Durante a visita, Boel, acompanhada de seus assessores Klaus Borchardt e Christoffersen Poul e do chefe da delegação da Comissão Européia no Brasil, João Pacheco, mostrou-se surpresa com o potencial de incremento da produção agropecuária brasileira sem expansão da fronteira agrícola e elogiou a tecnologia do estresse hídrico do café, desenvolvida por pesquisadores da Embrapa Cerrados e com uso em expansão entre cafeicultores do Cerrado.

"Os resultados que podem ser obtidos com a rotação de culturas e integração lavoura pecuária impressionam", destacou. Para Boel, que foi ministra da agricultura da Dinamarca entre os anos de 2001 e 2004, a possibilidade de preservar o solo e ainda obter ganhos econômicos validam o potencial da tecnologia.

A Comissária, após ser recebida pelo chefe-geral da Embrapa Cerrados Roberto Teixeira Alves, visitou o laboratório de sensoriamento remoto e os experimentos com café irrigado. Boel elogiou as pesquisas desenvolvidas pela equipe do pesquisador Edson Sano e teve a oportunidade de ver pela primeira vez um cafezal.

A ex-ministra quis saber se a tecnologia do estresse hídrico já estava sendo transferida para cafeicultores e destacou a importância de investir em tecnologias que contribuam para a construção de marcas fortes. O pesquisador Omar Rocha, da equipe de pesquisa do café, salientou que a saca pode variar de R$220 até R$3 mil, dependendo não só da qualidade do grão como também da marca criada e percepção de valor pelo consumidor.

 A viagem da Comissária da UE ao Brasil prossegue até a próxima sexta-feira. A agenda prevê visitas a fazendas de gado de corte, laranjais, plantações de soja e usinas de cana-de-açúcar no interior de São Paulo. "Pretendemos ter uma visão geral da agropecuária brasileira", destaca. Boel veio ao país também para discutir as negociações da Rodada de Doha na Organização Mundial do Comércio (OMC). O Brasil, maior exportador de produtos agrícolas aos países da UE, reivindica à UE mais abertura de seus mercados.