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Agronegócio da aqüicultura movimenta U$ 600 bilhões

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Imagine um mercado duas vezes maior do que o complexo soja, sete vezes maior do que o negócio de carne bovina, nove vezes maior do que o de carne de frango e 20% maior do que o de calçados. Esse é o agronegócio da aqüicultura. Ele chega a movimentar US$ 600 bilhões de dólares por ano, respondendo por 16% da oferta mundial de proteína animal.

Esses e outros dados foram apresentados por Marcelo Barbosa Sampaio, coordenador-geral de aqüicultura da Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca da Presidência da Republica (SEAP/PR), durante a abertura do 1º Congresso Brasileiro de Produção de Peixes Nativos de Água Doce e 1º Encontro de Piscicultores de Mato Grosso do Sul, ocorrida hoje, dia 28, na Embrapa Agropecuária Oeste (Dourados-MS), Unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - Embrapa, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

Especialista no assunto, o oceanógrafo Marcelo Sampaio relata que o crescimento médio anual do setor foi de 8,9 % entre 1970 e 2002, com a produção mundial passando de 3,5 milhões de toneladas, na década de 70, para 60 milhões de toneladas em 2002. "Porém, as perspectivas mostram que em 2010 o déficit mundial será de 25 milhões de toneladas e o Brasil tem aí a sua chance", afirma.

Em um recente levantamento SEAP/PR/FAO, a taxa anual de crescimento da aqüicultura foi superior a 22%, ultrapassando as atividades de pecuária, avicultura, suinocultura e as culturas do milho, trigo, arroz e soja. "O país possui o maior potencial para aqüicultura do mundo. Com 8.500 km de costa marítima; detendo 13,7% do total de reserva de água doce do planeta; 5 milhões de hectares de terras alagadas com potencial para produzir de 5 a 10 milhões de toneladas por ano; um consumo crescente – de 6,8 kg/hab/ano em 2002 para 8 Kg/hab/ano em 2004 e uma produção atual de 1,04 milhão de toneladas. Segundo a FAO (Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação), o Brasil teria condições de participar do mercado mundial com 10 milhões de toneladas", destaca o coordenador da SEAP/PR.

Além desses fatores, Sampaio também lembrou que o país possui condições climáticas favoráveis, disponibilidade de mão-de-obra e está situado em uma posição estratégica para o escoamento da produção para o Cone Sul, Europa e Estados Unidos.

Com relação às regiões brasileiras, relatórios do IBAMA revelam que a região sul detém 37% do mercado pesqueiro, seguida das regiões nordeste e sudeste. Na mesma linha, estão os números relacionados aos laboratórios de produção de alevinos de peixes de água doce, "a maioria também se concentra no sul, sudeste e nordeste brasileiro", revela Marcelo.

Outro detalhe é que "nossa aqüicultura é regionalizada, basicamente produzimos tambaqui, pirarucu, tilápia, surubim, pacu, truta, carpa, moluscos bivalves e camarão marinho". Enquanto isso, "nossas principais espécies nativas são tambaqui, pacu, híbridos redondos (tambacu e tambatinga), pintado, piau, jundiá, pirarucu, beijupirá, mexilhão, ostras, vieiras e algas".

Para Marcelo Sampaio, "o desenvolvimento da aqüicultura precisa atender as necessidades da geração atual sem comprometer a capacidade de atendimento das gerações futuras. Ou seja, as atividades não podem exceder a capacidade de suporte do ambiente, garantindo que a soma total do capital econômico e ambiental seja mantida ou aumentada ao longo do tempo".

Congresso - com promoção da Sociedade Brasileira de Aqüicultura e Biologia Aquática (Aquabio), da Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca da Presidência da República (Seap/PR) e da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e realização da Embrapa Agropecuária Oeste (Dourados-MS) e Embrapa Pantanal (Corumbá-MS), o evento tem a parceria e o apoio de diversas instituições, entre universidades, associações, empresas privadas, cooperativas e governos municipal, estadual e federal.

Dalízia Aguiar - DRT/MS 28/03/14Jornalista - Embrapa Agropecuária Oeste - Dourados/MS(67) 3425-5122 r.: 180 - dalizia@cpao.embrapa.br

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