16/10/07 |

Audiência na Câmara discute consumo de arroz e feijão

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O arroz e feijão sempre reinaram absolutos na mesa dos brasileiros, mas, nos últimos anos, o consumo dessa dupla vem diminuindo consideravelmente. De acordo com pesquisas, estão perdendo espaço para alimentos gordurosos e com baixos teores nutricionais. O fato gerou a preocupação da Câmara dos Deputados, que promoveu uma audiência pública sobre o tema nesta terça-feira (16). A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, esteve entre as instituições convidadas a se pronunciar sobre o tema.

A chefe-geral da Embrapa Arroz e Feijão (Santo Antônio de Goiás – GO), Beatriz da Silveira Pinheiro, apresentou aos deputados presentes os motivos pelos quais a dupla deveria continuar sendo a base da dieta alimentar dos brasileiros. "As propriedades nutricionais da mistura são muitas: carboidratos complexos, fibras solúveis e insolúveis, vitaminas do complexo B, minerais como ferro, zinco, potássio e manganês. Além disso, o arroz e o feijão têm baixo teor de sódio, não contém gorduras saturadas e fornecem juntos uma importante complementação protéica, muito adequada para a nossa população", explicou.

De acordo com a pesquisadora, tanto o arroz quanto o feijão estão em um grupo de alimentos que não atuam no sentido de gerar obesidade. "Inclusive o feijão é usado como estratégia para reduzir a obesidade e o sobrepeso em todo o mundo", ressaltou. Pelo baixo índice glicêmico da mistura, seu consumo não está associado ao desenvolvimento de diabetes e doenças cardiovasculares, dentre outras. A combinação dos alimentos é associada até mesmo à prevenção de alguns tipos de câncer.

Mesmo com todas essas vantagens para a saúde, o padrão de consumo dos brasileiros mudou e o arroz e o feijão estão sendo deixados de lado. Entre 1975 e 2003, a queda do consumo de feijão foi de 37,2%; o de arroz, 45,8%, de acordo com a pesquisa de variação de consumo domiciliar de alimentos, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Já refrigerantes e alimentos preparados vêm ganhando a preferência dos consumidores, principalmente dos mais jovens. Eles tiveram alta de 493% e 217%, respectivamente, no mesmo período.

A pesquisadora sugeriu algumas ações para reverter a tendência de queda do consumo de arroz e feijão. Uma delas é a campanha "Arroz e Feijão: Par Perfeito do Brasil", que tem como objetivo mudar a percepção sobre os valores nutricionais desses alimentos. Segundo ela, a partir dessa consciência, será possível reforçar a percepção por parte dos brasileiros de que a dupla é gostosa, saudável e nutritiva.

Audiência Pública

Três comissões da Câmara dos Deputados fizeram requisição para a realização da audiência pública. Além da Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural, participaram a Comissão de Educação e Cultura e a Comissão de Seguridade Social e Família. Além da chefe-geral da Embrapa Arroz e Feijão, participaram como expositores Angélica Magalhães, nutricionista do Instituto Riograndense do Arroz (Irga); Nelson Nardo Júnior, professor da Universidade Estadual de Maringá (UEM); e Carlos Adilio Maia do Nascimento, presidente do Instituto Brasileiro de Produção Sustentável e Direito Ambiental (IBPS).

Vitor Moreno (DRT 38057/SP)Assessoria de Comunicação Social – EmbrapaTelefone: (61) 3448-4039E-mail: vitor.moreno@embrapa.br

Mais informações sobre o tema
Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC)
www.embrapa.br/fale-conosco/sac/