Em agosto, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) começam a definir as formas de participação do movimento em projetos de agroecologia e de produção de semente desenvolvidos pela Empresa, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

Foi o que ficou acertado na tarde do dia 26 de julho, na sede da Embrapa em Brasília/DF, em encontro realizado entre membros do Coordenação Nacional do MST, o gerente-geral da Embrapa Transferência de Tecnologia, José Roberto Rodrigues Peres, e a coordenadora de Articulações Políticas da Embrapa, Cynthia Cury. A agroenergia também esteve na pauta do encontro.

O agrônomo e coordenador nacional do Setor de Produção do MST, Ciro Correa, lembrou que a reunião é parte das negociações com o Governo Federal prevista pela Jornada de Mobilização Nacional deflagrada pelo movimento. O dirigente considerou satisfatórios os resultados da reunião e espera ver uma proposta de ação conjunta já delineada na próxima reunião, marcada para meados de agosto.

Convergência - Peres apresentou aos integrantes do movimento os resultados do programa de produção de sementes que a Empresa desenvolve junto a agricultores familiares do Semi-Árido Nordestino desde 2005, em parceria com a Secretaria de Agricultura Familiar do Ministério do Desenvolvimento Agrário (SAF/MDA).

A ação prevê a capacitação de agricultores familiares na produção, multiplicação e processamento de sementes básicas de modo a conferir autonomia aos produtores e sustentabilidade à atividade, características convergentes com os objetivos do MST, segundo ressaltou Correa.

O dirigente lembrou que o movimento deseja participar também da fase de validação do pré-projeto em agroecologia da Embrapa, cujo marco referencial contou com a colaboração de integrantes na fase de elaboração. Para ambos os programas o MST deverá identificar comunidades pólos que vão funcionar como irradiadoras das ações.

Agroenergia – Outro tema trazido para a reunião de trabalho pelo MST foi a agroenergia. Os membros da coordenação nacional presentes no encontro puderam conhecer a mini-usina de produção de biodiesel a partir de oleaginosas pelo método de craqueamento.

O equipamento desenvolvido pela Embrapa em parceria com a Universidade de Brasília também está em consonância com os interesses do movimento, pois pode viabilizar a inclusão social de pequenos agricultores e de comunidades isoladas. A máquina pode produzir até 800 litros/dia de biodiesel a partir de plantas como o dendê, soja e mamona, transformando a matéria-prima dentro da propriedade.

Valéria Costa – Mtb. 15533/59/32 – SPEmbrapa Transferência de TecnologiaContato: 61 3448.4510 – valeria.costa@embrapa.br