A bióloga Vera Lúcia Batista Borelli, da Nativa Piscicultura, vai ensinar como aproveitar todo o pescado durante o curso "Processamento e Preparo de Peixes", que acontece durante o I Congresso Brasileiro de Produção de Peixes Nativos de Água Doce, em Dourados (MS).

Vera Lúcia mora em Dourados e desenvolveu a habilidade trabalhando há dez anos como assessora de abatedouros de peixes e fazendo cursos sobre o tema.

Ela disse que o objetivo do curso no congresso é mostrar como aproveitar o máximo possível do pescado, desde os cortes até o aproveitamento da carne inserida na carcaça. "A idéia é ensinar a manusear porque hoje perde-se muito por falta de informação", disse a bióloga.

Segundo Vera, a falta de conhecimento é responsável pela perda de 50% no processamento e preparo do pescado. "Com acesso à informação, se o consumidor aproveitar mais 30%, o custo do peixe para ele diminui."

Partes do peixe que têm espinhos bifurcados – como o pacu, curimba e piauçu – podem ser moídas várias vezes em máquina de moer carne. "Com esse material é possível produzir quibe, nuggets e hambúrgueres", disse.

O filé sem espinho pode ser consumido de diversas formas. A pele do peixe pode virar uma pururuca. Da carcaça cozida é possível retirar o excesso de carne e com ela produzir croquetes, patê ou pirão. "A cabeça pode ser usada para caldo de peixe, conhecido como caldeirada em algumas regiões, ou como caldo de piranha."

Vera Lúcia afirmou que o curso vai ensinar o aproveitamento de qualquer tipo de peixe. Segundo ela, o público esperado é misto e inclui desde donas-de casa que não sabem manipular o alimento até produtores que buscam agregar valor ao pescado.

Congresso – O I Congresso Brasileiro de Produção de Peixes Nativos de Água Doce e o 1º Encontro de Piscicultores de Mato Grosso do Sul são promovidos pela Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca da Presidência da República (SEAP/PR), Sociedade Brasileira de Aqüicultura e Biologia Aquática (Aquabio) e pela Embrapa, com realização da Embrapa Agropecuária Oeste (Dourados) e Embrapa Pantanal (Corumbá), unidades da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

As parcerias ficam por conta do Ministério do Meio Ambiente, Superintendência Federal de Agricultura, governo do Estado de Mato Grosso do Sul, prefeitura municipal de Dourados, Câmara Setorial de Piscicultura/MS, Itaipu Nacional, Agraer, Sebrae, CNPq, UFGD, UEMS, Uniderp, Unigran, Mar e Terra, Douramix, MS Peixe e demais instituições de apoio.