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Produtividade é desafio para feijão biofortificado

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Pesquisadores da Embrapa Arroz e Feijão (Santo Antônio de Goiás/GO) avaliaram 121 acessos de feijão para identificar aqueles com maiores teores de ferro e zinco e adequados para cultivo em regiões semi-áridas.

Encontraram genótipos com teores de ferro e zinco bem acima da média das cultivares convencionais. No entanto, a baixa produtividade e a falta de adaptação ao clima seco ainda são desafios para o melhoramento genético.

A iniciativa faz parte dos Programas HarvestPlus e AgroSalud para biofortificação de alimentos com ferro, zinco e pró-vitamina A, cuja coordenação no Brasil é da Embrapa Agroindústria de Alimentos (Rio de Janeiro-RJ).

O resultado foi apresentado no 2º Encontro Anual de Biofortificação de Alimentos, em Niterói (RJ), que termina nesta quarta-feira (14 ). De acordo com a pesquisadora Maria José Peloso, da Embrapa Arroz e Feijão, 3 genótipos de feijão apresentaram teores de ferro acima de 90 mg/kg (90 ppm). No tocante a zinco, outros 7 genótipos têm teores acima de 50 mg/Kg(50 ppm). Em cultivares convencionais, essas taxas ficam em torno de 60 mg/Kg e e 35 mg/kg, respectivamente.

Os genótipos superiores foram selecionados a partir de variedades crioulas e melhoradas e de coleções de outros centros de pesquisa como o Centro Internacional de Agricultura Tropical (CIAT), na Colômbia. Nos testes de campo, os genótipos sob irrigação renderam até 2 toneladas por hectare.Mas em condições de clima seco, a média não passou de 500 kg/ha. Uma cultivar melhorada e adaptada à regiao semi-árida, produz até 3 vezes mais, cerca de 1,5 ton/hectare.

A cultivar enriquecida com ferro e zinco para o semi-árido daria resposta ao déficit nutricional das populações mais pobres dessa região que têm asaúde e o pleno desenvolvimento comprometios pela carência de micronutrientes. "Mas o desempenho nutricional precisa ser acompanhado doagronômico para conquistar os pequenos produtores. E isto ainda não temos", explicou Maria José.

A mesma problemática encontra-se no Paquistão e na Índia onde pesquisadores do Centro Internacional de Mejoramiento de Maíz y Trigo (CIMMYT), ligados ao HarvestPlus Ásia, trabalham na biofortificação dotrigo. Apesar de já terem cultivares mais nutritivas, a baixa produtividade não conquista os produtores.

Nos dois casos, a saída é continuar investindo em melhoramento genético com equipes multidisciplinares. A Embrapa Arroz e Feijão trabalha com o CIAT e outras 3 unidades da Embrapa (Agroindústria de Alimentos, Semi-Árido e Tabuleiros Costeiros). A solução para o problema ainda demanda tempo e investimento.

Serviço

HarvestPlus (www.harvestplus.org): rede de instituições de pesquisa, que atua na América Latina, Ásia, África para melhorar a qualidade dos alimentos. A Embrapa Agroindústria de Alimentos coordena as atividades na América Latina e África. A Fundação Bill e Melinda Gates e o Banco Mundial, entre outros, investem mais de US$ 50 milhões no programa.

AgroSalud (www.agrosalud.org): consórcio de instituições com o mesmo propósito mas com foco na América Latina e Caribe. Fazem parte do consórcio o Centro Internacional de Agricultura Tropical (CIAT), o Centro Internacional de Mejoramiento de Maíz y Trigo (CIMMYT), o Centro Internacional de la Papa (CIP), o Consórcio Latinoamericano y del Caribe de Apoyo a la Investigación y al Desarrollo de la Yuca (CLAYUCA) e aEmbrapa. A Canadian International Development Agency (CIDA) é a principal fonte financiadora do AgroSalud.

Outras informações:Pesquisadora Marília Regini Nutti (marilia@ctaa.embrapa.br)Embrapa Agroindústria de Alimentos(21) 2410 9555 ou 9141 6777

Pesquisadora Maria José Peloso (mjpeloso@cnpaf.embrapa.br)Embrapa Arroz e Feijão(62) 3533-2158

Jornalista Soraya Pereira (MTB 26165/SP). soraya@ctaa.embrapa.brEmbrapa Agroindústria de Alimentos(21) 2410 9539 ou 9881 0535

Mais informações sobre o tema
Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC)
www.embrapa.br/fale-conosco/sac/