Pesquisadores de todas as regiões produtoras de soja do Brasil apresentaram, durante a 29ª Reunião de Pesquisa de Soja da Região Central do Brasil (RPSRCB), que termina hoje, dia 1, um retrato da produção brasileira de soja na safra 2006/07. O evento, promovido pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, (Embrapa), vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, reúne cerca de 300 representantes da cadeia produtiva do grão em Campo Grande, MS.

No estado de Mato Grosso, principal produtor brasileiro de soja, houve uma redução de 13,8% na área cultivada, entretanto, o estado produziu 15,4 milhões de toneladas, praticamente a mesma produção da safra anterior. Isto porque a média de produtividade, em Mato Grosso, saltou de 2600 kg/ha para 3mil Kg/ha.

Segundo o pesquisador Odilon de Melo Filho, da Embrapa Soja (Londrina-PR),  a área foi reduzida principalmente devido à dificuldade de obtenção de crédito. "Os custos com armazenamento e escoamento da safra também prejudicaram a expansão da cultura no Estado", avalia o pesquisador. As questões climáticas (seca no início e final da safra e chuva por 20 dias em algumas regiões) e o vazio sanitário (período de 90 dias na entressafra sem o cultivo da soja) retardaram o aparecimento dos primeiros focos de ferrugem asiática. "No entanto, a severidade da doença foi alta durante a safra. O controle da doença exigiu média de 2,5 a 3,5 aplicações de fungicidas por hectare", conta Melo Filho.

O Paraná teve safra recorde: 26% superior a anterior e a maior de todos os tempos. O Estado mantém-se como o segundo produtor  brasileiro de soja com 11,7 milhões de toneladas. A área plantada saltou de 3,8 para 3,9 milhões de hectares da safra 2005/06 para a safra 2006/07. A produtividade também foi muito boa no Paraná: quase 3 mil kg/ha. "Isto deveu-se ao clima, com chuvas acima da média histórica, e bem distribuídas durante o ciclo da cultura", relata o extensionista da Emater-PR, Nelson Harger.

Na avaliação dele, houve, no entanto, dificuldade para o controle da lagarta falsa-medideira e de ácaros. "Também aumentaram as reclamações de danos causados por caramujos, em todas as fases da cultura", diz. Segundo ele, as chuvas favoreceram as doenças, com  aumento da agressividade da ferrugem em  todas as regiões. "Os maiores problemas de controle foram devidos à deficiência e para realização das pulverizações com fungicidas", explica.No Mato Grosso do Sul, houve redução de 10% na área de soja ( de 1,9 para 1,7 hectares). Porém, houve aumento de 15%  na produção (passando de 4,1 para 4,8 milhões de toneladas), devido ao aumento da produtividade: de 2,1 para 2.8 mil kg/ha. "Percebemos que está havendo expansão da área de cana e há carência de cultivares de soja para áreas de renovação de canavial", diz o pesquisador Carlos Pitol.

O relato completo do desempenho da soja nos diferentes estados produtores está disponível no Sistema de Alerta de Safra da Embrapa Soja na Internet, no endereço: www.cnpso.embrapa.br/alerta Jornalista: Lebna Landgraf (MTb 2903)Embrapa SojaTelefone: (43) 3371-6061E-mail: lebna@cnpso.embrapa.br