Calixto Lima, foi a criação do salgadinho frito de feijão-caupi. Produzido a partir da massa do feijão triturado, o salgado possui duas vezes mais proteínas que a batata frita, mas com apenas metade da gordura. Além disso, mesmo depois de frito, o produto mantém elevados teores de amidos e proteínas, constituindo-se uma importante fonte energética e nutricional.    Segundo Edy Brito, a inspiração para a criação do salgadinho veio de um dos símbolos da cultura da Bahia e que também é feito com feijão-caupi. "Na verdade, esse produto tem como inspiração o nosso acarajé. O que fazemos é preparar uma massa com o feijão, dar a forma que desejamos e depois fritar. Ele acabou ficando parecido com a batata frita", afirma.

O salgadinho de feijão-caupi possui duas vantagens sobre a iguaria baiana: pode ser congelado, o que aumenta muito o seu tempo de prateleira, e não necessita de nenhuma outra matéria-prima em sua fabricação, a não ser o próprio feijão. Fabricação

A produção do salgado para consumo caseiro pode ser feita na cozinha de casa. A fabricação industrial, contudo, requer um espaço próprio, limpo, livre de insetos e forrado, com pelo menos 10 metros quadrados de área. Os equipamentos necessários para a fabricação do salgado são: um freezer, um multiprocessador, bandejas, peneiras e uma seladora.

O custo inicial para quem não tem nenhum desses itens é de cerca de R$ 6 mil. Um quilo de feijão produz cerca de um quilo de salgado. Depois de congelado, o produto pode ser armazenado por quatro meses. De acordo com Edy de Brito, a aceitação do salgado é bastante boa. Ele pode ser vendido de forma congelada e distribuído para lanchonetes.

Jornalistas: Ricardo Moura - DRT 1681/CE e Teresa Barroso DRT 812/CE Contatos: (85) 3299 1823 / 3299 1907 / 8841 1025 / 9953 8290E-mails: ricardo@cnpat.embrapa.br e teresa@cnpat.embrapa.br

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