Os investimentos em adubação são os custos que mais pesam no bolso do produtor rural, mas com planejamento e monitoramento anual do solo é possível reduzir ou mesmo suprimir a aplicação de fertilizantes na lavoura de soja. Segundo o pesquisador Gedi Sfredo, da Embrapa Soja (Londrina-PR), em certos casos, o agricultor pode se programar para realizar a adubação para a cultura de inverno e aproveitar o efeito residual para a soja.

É uma economia e tanto em tempos de alta dos fertilizantes. Em 2006, os fertilizantes representavam cerca de 23,5% do custo total dos insumos para produção de soja e, em 2007, já chegam 31,4%.  O aumento do custo por tonelada da fórmula 0-30-10 NPK, por exemplo, aumentou 48,7% e foi de R$ 550 para R$ 818,00. "Com isso, o agricultor vai ter que produzir pelo menos 7 sacas por hectare para cobrir esses custos. No ano passado, isso representava 4,7 sacas", explica o pesquisador Gedi Sfredo, da Embrapa Soja.

"Há produtores que podem reduzir ou mesmo abrir mão da adubação de soja", revela o pesquisador Fábio Álvares, da Embrapa Soja. A ferramenta que permite essa tomada de decisão é a análise de solo, uma técnica simples e barata. "Basta fazer uma análise de solo logo após a colheita de verão em cada talhão da propriedade. Depois, o agricultor deve comparar com as tabelas de adubação recomendada para a cultura da soja", explica o pesquisador Fábio Álvares, da Embrapa Soja.

Isso é possível porque as culturas de inverno são mais exigentes em fertilidade e, como chove menos nesse período, o efeito residual da adubação é mais eficientemente aproveitado pela soja.  "Não é regra geral, mas quem realiza o monitoramento no sistema soja-trigo e faz a adubação de inverno, pode reduzir de forma criteriosa a adubação no verão", explica Álvares.

Segundo o pesquisador Gedi Sfredo, a avaliação periódica da fertilidade do solo indica a disponibilidade de macro e de micronutrientes, e mostra a real situação do pH do solo. O histórico da área, quanto às adubações, produtividades e espécies cultivadas em anos anteriores, ajuda na determinação sobre a necessidade de aplicação de calcário e de adubação. "Percebemos que alguns produtores vêm fazendo a aplicação de adubos sem respeitar as quantidades indicadas pelas análises do solo e das folhas, o que também pode gerar desperdício", explica o pesquisador.

Jornalista: Carina Gomes - DRT 3914-PR)Contatos: (43) 3371-6067 carina@cnpso.embrapa.br