As oportunidades e os desafios para a incubação de empresas ligadas ao agronegócio estão sendo discutidas, nesta terça-feira(27) e quarta-feira(28),  em Campinas-SP, durante workshop nacional promovido pelo Programa de Apoio ao Desenvolvimento de Novas Empresas de Base Tecnológica Agropecuária e à Transferência de Tecnologia - Proeta. Entre os temas, destacam-se a propriedade intelectual, a transferência e o licenciamento de tecnologias, a lei de inovação e experiências de empresas incubadas.

A incubação de empresas é um processo de transferência de tecnologia que estimula a criação, o desenvolvimento e a consolidação de empresas competitivas. O diferencial de negócio caracteriza-se pela inovação tecnológica, mediante a adoção de práticas administrativas modernas e a absorção de tecnologias inovadoras.

A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - Embrapa, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento tem um convênio com o Banco Interamericano de Desenvolvimento - BID, que financia o Programa. O objetivo é estimular a criação e a instalação de empresas do agronegócio, que utilizem tecnologias geradas ou adaptadas pela Embrapa, a partir do processo de incubação. Por meio desse programa, as unidades participantes da Embrapa já licenciaram 10 tecnologias de produtos e processos inovadores, gerando empresas de base tecnológica.

O presidente do Instituto Nacional de Propriedade Intelectual - INPI, Jorge Ávila, um dos palestrantes do evento, avalia que o País já iniciou a transição para um modelo de desenvolvimento baseado na cultura de inovação tecnológica. Devido ao fato de o Brasil ser um país de industrialização tardia, não existia uma tradição de se transferir os resultados das pesquisas para a atividade econômica.

Um dos reflexos desse modelo é que o Brasil ocupa o 32º lugar em número de patentes registradas, com uma participação mundial de apenas 0,088%. Além disso, o setor público brasileiro é responsável por 60% dos investimentos em pesquisa e desenvolvimento, onde se encontram 89% dos pesquisadores. Na Coréia, por exemplo, o índice de investimento do governo é de 39% e 61% dos cientistas estão nas empresas.

A Lei de Inovação, criada em 2004, provocou uma mudança nas relações entre as universidades, os institutos de pesquisa e a iniciativa privada, avalia a diretora no Brasil da Imprimatur Capital, Rosana Ceron Di Giorgio, outra palestrante. A empresa investe em pesquisas de desenvolvimento de novas tecnologias em áreas como comunicação, tecnologia de alimentos, medicamentos, informática, energia e meio ambiente.

A Universidade Estadual de Campinas - Unicamp é líder em patentes no meio acadêmico brasileiro, com 475 pedidos depositados. A Inova - Agência de Inovação da Unicamp, criada em 2003, possui 150 empresas "filhas" cadastradas, que incluem as incubadas ou graduadas na Incamp - a Incubadora da Unicamp e as formadas por ex ou atuais professores, alunos e funcionários da universidade. A experiência de uma dessas empresas, a Bioware, será demonstrada durante o workshop nacional "Agronegócio Brasileiro: oportunidades e desafios em incubação de empresas".

O evento ocorre das 9 às 17 horas, na Embrapa Informática Agropecuária, uma das unidades que coordena o workshop, em parceria com a Embrapa Transferência de Tecnologia (Brasília) e a Embrapa Instrumentação Agropecuária (São Carlos, SP). O endereço é Av. André Tosello, 209 - campus da Unicamp. As inscrições são gratuitas e a programação completa encontra-se disponível em www.cnptia.embrapa.br/incubar.

Nadir Rodrigues Pereira (MTb/SP26.948) Contatos: (19) 3789-5747- nadir@cnptia.embrapa.br Colaboração: Erika Marinho Gomes