16/10/07 |

Suplementação engorda e valoriza carne de cabritos no semi-árido

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A diversidade de plantas forrageiras nativas e exóticas utilizadas pelos rebanhos nas áreas secas do Nordeste não deixa dúvida acerca do potencial produtivo e econômico da pecuária na região.

Na Embrapa Semi-Árido além do cultivo de algumas dessas espécies as pesquisas têm avançado para formular dietas que associam algumas delas a alimentos concentrados o que vem apresentando bons resultados de ganhos de peso nos animais avaliados.

Em recente estudo, os pesquisadores verificaram as vantagens de suplementar a alimentação de cabritos. Submetidos a testes que duraram 60 dias, cabritos que receberam forragem conservada e alimento concentrado chegaram a engordar o equivalente a 3.3 quilogramas de carne ou quase R$ 20,00 (vinte reais), tendo em vista o preço médio do quilo desse produto comercializado nas cidades de Juazeiro-BA e Petrolina-PE: R$ 6,00 (seis reais).

Além do retorno econômico uma outra vantagem para os produtores que usam esse sistema é a redução no tempo de permanência do animal na propriedade permitindo uma maior disponibilidade de alimento para outras categorias de animais, é o que afirma o pesquisador José Nilton Moreira, da Embrapa Semi-Árido.

Dietas – A falta de alimentos é um dos principais senão o principal problema enfrentado pelos criadores no semi-árido, em especial na época seca quando os animais perdem praticamente todo o peso adquirido na época chuvosa. Isto se agrava especialmente no caso das criações extensivas que tem como base da alimentação a vegetação da caatinga o que é o caso da grande maioria das pequenas propriedades da região.

O estudo foi realizado durante dois dos quatro meses em que ocorrem as chuvas no semi-árido. Um grupo de animais consumia exclusivamente a vegetação nativa. Os outros dois tinham na dieta misturas diferentes de forragens e concentrados: para um, o alimento diário continha 120 gramas de feno de maniçoba mais concentrado à base de milho ou sorgo (86%), farelo de soja (12%), sal mineral (1%) e cálcio calcítico (1%); o outro lote de cabritos foi posto a consumir 120 gramas de feno de leucena mais farelo de sorgo (91%), soja (7%) e as mesmas porções dos outros ingredientes.    

Os caprinos escolhidos para avaliação no estudo tinham idade entre 45 e 60 dias, e peso médio de 9 quilogramas por animal. Segundo o Zootecnista João Bandeira de Moura Neto, bolsista da Fundação de Amparo à Pesquisa de Pernambuco (FACEPE) e membro da equipe que realizou a pesquisa, os animais que só se alimentaram da vegetação nativa registraram, cada um, ganho de peso de 60 gramas por dia. Os outros animais que consumiram a suplementação ganharam muito mais: 170 gramas por dia.

Cultivos – Dessas duas dietas, João esclarece que a de feno de leucena é mais viável em termos econômicos porque obteve o mesmo resultado com menor quantidade de alimento ministrado aos animais: 600 gramas contra 700 gramas por dia. Para ele, o conjunto de resultados encontrados na pesquisa coordenada por José Nilton confirma que, com a ajuda da suplementação, a criação de cabritos pode ser bem rentável para os pequenos pecuaristas.   

Mais informações:

José Nilton Moreira– pesquisador;Endereço eletrônico: jmoreira@cpatsa.embrapa.br

Jornalista:Marcelino Ribeiro (1127/BA)Endereço eletrônico: marcelrn@cpatsa.embrapa.br Contatos: 87 3862 1711

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