13/08/07 |

Algodão como alternativa energética é tema de palestra no 6° CBA

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O óleo retirado das sementes do algodoeiro pode se tornar, a curto prazo, uma alternativa importante na produção de biodiesel de excelente qualidade, dada as suas características químicas e físicas, tais como elevada insaturação dos ácidos graxos, além do custo ser relativamente baixo, quando comparado a outras fontes de óleos.

Essa é a opinião de um dos maiores estudiosos do algodão no Brasil, o pesquisador Napoleão Beltrão, da Embrapa Algodão (Campina Grande-PB), que ministra mini-curso sobre o tema hoje, a partir das 14h, no primeiro dia do 6° Congresso Brasileiro do Algodão, que ocorre entre os dias 13 e 17, no Centro de Convenções de Uberlândia (MG), no Center Shopping.

"Além disso, sua torta e farelo são muito ricos em aminoácidos essenciais, tendo elevado valor biológico", acrescenta Beltrão. Ele explica que, nas cultivares comerciais em uso hoje no país, a concentração média de óleo é de 15% com uma variabilidade grande, entre 13% a 32%.

"Outra vantagem do cultivo do algodoeiro para fins energéticos é que ele produz uma boa quantidade de biomassa, sequestrando do ar mais de 8,0t de dióxido de carbono por hectare, e produzindo quase o mesmo de oxigênio, sendo esta biomassa, base para a produção de vários produtos, com destaque para o álcool etílico, o furfural, metanol puro e ácido acético entre outros", diz Napoleão.

Napoleão lembra que o algodoeiro, tanto herbáceo ou anual (Gossypium hirsutum L. raça latifolium Hutch.), quanto arbóreo ( G. hirsutum L. raça marie galante Hutch.), além das demais espécies cultivadas (G. barbadense L.; G. arboreum L.; e G. herbaceum L.) pode ser considerado como sendo o "boi vegetal", pois quase tudo é aproveitado pelo homem, "desde a sua fibra, que tem mais de 400 aplicações industriais até o gosssipol, que representa pelo menos 16 substâncias de natureza fenólica, alcalóide, que está presente em quase toda planta, em especial nas sementes, sendo possivelmente substâncias envolvidas no sistema de defesa das plantas desta malvácea", detalha.

O especialista diz que cada tonelada de fitomassa de algodão, pode produzir até 300 litros de álcool etílico e várias outras substâncias de importância econômica. "O caule do algodoeiro apresenta em média 23,95 % de lignina sulfúrica e 37,5 % de celulose bruta", detalha. Os estudos com a planta mostram as possibilidades do algodoeiro herbáceo como transdutor de energia, com destaque para seus co-produtos, além da sua fibra, seu principal produto e que ainda hoje veste quase metade da humanidade, cerca de 3,0 bilhões dos quase 6,5 bilhões que existem na atualidade. Hoje o consumo de fibra de algodão por ano é em torno de 25 milhões de toneladas e daqui a menos de 15 anos deverá ser mais de 35 milhões.

"Considerando a produção de fitomassa (folhas, caules e raízes), que hoje praticamente, não se aproveita, e sim, se queima, na maioria dos casos, na destruição dos restos culturais, pode-se obter até mais de 4,0t/ha, sendo importante fonte para a produção de celulose, da melhor qualidade, com rendimento médio superior a 35%", diz o pesquisador paraibano.

Jornalista: Dalmo Oliveira - DRT 0598/PB Contatos: (83) 315.4378 / 9154.1535 – dalmo@cnpa.embrapa.br

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