31/08/07 |

Alimentação saudável e sanidade adequada melhoram produção pesqueira

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Diz o ditado que peixe morre pela boca e talvez isso seja mesmo verdade. Durante o 1º Congresso Brasileiro de Produção de Peixes Nativos de Água Doce e 1º Encontro de Piscicultores de Mato Grosso do Sul, que acontece, em Dourados-MS, na Embrapa Agropecuária Oeste, os pesquisadores e professores Dalton José Carneiro e Margarida Maria Barros, da Unesp, explicaram a importância que uma dieta balanceada e saudável tem no desenvolvimento das espécies de peixes nativas.

O professor Carneiro explicou que no estágio do desenvolvimento dos peixes há alguns fatores que afetam as exigências nutricionais, como a temperatura da água, a estratégia de alimentação, o balanceamento dos nutrientes, a qualidade dos alimentos, a metodologia experimental e os métodos estatísticos e parâmetros de avaliação.

Ele aponta que as estratégias de alimentação variam conforme os sistemas de cultivos – extensivo, semi-intensivo e intensivo, mas os especialistas direcionam para quatro modelos: sem o uso de alimentos ou fertilizantes, onde os animais alimentam-se naturalmente em grandes reservatórios ou açudes; fertilização dos viveiros de cultivo, no qual a produtividade de alimentos naturais é reforçada com adubação química e/ou orgânica; fertilização e alimentação suplementar, com fornecimento de uma dieta suplementar formada por sub-produtos da agroindústria; e arraçoamento com dietas completas, com o fornecimento diário de uma ração formulada com ingredientes variados e balanceados para atender as necessidades de nutrientes, nas condições de cultivo.

A dieta balanceada pode trabalhar em parceria com uma proposta de sanidade adequada, capaz de aumentar a atividade do sistema imunológico dos animais, ativando as células e aumentando a resistência. "O animal bem nutrido tem melhores condições de superar os efeitos deletérios do estresse, os quais podem afetar a resistência a doenças, crescimento, reprodução, sobrevivência e a condição geral de saúde dos animais", esclarece a professora e zootecnista da Unesp, Margarida Barros.

Margarida comenta que "muitos dos fatores considerados estressores, em sistema intensivo de produção, podem ser manejados para melhorar a saúde do peixe e sua condição fisiológica e, por conseqüência, a produtividade. Portanto, a adoção das Boas Práticas de Manejo, as chamadas BPM, são hoje fundamentais. Essas práticas envolvem o manejo dos animais, manejo alimentar, manejo sanitário e manejo ambiental. Este conjunto determina a produção de peixes com responsabilidade e, a nutrição e alimentação desses animas, são consideradas ações de destaque pela porcentagem que representam no custo final de produção".

O pesquisador Dalton Carneiro avisa, porém que "não há uma dieta milagrosa, isso depende muito da espécie cultivada, tamanho, condições ambientais e outros fatores. Mas, o sucesso da nutrição vai depender do método de regime que o produtor adotar. A dieta precisa ser utilizada para otimizar o crescimento nutricional do animal e econômico do produtor, afinal 50 a 60% do custo de produção está na nutrição, por isso é necessário cuidado, capacitação e fazer com que pesquisadores e piscicultores se entendam".

Congresso – o I Congresso Brasileiro de Produção de Peixes Nativos de Água Doce e o 1º Encontro de Piscicultores de Mato Grosso do Sul são promovidos pela Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca da Presidência da República (SEAP/PR), Sociedade Brasileira de Aqüicultura e Biologia Aquática (Aquabio) e pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, com realização da Embrapa Agropecuária Oeste (Dourados) e Embrapa Pantanal (Corumbá).

As parcerias ficam por conta do Ministério do Meio Ambiente, Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Ministério do Desenvolvimento Agrário, Superintendência Federal de Agricultura, Governo do Estado de Mato Grosso do Sul, prefeitura municipal de Dourados, Câmara Setorial de Piscicultura/MS, Itaipu Nacional, Agraer, Sebrae, CNPq, UFGD, UEMS, Uniderp, Unigran, Mar e Terra, Douramix, MS Peixe e demais instituições de apoio. 

Dalízia Aguiar - DRT/MS 28/03/14Jornalista - Embrapa Agropecuária Oeste - Dourados/MS(67) 3425-5122 r.: 180 - dalizia@cpao.embrapa.br

Mais informações sobre o tema
Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC)
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