15/08/07 |

Frente Parlamentar de apoio à pesquisa já é realidade

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Senadores, deputados e representantes de instituições e entidades ligadas  à pesquisa agropecuária e ao agronegócio prestigiaram a instalação da Frente Parlamentar Mista de Apoio à Pesquisa Agropecuária e Transferência de Tecnologia, no final da tarde de ontem (terça-feira, 14), no Salão Nobre da Câmara dos Deputados, em Brasília (DF).

Iniciativa do deputado Paulo Piau (PMDB/MG), a  Frente foi criada como mecanismo de acompanhamento dos processos legislativos e de outras atividades do Congresso Nacional relacionados com a pesquisa agropecuária e a transferência de tecnologia. Cerca de 220 parlamentares endossaram a criação da Frente Parlamentar. A idéia é que ela possa interferir  no desenvolvimento de políticas públicas, no aprimoramento da legislação pertinente e na defesa de recursos orçamentários e financeiros voltados às atividades de pesquisa, transferência de tecnologia, inovação e desenvolvimento científico e tecnológico da agropecuária, contribuindo para o pleno funcionamento do Sistema Nacional de Pesquisa Agropecuária (SNPA).

A solenidade de instalação foi aberta pelo presidente da Câmara, deputado Arlindo Chinaglia (PT/SP). Seu discurso iniciou-se com uma referência direta à Embrapa. O deputado enfatizou a importância da pesquisa e da tecnologia para o desenvolvimento do país. Lamentou o fato de, segundo ele, sempre haver afirmações sobre estar o Estado grande demais e lançou a pergunta: "investir em pesquisa é bom ou não?", lembrando o caso do Japão, uma das maiores economias do mundo, e concluindo que aquele país "percorreu o caminho da pesquisa".

A importância da Frente e da pesquisa agropecuária também foi ressaltada pelo deputado Júlio Semeghini (PSDB/SP), presidente da Comissão de Ciência, Tecnologia, Comunicação e Informática da Câmara dos Deputados, por Márcio Lopes, presidente da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), por Baldonedo Arthur Napoleão, presidente do Conselho Nacional dos Sistemas Estaduais de Pesquisa Agropecuária (Consepa) e também presidente da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), e pelo deputado Abelardo Lupion (DEM-PR).

O diretor-presidente da Embrapa, Silvio Crestana, lembrou que a idéia de criação da Frente foi lançada em abril deste ano, durante as comemorações do aniversário da empresa. "Hoje a estamos concretizando, tornando um sonho realidade", disse. Ressaltou a presença dos chefes das Unidades Descentralizadas da empresa em um evento considerado de crucial importância para a pesquisa agropecuária.

Crestana disse que, ao comemorar a criação da Frente, não se referia apenas à possibilidade de defesa de mais orçamento para a pesquisa. "Falamos também das amarras, das dificuldades", reafirmando o apoio que a Frente dará para a solução de problemas enfrentados pelo setor. Enfatizou o fato de estarmos em uma economia do conhecimento, onde o saber é fator diferencial, lembrando também que a agricultura foi a primeira a investir em conhecimento. Referia-se à estrutura de pesquisa e de geração de tecnologia criada a partir da década de 1970 e que levou o Brasil à posição de liderança em agricultura tropical. "Somos líderes hoje, mas não podemos perder a oportunidade de continuarmos líderes. Temos que continuar investindo e agora o desafio é a agricultura de energia.", concluiu.

Encerrando a solenidade, o deputado Paulo Piau (PMDB/MG) propôs uma reflexão, na mesma linha da lançada por Arlindo Chinaglia: "os Estados Unidos  investem 3% do PIB em pesquisa porque são ricos ou são ricos porque investem em pesquisa?". Fez a mesma pergunta para o caso de São Paulo, estado mais rico do Brasil e o que mais investe em pesquisa. Chamou atenção, também, para o fato de a China estar investindo em conhecimento e também conseguindo patentear os resultados da pesquisa.

"Pesquisa é responsabilidade do Estado, não do povo.  Um país cresce quando é capaz de gerar conhecimento. Pesquisa é missão dos estadistas", disse Paulo Piau, lembrando o presidente Arthur Bernardes (1922-1926), que criou a Universidade de Viçosa, e o presidente Getúlio Vargas que, na década de 1930, estimulou a criação de  50 fazendas  experimentais. "Getúlio tinha visão de estadista", concluiu o deputado, enfatizando, ainda, a instalação da Embrapa na década de 1970. "A Embrapa é paradigma da nossa agricultura tropical".

Sobre sua iniciativa, Paulo Piau desejou que "a Frente seja uma trincheira" e, mais uma vez se referindo à Embrapa, disse que a empresa " está aí para atender todos, independentemente do tamanho da propriedade e da produção". Finalizando, o deputado enfatizou a taxa de retorno da pesquisa agropecuária: "para cada real investido, 14 reais retornam em benefício para a sociedade."

O diretor-presidente da Empresa Pernambucana de Pesquisa Agropecuária (IPA), Júlio Zoé de Brito, definiu a Frente como "importante retaguarda política, uma verdadeira âncora". Louvou o fato de, na composição da Frente, haver deputados de todas as bancadas e estados. "Passamos a ter interlocutores qualificados. Cada um de nós (referindo-se às empresas estaduais de pesquisa) pode contar com dois ou três deputados falando pela pesquisa". "Com a  Embrapa, temos o apoio nacional", continuou Zoé de Brito, lembrando a necessidade de estruturação dos órgãos estaduais de pesquisa agropecuária, especialmente "agora quando o soerguimento da agricultura familiar representa também novas demandas de pesquisa."

Texto: Marita Féres CardilloMTb 2264 DFmarita.cardillo@embrapa.br

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