17/09/07 |

Pesquisadores bolivianos buscam cooperação com a Embrapa

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Pesquisadores ligados ao Ciat (Centro de Investigación Agrícola Tropical) da Bolívia procuraram a Embrapa Pantanal (Corumbá-MS) para propor um convênio de cooperação técnica entre as duas instituições de pesquisa.  A formalização do acordo está sendo avaliada pela Assessoria de Relações Internacionais (ARI) da Embrapa Sede, em Brasília.

Os primeiros contatos foram feitos há oito meses, segundo o chefe do Ciat, Hugo Serrate Rea, que esteve na Embrapa Pantanal no dia 6 de setembro, acompanhado de outros pesquisadores do centro.

Ele disse que o Ciat pode ser considerado "uma pequena Embrapa" na Bolívia. Com sede em Santa Cruz de La Sierra e escritório em Puerto Soares (a 20 quilômetros de Corumbá), o Ciat desenvolve pesquisas e transferência de tecnologia agropecuária e florestal nestas regiões do território boliviano.

"Nosso intuito é desenvolver um trabalho técnico mais simples e evitar erros, além de prevenir o surgimento de problemas ambientais" afirmou Hugo Rea. José Aníbal Comastri Filho, chefe-geral da Embrapa Pantanal, disse que uma das grandes preocupações dos técnicos do Ciat são os impactos ambientais que podem surgir principalmente com a intensificação dos empreendimentos agrícolas na região de fronteira, depois do término da pavimentação da estrada que ligará o Brasil ao oceano Pacífico, por meio da conexão da BR-262 com a Pan-americana, passando pelo território boliviano. A obra está em andamento e o trecho entre Puerto Soares e Santa Cruz deve ser concluído até julho de 2008.

Comastri disse ainda que há um grande contingente de agricultores e pecuaristas brasileiros que trabalham e produzem na Bolívia e são dependentes de tecnologias para a prática da produção sustentada.

Este convênio permitirá a troca de conhecimentos e experiências entre Brasil-Bolívia, principalmente na área de produção agropecuária. Coincidentemente fundado em fevereiro de 1975, como a Embrapa Pantanal, o Ciat entende que, para melhorar a qualidade de vida das famílias bolivianas, necessita ser uma instituição pró-ativa. A equipe destacou que o convênio com a Embrapa Pantanal é fundamental para otimizar estes esforços. A equipe boliviana que visitou a Unidade em Corumbá contou com a presença de Roxana Añez Rengel, responsável pela área de extensão em Puerto Suarez, Jose Luiz Escobar, chefe de extensão, e o engenheiro coordenador de relações institucionais Fernando Egüez.

Prática - Essa troca de experiências entre Brasil e Bolívia, na prática, já começou. No dia 24 de agosto o pesquisador Roberto Aguilar Silva, da Embrapa Pantanal, esteve na fazenda Doble R, do pecuarista Rafael Burgos Fernández, a 45 quilômetros da fronteira. "É a única propriedade da região do Departamento de Santa Cruz que tem controle da AIE (Anemia Infecciosa Eqüina)", explicou Aguilar, que repassou ao pecuarista a tecnologia proposta pela Embrapa Pantanal para o seu controle.

Na ocasião, houve uma reunião de trabalho com a participação da associação de criadores da região e do Serviço Nacional de Sanidade Animal. Roberto Aguilar acompanhou a coleta de sangue em cavalos para exame de anemia e discutiu estratégias para o controle da doença. "Podemos oferecer cursos de capacitação sobre a AIE para veterinários e produtores", disse o pesquisador. A anemia infecciosa eqüina é uma doença viral e incurável. Não há vacina para a prevenção. Os sintomas são similares à anemia humana e em geral o animal se recupera e não morre, mas fica portador e tem sua funcionalidade prejudicada. "No Brasil é recomendável o sacrifício como norma do Ministério da Agricultura. Não sabemos da prevalência da doença na Bolívia, mas como são regiões semelhantes e próximas ao município de Corumbá, é possível que os índices também sejam parecidos: a cada quatro animais, um é portador", afirmou Aguilar. A AIE se transmite pelo sangue, por meio do uso de agulhas contaminadas e da ação das mutucas (moscas hematófagas).

 

Jornalista: Ana Maio - DRT 21.928Tel: (67) 3233-2430 ramal 235

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