16/07/07 |

Pesquisadores e financiadores discutem pesquisa participativa da mandiocultura

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 As ações desenvolvidas no projeto "Estudo do agronegócio e seleção de variedades de mandioca como estratégia para incrementar a produtividade e a renda da agricultura familiar em comunidades rurais", coordenado pela Embrapa Cerrados (Planaltina – DF), Unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - Embrapa, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastacimento, foram apresentadas na manhã de hoje (16), na Fundação Banco do Brasil, em Brasília (DF), a dirigentes e técnicos da instituição responsável pelo financiamento do estudo em andamento no Vale do Rio Urucuia.

A parte agronômica do projeto iniciado em 2005, voltada para a seleção de variedades de mandioca com maior produtividade e mais resistentes a pragas e doenças, conta com três pólos de atuação. Além do trabalho desenvolvido no noroeste mineiro, na região também conhecida como Urucuia Grande Sertão, uma referência às citações feitas ao Vale porGuimarães Rosa no clássico Grande Sertão Veredas, o estudo conta também com experimentos e áreas de multiplicação de manivas e sementes em Vila Boa (GO) e Formosa (GO) e na terceira região compreendida pelos municípios de Planaltina (DF), Cristalina (GO), Paracatu (MG) e Luziânia (GO). "A pesquisa é baseada no diálogo constante entre o pesquisador e a comunidade", salienta o pesquisador Josefino Freitas Fialho.

O projeto também contempla um estudo da cadeia produtiva da mandioca, conduzido pelos pesquisadores da Embrapa Cerrados Jozeneida Aguiar e Tito Rocha de Sousa. O censo dos produtores do Vale do Rio Urucuia, além de fazer um diagnóstico socioeconômico dos mandiocultores, analisou o mercado varejista e o consumidor final. Foi feito um levantamento das marcas de farinha, fécula e polvilho maiscomercializadas; e dos atributos de qualidade da farinha de mandioca (cor, teor de goma e tipo).

O estudo do agronegócio da mandioca constatou pouca organização dos produtores e limitado acesso ao mercado. A comercialização da farinha e do polvilho doce, produzidos localmente, está restrita à região do Vale do Rio Urucuia. "Há grande potencial para a produção de amido, 97% da oferta são produtos importados", destacou Jozeneida.

Sobre a importância da mandiocultura, o pesquisador Eduardo Alano Vieira explicou que a mandioca é a quarta principal fonte de calorias, após arroz, trigo e milho. A planta tem a vantagem de poder ser aproveitada integralmente, sendo as raízes mais utilizadas para a produção de farinha ou consumo in natura, e a parte aérea para alimentação animal.

Segundo Vieira, a evolução do estudo em andamento nos três pólos deve permitir associar o valor calórico presente nas variedades tradicionais de mandioca com vitaminas e antioxidantes. As variedades coloridas de mandioca, ricas em betacaroteno e licopeno, estão sendo cultivadas em experimentos em Arinos, município mineiro que conta com uma área plantada de mandioca de 228 hectares, e no Núcleo Rural Taquara, em Planaltina (DF), para que os pesquisadores possam comparar a produtividade obtida em solos arenosos e argilosos.

Somente no Núcleo Rural Taquara estão sendo testadas onze variedades coloridas, sendo quatro vermelhas e sete amarelas. O pesquisador Josefino Fialho lembrou que o estudo também envolve o teste de variedades mais resistentes à bacteriose, doença comum nas regiões deArinos, Buritis (MG) e Chapada Gaúcha (MG). "Variedades resistentes à bacteriose empolgam a comunidade", comentou.

Os estudos no Vale do Rio Urucuia começaram em 2005 em três parcelas experimentais e três áreas para multiplicação de manivas e sementes. Em 2006, após gerar manivas suficientes para ampliar a pesquisa, os experimentos foram ampliados para sete e as áreas de multiplicação para vinte e três.

Desde o início da pesquisa, conduzida por uma equipe de oito pesquisadores, dois técnicos agrícolas, um laboratorista e dois assistentes de campo da Embrapa Cerrados, foramrealizados 27 seminários técnicos com 624 participantes e quatro Dias de Campo, sendo três no Vale do Rio Urucuia e um na sede da Embrapa Cerrados, em Planaltina (DF).

Vinte e oito produtores do Vale do Urucuia também tiveram aoportunidade, em 2006, de participar de um intercâmbio técnico de quatro dias com visitas às exposições Horti-Brasília e Ciência para a Vida, e troca de informações com pesquisadores da Embrapa Cerrados e produtores da Fazenda Buriti, área de plantio comercial e fecularia.

Jacques Pena, presidente da Fundação Banco do Brasil; Jorge Streit, gerente da área de trabalho e renda da FBB; Mario Pereira Teixeira, chefe do núcleo de monitoramento e acompanhamento de projetos da FBB; Roberto Teixeira Alves, chefe-geral da Embrapa Cerrados, José de Ribamar dos Anjos, chefe de pesquisa e desenvolvimento, e apesquisadora Marília Santos Silva acompanharam as apresentações e sugeriram novos encontros, reunindo representantes da Agência de Desenvolvimento Integrado do Vale do Rio Urucuia, para trocar informações e delinear ações para o andamento dos projetos na área de mandiocultura.

Gustavo PorpinoJornalista - Embrapa Cerrados (RN 648JP)Fone: (61) 3388 9945

Mais informações sobre o tema
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