13/07/07 |

Agroenergia na Amazônia movimentou a SBPC

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O futuro da agricultura na Amazônia com chegada do boom da agroenergia foi um dos temas mais discutidos ontem, dia 12 de julho, na 59ª Reunião da SBPC que termina hoje em Belém. Entre os principais expositores estavam pesquisadores da Embrapa como Frederico Durães, Judson Valentim, Celso Manzatto e a diretora-executiva Tatiana Sá.

Tatiana Sá repassou aos participantes uma visão geral do panorama da agricultura na Amazônia ao longo do tempo, apresentando as recentes políticas públicas e tratando das grandes questões globais e sua repercussão na região, como a agroenergia e as mudanças climáticas. A agroenergia e Amazônia têm gerado grande polêmica, principalmente quando se discute a vocação da região para abrigar plantios de caráter industrial de culturas tradicionalmente produtoras de etanol como a cana-de-açúçar.

Mas a diretora Tatiana Sá, embora reconheça a complexidade da questão, afirmou, em sua exposição durante o simpósio agricultura sustentável na Amazônia: facetas para sua viabilização, que a cana-de-açúçar está chegando na região. Na verdade, conforme ela demonstrou, já chegou. Duas grandes empresas já estão instaladas em Roraima. "Nós precisamos ter uma posição realista", recomendou.

Em sua exposição, ela comentou ainda sobre a pesquisa agrícola na Amazônia e sua contribuição ao longo do tempo, bem como a possibilidade de avançar em uma agricultura sustentável amazônica com uso potencial nos demais países da Pan Amazônia.

Celso Manzatto, chefe-geral da Embrapa Solos (Rio de Janeiro - RJ), que foi um dos debatedores do simpósio, mostrou a relevância do ordenamento territorial para a sustentabilidade no uso do solo na Amazônia, detendo-se nos estudos dos zoneamentos. Também enfatizou a fragilidade e potencialidade dos solos da Amazônia para a agricultura, enquanto Judson Valentim, pesquisador da Embrapa Acre (Rio Branco-AC) e também debatedor, relatou experiências de sistemas de uso da terra voltados à sustentabilidade ambiental e a transição a uma agropecuária sustentável na Amazônia. Foi enfático ao apresentar as possibilidades de melhoria no desempenho da agricultura nas áreas já alteradas da Amazônia através de experiências que envolvem a pecuária.

A agroenergia foi novamente enfatizada na exposição de Frederico Durães. Primeiro o chefe-geral da Embrapa Agroenergia (Brasília-DF) contextualizou o fato da agroenergia estar hoje na pauta das discussões mundiais, citando como causas a necessidade de reduzir a emissão de gases de efeito estufa; a instabilidade do mercado de combustíveis fósseis e oportunidades de combinar as vantagens comparativas "naturais" e "construídas", ressaltando que um dos principais entraves é ter matéria-prima disponível para produzir a energia renovável. Também enumerou os principais riscos agrícolas para o mercado energético entre os quais as pragas e doenças, a falta ou excesso de chuva e a quebra de safra. Por outro lado, enumerou fatores que dão aos biocombustíveis um status inegável em um futuro bem próximo como a demanda crescente mundial por energia, agora com uma preocupação ambiental bem mais rigorosa que há alguns anos.

Frederico Durães, que coordenou a mesa redonda "Agroenergia e biocombustíveis" que teve como debatedores Rodrigo Rodrigues, coordenador da Comissão Executiva Interministerial de Biodiesel da Casa Civil da Presidência da República e André Tosi Furtado, da Universidade de Campinas (Unicamp), citou como principais desafios à agroenergia em ciência e tecnologia no Brasil as variedades agrícolas com maior produtividade; desenvolvimento e otimização de rotas tecnológicas e novos processos; agregação de valor aos co-produtos e incorporação de instrumentos para redução do risco agrícola no mercado .

 A 59ª reunião da SBPC, que teve como tema central Amazônia: desafio nacional estimativamente reuniu cerca de 15 mil pessoas entre profissionais e estudantes que discutiram, durante cinco dias, diferentes aspectos desse que é o bioma que mais desperta interesse no mundo.

Ruth Rendeiro - DRT 609/ 9985 1229/PAEmbrapa Amazônia OrientalContatos: (91) 622-2012 - ruth@cpatu.embrapa.br

Mais informações sobre o tema
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