13/07/07 |

Tecnologias presentes na I Semana de Agricultura Familiar de MS

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Na próxima semana, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, por meio de suas Unidades, Embrapa Agropecuária Oeste e Embrapa Escritório de Negócios, ambos em Dourados, MS, realizam a I Semana de Agricultura Familiar do Estado.

Constituída da 1ª Mostra de Tecnologias para Agricultura Familiar da Embrapa, que acontece de 18 a 20 de julho, na Embrapa Agropecuária Oeste, e da 3ª Feira Estadual de Sementes Crioulas e Produtos Orgânicos, em Juti-MS, dias 21 e 22, a Semana tem a intenção de fortalecer o setor no Estado e apresentar à sociedade tudo o que o segmento pode oferecer à população.

Para a Mostra, os participantes visitarão várias estações com diferentes alternativas tecnológicas. Na primeira delas, a agroenergia será apresentada como uma opção a mais para o produtor diversificar sua propriedade, "não como uma cultura de substituição, mas sim de diversificação", ressalta o pesquisador da Embrapa César José da Silva. César explica que os experimentos de pinhão-manso e macaúba a serem mostrado estão sendo conduzidos nos municípios de Eldorado e Dourados.

O pesquisador esclarece que o agricultor irá conhecer as potencialidades dessas culturas para a bioenergia, como seu alto potencial para produção de óleo e o franco mercado em expansão, mas terá conhecimento também de seus eventuais problemas. "Para as pragas, o ácaro branco, os percevejos e as cigarrinhas são destaques; para as doenças, o mofo branco", detalha.

A Sema tem parceria com a Federação da Agricultura Familiar (FAF-MS), Comissão da Pastoral da Terra (CPT), Associação dos Produtores Orgânicos (APOMS), prefeitura de Juti, Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural (Agraer), Escola Estadual 31 de março e Escolas Famílias Agrícolas (EFAS-MS)

Fruticultura – "Investir em fruticultura é uma boa opção para as comunidades rurais, mas os resultados não são imediatos", alerta o pesquisador e gerente da Embrapa Escritório de Negócios de Dourados, Huberto Noroeste Paschoalick.

A advertência deve-se ao fato de que a fruticultura exige um planejamento elaborado e por isso é uma atividade de médio a longo prazo, afinal "há espécies frutíferas que estarão gerando produção econômica daqui seis anos, por exemplo," completa Huberto. Porém, para o gerente, o investimento é válido para os agricultores familiares.

Na fruticultura, pupunha, coco, açaí, banana, figo e uva estarão à disposição dos visitantes, com ressalta para as duas últimas, melhor adaptadas para a região sul de Mato Grosso do Sul. A vitrine do Escritório de Negócios existe há dez anos e trabalha com espécies frutíferas para todo o Estado. Culturas de inverno – Chegou a entressafra e o produtor precisa saber o que fazer em sua propriedade. Nesta estação, ele vai encontrar algumas espécies de outono-inverno que além de proporcionar uma cobertura do solo podem produzir alimentos para alimentação humana ou animal e servir para a comercialização.

"Centeio, aveia branca, nabo forrageiro, canola, crambe e ervilhaca peluda serão as espécies apresentadas. O agricultor pode adotá-las como alternativa econômica para serem produzidas em pequenas áreas e aproveitadas para alimentação animal, humana e produção e comercialização de sementes", explica o pesquisador da Embrapa, Luís Carlos Hernani.

Essas espécies, entre gramíneas e leguminosas, segundo ele, são melhoradoras e conseguem manter a biodiversidade do solo, já que trazem benefícios químicos, físicos e biológicos para ele e deixam "os efeitos positivos para as culturas subseqüentes". 

Sistemas agroflorestais – Fruto da parceria Embrapa Agropecuária Oeste - Embrapa Escritório de Negócios de Dourados, os sistemas agroflorestais são técnicas de uso da terra, com a tentativa de propiciar um rendimento sustentável ao longo do tempo, introduzindo espécies anuais nos primeiros anos, seguidas de frutíferas semi-perenes e perenes, e por fim, as madeiráveis, que podem ainda ser consorciadas com animais em uma mesma área.

Pesquisador e biólogo da Embrapa, Milton Parron Padovan, afirma que o Sistema Agroflorestal (SAF) é "uma possibilidade para recuperação de áreas degradadas". De acordo com ele, as estatísticas demonstram que 40% das pastagens no Estado estão degradadas e "a necessidade de recuperar essas áreas é urgente. O planeta está clamando por revegetação e o produtor precisa estar em sintonia".

Nesse sistema, continua, o agricultor "não ficará com a área economicamente parada. Por exemplo, enquanto algumas espécies crescem; outras produzirão alimentos e à medida que o sistema se desenvolve, pode-se inserir mais outras opções. Ele fará o manejo sustentável de sua terra".

Huberto Paschoalick acentua "que além da obrigatoriedade legal, é um compromisso social que a agricultura precisa ter para com a terra; e cada produtor para com sua propriedade". Ele frisa que "é possível, sem grandes dispêndios financeiros e projetos, investir nesses sistemas. Através da própria produção de mudas, o agricultor refloresta as áreas, preserva os mananciais e forma a reserva legal".

Mandioca – Tida por muitos especialistas como a cultura de inclusão social, a mandioca é um alimento, tipicamente, brasileiro. Um ingrediente básico na mesa da população. Para o técnico agrícola da Embrapa, Júlio Aparecido Leal, a cultura tem uma característica imprescindível, "está guardada no cofre do agricultor, a terra".

Desta forma, ela não poderia faltar neste evento e em sua estação, os visitantes terão noções de manejo, com espaçamento, adubação do solo, poda, corte e tamanho de manivas, testes de rendimento de amido e variedades para a região.

Na Semana, relata Júlio, "oito variedades serão demonstradas: IAC 12, IAC 13, IAC 14, IAC 15, IAC 576, Espeto, Fécula branca e Fibra. Antes do plantio, o produtor precisa saber o que deseja obter para assim investir na cultura". O técnico da Embrapa conta que a IAC 576 por seu padrão de raiz e tempo uniforme de cozimento é a mais difundida tanto no país, como em Mato Grosso do Sul.

Sistemas diversificados de produção de hortaliças – diversificar a propriedade, é com essa idéia que os agricultores familiares sairão desta última estação. No sistema, resultado dos trabalhos de pesquisa conduzidos pela Embrapa e parceiros, eles encontrarão rotação e sucessão de culturas; espécies para cobertura do solo; produção de adubo orgânico, frutas, hortaliças e plantas medicinais; compostagem; controle biológico de pragas e criação de animais de pequeno porte, como galinhas e peixes.

"Todos os conceitos de agroecologia estão inseridos ali. Os participantes terão a oportunidade de conhecer como funciona cada detalhe da proposta, quais e quantas possibilidades existem para tornar sua propriedade, um ambiente diverso, complexo e sustentável", revela o pesquisador da Embrapa Edvaldo Sagrilo.

 Feira - Em Juti, os agricultores participarão de oficinas temáticas, onde poderão debater temas relacionados ao seu dia-a-dia e apreciarão a exposição de artesanatos regionais.A organização espera um público, estimado, em mil pessoas para os três dias de Mostra e o dobro, na Feira em Juti. Os visitantes virão de vários estados do país, entre eles: Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, São Paulo, Minas Gerais, Goiás, Pará, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e o Distrito Federal.

 Dalízia Aguiar - DRT/MS 28/03/14Jornalista - Embrapa Agropecuária Oeste - Dourados/MS(67) 3425-5122 r.: 180 - dalizia@cpao.embrapa.br

Mais informações sobre o tema
Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC)
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