17/07/07 |

Controle biológico para doença do tomateiro é pesquisado

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Uma pesquisa da Embrapa Roraima (Boa Vista-RR), Unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - Embrapa, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, está buscando combater a murcha-do-esclerócio - uma doença de plantas causada pelo fungo de solo Sclerotium rolfsii, cuja ação limita o cultivo comercial de hortaliças em todo o Brasil.

A pesquisa está sendo feita para selecionar rizobactérias (bactérias que colonizam raízes) capazes de combater a ação destrutiva do fungo na planta. Esse processo é uma forma de controle biológico, pois utiliza microorganismos de ocorrência natural no solo em vez de defensivos químicos.

O controle biológico é um componente do manejo integrado de plantas. Uma de suas principais vantagens é reduzir o impacto da agricultura ao meio ambiente, evitando o uso de agrotóxicos.

A doença, murcha-do-esclerócio, ocorre amplamente em Roraima, segundo informa o pesquisador da Embrapa Roraima, Bernardo Halfeld, doutor em fitopatologia (doenças de plantas) e líder do projeto. Em Boa Vista, o cultivo de hortaliças é uma atividade que envolve principalmente agricultores familiares que participam do Projeto Estufa, da Prefeitura Municipal. Na cidade, existem cerca de 240 estufas para cultivo de hortaliças. A doença já vem causando prejuízo em alguns cultivos de pimentão e tomate, reduzindo a produtividade com a morte de plantas.

O pesquisador explica que, em muitos casos, o fungo encontra-se disseminado no solo, inviabilizando o plantio de outras espécies e a prática de rotação de culturas em estufas. Existe apenas um defensivo químico registrado para combater essa doença, mas a eficiência do produto nem sempre é satisfatória.

Segundo explica Bernardo, o combate é difícil porque o fungo Sclerotium rolfsii tem vários hospedeiros e assim ataca várias plantas. Um dos cuidados que se deve ter, quando ocorrer essa doença, é evitar o plantio por um período mínimo de seis meses a um ano e evitar a movimentação de solo, para não espalhar o fungo.

Junto aos extensionistas da Secretaria Municipal de Agricultura, os pesquisadores da área de fitopatologia da Embrapa Roraima vem percebendo que, muitas vezes, há o uso inadequado de agrotóxicos na tentativa do controle de doenças. A expectativa dos pesquisadores é que sendo desenvolvidas alternativas de controle biológico, isso poderá contribuir para reduzir os riscos de contaminação ambiental e intoxicação dos trabalhadores pelo mau uso de agrotóxicos, bem como melhorar a qualidade das hortaliças produzidas, com menores níveis de resíduos. Também há perspectivas do produtor ter uma melhoria de renda, já que poderá oferecer ao mercado um produto diferenciado, atingindo um novo nicho de consumidores.

A Embrapa Roraima mantém parceria com a Prefeitura Municipal de Boa Vista no Projeto Estufa, que visa apoiar agricultores familiares na produção de hortaliças em cultivo protegido e no Projeto Vale do Rio Branco de produção de hortaliças e frutíferas. Algumas ações de pesquisa já foram realizadas nesse contexto, principalmente na identificação de híbridos (resultantes de cruzamentos de espécies diferentes) de pimentão com menores perdas diante da incidência de outras doenças e pragas.

Essa nova pesquisa será realizada utilizando plantas de tomateiro como modelo para selecionar as bactérias para o biocontrole e espera-se que os resultados possam ser aplicados também a outras culturas. "Com a pesquisa, espera-se disponibilizar, futuramente, pelo menos uma rizobactéria capaz de reduzir as perdas causadas pela doença e assim contribuir para a sustentabilidade da produção de tomate em cultivos protegidos", destaca Bernardo.

Participam também do projeto os pesquisadores da Embrapa Roraima, Kátia Nechet e Jerri Zilli, respectivamente, doutores em fitopatologia e microbiologia do solo, e o pesquisador Jean Luiz Araújo, doutor em genética e biologia molecular, pesquisador da Embrapa Agrobiologia (Seropédica-RJ).

Mais informações:Embrapa RoraimaSíglia Regina Souza – Jornalista MTb/AM – 66E-mail: siglia@cpafrr.embrapa.brContato: (95) 3626-7125 ramal 46

Mais informações sobre o tema
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