22/11/07 |

Pesquisadores debatem com agricultores recuperação da cultura do melão

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A Produção Integrada do Melão no Vale do São Francisco é o tema do workshop que a Embrapa Semi-Árido realiza na  quinta-feira(22) e na sexta-feira(23) no Auditório da Codevasf em Juazeiro – BA. Pesquisadores da instituição em conjunto com técnicos das carteiras de crédito dos bancos do Brasil, Nordeste e BNDES vão apresentar inovações técnicas e debater com agricultores formas de efetivar a sua implantação nos sistemas de cultivo da região.

Ao contrário da década de 80, o melão, hoje, é uma cultura de pouca expressão no negócio agrícola do Polo de Juazeiro e Petrolina – PE, no Vale do São Francisco. Dos cerca de 100 mil ha irrigados nessa região, a olerícola está plantada em pouco mais de 2000. Bem abaixo de outras áreas de produção localizadas em Mossoró/Assu (5.480 ha), no Rio Grande do Norte, e Baixo Jaguaribe (4.951 ha), no Ceará, que hoje respondem por 83% da produção nacional e cerca de 95% das exportações do país.

Mercado externo

O evento organizado pelos pesquisadores da Embrapa tem o objetivo de recuperar o interesse pela cultura no polo de Juazeiro e Petrolina, nos moldes de uma agricultura com uso mais intenso dos recursos técnicos disponíveis e linhas de crédito para os agricultores investirem na modernização das propriedades. Atualmente, nos municípios do Vale do São Francisco, o cultivo do melão é feito por pequenos agricultores, pouco capitalizados, em terras que variam de 1 a 3 hectares, e comercializam a produção no mercado interno, basicamente.

Para o pesquisador Nivaldo Duarte Costa existem tecnologias desenvolvidas na Embrapa Semi-Árido com potencial para dobrar os atuais níveis de produtividade alcançados nas terras da Bahia e de Pernambuco. Na Unidade de Demonstração do Melão, instalada no Campo Experimental de Mandacaru, os participantes do workshop visitarão uma área cultivada com melão pelo sistema convencional praticado na região e outro que emprega os recursos previstos no programa de produção integrada.

As médias de produtividade e de qualidade alcançadas em um e outro são bem diferentes, afirma Nivaldo: 15 t/ha e 30 t/ha, respectivamente, e frutos com aptos para serem comercializados no mercado externo.

Maior remuneração

O melão é a segunda fruta fresca com maior remuneração nas exportações (cerca de US$ 91 milhões), atrás apenas da uva (mais de US$ 107 milhões). Nivaldo explica que o mercado internacional é regido por normas de qualidade que o programa de Produção Integrada atende e que os agricultores precisam adotar nas suas propriedades para que possam vender a produção aos países importadores.

O uso de irrigação por sulco, comum nos sistemas de cultivo convencionais, é vedado pela produção integrada. Da mesma forma que proíbe o emprego de insumos químicos no controle de pragas e doenças sem um anterior monitoramento do nível de infestação dos agentes que causam esses problemas fitossanitários.

Isto representa mudança significativa de manejo da cultura e investimentos em tecnologia. A presença dos técnicos do Banco do Brasil, do Banco do Nordeste e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social no evento tem o objetivo de discutir linhas de crédito para os agricultores financiarem as inovações nas suas propriedades.

Contatos: Joston Simão Assis – pesquisador endereço eletrônico: joston@captsa.embrapa.br

Nivaldo Duarte – pesquisador, endereço eletrônico: ndcosta:captsa.embrapa.br

Marcelino Ribeiro – jornalista endereço eletrônico: marcelrn@captsa.embrapa.br

Embrapa Semi-Árido – 87 3862 1711

Mais informações sobre o tema
Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC)
www.embrapa.br/fale-conosco/sac/