Quase todas as pessoas já passaram por um dia em que acordaram indispostas, cansadas ou que tiveram durante a madrugada dificuldade de conciliar o sono. É comum, nesses dias, ouvirmos de uma pessoa amiga, uma receita de suco ou de chá de alguma fruta indicada popularmente como tranqüilizante. Entre o povo pode não haver dúvidas sobre o efeito do alimento, porém cientificamente não há comprovações.

Para comprovar os benefícios à saúde do consumo de frutas do cerrado, a Embrapa Cerrados (Planaltina-DF), em conjunto com instituições parceiras, está realizando estudos para determinar o valor nutricional do alimento, sua forma de preparo, a quantidade que deve ser ingerida para obtenção do efeito desejado e a segurança do alimento. Para testar se as frutas trazem ou não benefícios à saúde, serão realizados testes em voluntários.

Até o final de outubro, a Embrapa Cerrados cadastrará pessoas interessadas em participar da pesquisa. Na primeira etapa da pesquisa participarão 30 voluntários. Ao longo de três anos de pesquisa, o total de voluntários deverá ser entre 100 a 120 pessoas.

Dependendo do alimento serão realizados estudos do efeito a curto e longo prazo. Quem se inscrever como voluntário será convidado a participar de uma reunião com pesquisadores e médicos. Caso opte em participar dos testes realizará exames preliminares, responderá aos questionários de triagem sobre alimentação e uso de medicamentos.

Os voluntários deverão ter boas condições de saúde, hábitos saudáveis e mais de 30 anos. Para atender a esse perfil, a divulgação do cadastramento de voluntários será feita em academias e entre os empregados da Embrapa e UnB. Quem tiver interesse em participar deverá entrar em contato pelo e-mail alimentos@cpac.embrapa.br <mailto:alimentos@cpac.embrapa.br>, informando nome, sexo e idade.

Na primeira etapa da pesquisa, o voluntário receberá um kit com polpas de fruta que deverá consumir, durante uma semana, no café da manhã. Em seguida fará exames e suspenderá o consumo por duas semanas. Na semana seguinte consumirá a polpa de outra fruta e fará novas avaliações.

Não haverá alteração na dieta alimentar do voluntário, com exceção de casos em que deverão ser evitados alimentos que podem causar problemas para o teste, como, por exemplo, café, chás e refrigerantes à base de cola.

"Analisaremos as formas de consumo desses alimentos. Em polpa, fruto fresco, fruto seco, em infusão como chá, o tempo de congelamento, a quantidade ingerida. Poderemos no final indicar se determinada forma de consumo terá ou não o efeito desejado como alimento funcional. Ou seja, vamos criar uma espécie de bula", explica a pesquisadora Ana Maria Costa, da Embrapa Cerrados.

As pesquisas desenvolvidas pela Embrapa Cerrados lideradas por Ana Maria Costa e Fábio Faleiro contam com apoio do CNPq e fazem parte do projeto "Alimentos funcionais: Valorização de Alimentos promotores da saúde importantes para o Agronegócio", aprovado este ano no Macroprograma 1, do Sistema Embrapa de Gestão, sob a liderança da pesquisadora Damares de Castro Monte, da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia.

A Embrapa Cerrados realiza as análises físico-química, química, de segurança, avaliação do sabor e de eficácia dos alimentos como funcionais e para uso como antibiótico.

A coordenação da equipe de médicos, que analisará os efeitos das frutas na saúde dos voluntários, também é de responsabilidade da Unidade. Participam das atividades as Universidades de Brasília (UnB), Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e de Campinas (Unicamp), Faculdade Integradas (UPIS), Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, Embrapa Agroindústria de Alimentos. Conta também com apoio do Laboratório Sabin.

Os pesquisadores da Embrapa Cerrados que participam do projeto são Ana Maria Costa, Nilton Junqueira, Fábio Faleiro, Francisco Duarte, Sueli Sano, Eny Duboc, Lucilia Parron, Herbert Cavalcante e Cláudio Franz. Além da analista Daiva Tupinambá e da assistente Daniela Andrade Cypriano.

Jornalista: Liliane Castelões (16.613 MTb/RJ)Contatos:61 3388 9945