04/09/07 |

Cientistas discutem projeto para terra preta de índio

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Com o objetivo de elaborar uma proposta de pesquisa sobre o fenônemo das terras pretas na Amazônia, um grupo de pesquisadores brasileiros e estrangeiros se encontra esta semana em Manaus, de 3 a 6 de setembro, no Hotel Ana Cássia, durante o Workshop "Terra Preta de Índio: Recovering the past, regaining the future of Amazonian Dark Earths". Os cientistas pretendem fazer um levantamento do que já foi estudado e propor novas frentes de estudos para o futuro desse fenômeno que acontece em toda a região Norte e também em algumas áreas da Europa.

Participam do evento pesquisadores da Embrapa Amazônia Ocidental (Manaus-AM), Embrapa Solos (Rio de Janeiro-RJ), Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), Museu Paraense Emílio Goeldi/Universidade Federal do Pará, Universidade Federal do Amazonas (UFAM) e das instituições estrangeiras: Instituto Boliviano de Investigação Florestal (IBIF), Instituto Peruano de Pesquisa na Amazônia (IIAP), da Universidade de Wageningen e do Instituto de Pesquisa dos Países Baixos (Holanda).

A programação, prevista para acontecer no horário comercial, das 8h às 18h, terá nos primeiros três dias, discussões e levantamento de propostas com as apresentações dos participantes. Na quinta-feira, dia 6 de setembro, haverá uma visita ao Campo Experimental da Embrapa no Caldeirão, município de Iranduba, onde podem ser vistas várias ocorrências de terras pretas de índio.

O fenômeno das terras pretas, tão comum nas margens dos rios da Amazônia, é um dos solos mais ricos em nutrientes do mundo. De origem ainda desconhecida, o fenômeno gera discussões por pesquisadores de diferentes áreas do conhecimento (arqueologia, ciência do solo, biodiversidade, antropologia, sensoreamento remoto etc).

Recentemente foi realizado em Manaus o Seminário "As Terras Pretas de Índio da Amazônia Central: Estado da Arte e Pesquisas de sua Gênese", organizado pela Embrapa Amazônia Ocidental, em parceria com a UFAM, INPA, o Museu de Arqueologia - MAE/USP, o Centro de Energia Nuclear na Agricultura - CENA/USP e a Universidade do Kansas.

Para pesquisadores da Embrapa Amazônia Ocidental que estudam a utilização desse solo na produção de alimentos, as terras pretas são provavelmente oriundas da decomposição de animais e outros materiais orgânicos que existiram na região há centenas de anos. Ao ser carbonizado, esse material teria se unido e formado sítios de elevados teores de nutrientes, protegendo o solo da lixiviação, tão comum na região.

Wenceslau Teixeira, especialista em manejo do solo, afirma ainda não existir estudo definido que determine a origem da terra preta, mas já se sabe que são solos de elevado teor de fertilidade, e que a sua existência decorre da participação direta das populações indígenas amazônicas. Possui grande concentração de fósforo, cálcio e outros nutrientes, que são encontrados tanto em espinhas de peixe quanto em cascos de tartaruga e ossos de outros animais.

Maria José Tupinambá - DRT/AM 114Embrapa Amazônia Ocidental – Manaus/AMFone (92) 3621-0352 - Fax (92) 3621- 0430Correio eletrônico: maria@cpaa.embrapa.brhttp://www.cpaa.embrapa.br

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