07/08/07 |

Cesta de figo estará pronta para aquisição em 30 dias

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Depois de três anos de pesquisa, testes e ajustes mais uma tecnologia desenvolvida pela Embrapa Instrumentação Agropecuária (São Carlos-SP), Unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - Embrapa, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, em parceria com a Unicamp, será transferida nesta quarta-feira, às 14 horas para a iniciativa privada. É a cesta de figo desenhada com a ajuda da tomografia de ressonância magnética para proteger os frutos durante a colheita e transporte.

A tecnologia será a partir de agora fabricada e comercializada pela NSF, empresa de São Carlos, SP, especializada em sistemas e equipamentos de exposição para instalações comerciais e há mais de 20 anos no mercado. Atualmente conta com cerca de 200 empregados.

O diretor-presidente da NSF, Diniz Amílcar Matias Fernandes assegura que a empresa pretende ter cestas de figos prontas para venda aos interessados dentro de 30 dias, após a assinatura do contrato de transferência. Fernandes revela que recebe a tecnologia da Embrapa com muita expectativa, porque conhece às pessoas que fazem pesquisa na Empresa. "A Embrapa é um foco de luz no país". 

O figo é uma fruta bastante sensível e que exige muito cuidado na fase pós-colheita. Sua fragilidade chega a levar a perdas de até 15% durante o transporte. Para minimizar os impactos negativos no transporte, garantir a qualidade e dar segurança ao processo de pós-colheita é que a cesta foi desenvolvida para a acomodação dos figos, onde cada fruto é colocado em células individuais e anatômicas.

Modelo higiênico

A cesta construída tem uma bandeja intercambiável para 40 figos com um formato parecido com as bandejas de ovos.

É de plástico, mais higiênica e ergonômica, além de ter sido desenvolvida com material totalmente lavável, evitando a contaminação por microorganismos indesejáveis. Os produtores de figo usam até o momento caixas de pvc ou cestas de bambu que amassam e mancham os frutos. 

Com a nova cesta, evitam-se os modelos anteriores, nos quais os frutos ficam uns sobre os outros e manchados pelo látex que escorre de pedúnculo recém-destacado, formando um depósito propício à contaminação. Na cesta desenvolvida, o pedúnculo fica para baixo, evitando danos mecânicos e manchas. O figo está entre as vinte principais frutas exportadas pelo Brasil, ocupando a terceira posição no /ranking de/ volume comercializado, entre as frutas de clima temperado, com 0,9 mil toneladas e uma receita de US$ 2,109 milhões em 2004. Fica atrás apenas da maçã com 153,0 mil toneladas e da uva com 28,8 mil toneladas. 

O pesquisador Clóvis Biscegli explica que para desenvolver a cesta recorreu a uma técnica já bastante usada na medicina, a tomografia de ressonância magnética. " Nós fizemos imagens de tomografia de ressonância magnética dos figos para avaliar os danos internos causados pelo empilhamento que ocorre na colheita e transporte até a classificadora e, daí criar um desenho de cesta para evitar ou minimizar esses efeitos".

Produção Integrada

O figo é uma das frutas contempladas com o projeto Produção Integrada de Frutas (PIF) que se insere no Profruta, programa do governo federal. As PIF paulistas visam estabelecer legislação e facilitar a implantação de cultivos que sejam desenvolvidos com as melhores técnicas preconizadas, com registros adequados para se estabelecer a responsabilidades e permitir rastreamento. 

A PIF disponibilizará frutas com qualidade superior, trazendo um adicional ao consumidor interno e colocará a produção nacional em nível adequado para disputar mercados mais exigentes do exterior, como o da Europa, para onde foram exportados entre 30 e 40% da produção nos últimos dois anos. A colheita brasileira do figo ocorre num período de entressafra da produção da fruta fresca no Hemisfério Norte e nos países do Mercosul. Assim, são amplas as possibilidades de exportação, pois o produto brasileiro entra no mercado internacional a partir de dezembro, logo após a safra dos países mediterrâneos. Os maiores importadores do figo brasileiro são Alemanha, França, Países Baixos, Reino Unido e Suíça. 

A figueira ocupa uma área cultivada de 560 hectares distribuídos entre 230 propriedades no Estado de São Paulo, com produção anual de 8500 toneladas do chamado figo ‘Roxo de Valinhos' para consumo in natura. A região de Valinhos é responsável pela produção de 80% do nosso figo de mesa.

Processo de transferência

O processo de transferência de tecnologia na Embrapa é adotado, segundo o chefe-geral da Embrapa Instrumentação, Álvaro Macedo, para permitir que os produtos, processos, inovações e tecnologias cheguem à sociedade. Em muitas situações isso é feito por meio de parceria. A Embrapa desenvolve a pesquisa, realiza os testes e ajustes necessários e naqueles casos em que a empresa já é parceira no desenvolvimento, ela tem preferência no repasse da tecnologia para fabricação e comercialização. A Embrapa Instrumentação Agropecuária já repassou 15 tecnologias, desde a sua fundação em 1984, de acordo com o chefe de Pesquisa e Desenvolvimento do Centro, Carlos Vaz. São tecnologias de grande impacto social, econômico e ambiental. 

A assinatura do contrato será na Embrapa Instrumentação Agropecuária, localizada a Rua XV de Novembro, 1452, em São Carlos, SP.

Joana Silva - DRT 19554 Fone: (16) 3374 2477 / 9994 6160

Mais informações sobre o tema
Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC)
www.embrapa.br/fale-conosco/sac/