29/11/07 |

Pêssego certificado como produção integrada chega ao mercado

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Os consumidores da Serra Gaúcha encontram uma nova fruta da produção integrada certificada pelo Inmetro à disposição nos mercados: o pêssego. A certificação da fruta é resultado do projeto de Produção Integrada conduzido no Estado do Rio Grande do Sul desde 1999 e foi obtido pela Cooperativa Agropecuária Pradense, localizada no município de Antônio Prado.

Seguindo a proposta de que além de produzir é necessário levar a  fruta saudável ao consumidor, o pêssego junta-se à maçã  certificada que está sendo comercializada desde abril, na Rede de  Supermercados Apolo/Cesa. O comprador pode identificar a fruta pelo selo da produção integrada, pela comercialização diferenciada em cumbucas e pelo espaço diferenciado nas gôndolas do supermercado.

"A certificação é o resultado do trabalho de pesquisa e extensão desenvolvido pela equipe de técnicos e produtores envolvidos com a produção integrada de pêssego (PIP) tanto na região da Serra Gaúcha quanto no resto do Brasil", comenta o pesquisador da Embrapa Uva e Vinho, Marcos Botton, coordenador do projeto na Unidade.

Projeto nacional

A PIP é um projeto nacional coordenado pelo professor José Carlos Fachinello da Universidade Federal de Pelotas (UFPEL), que conta com ações regionais em Porto Alegre, Pelotas e na Serra Gaucha, no Rio Grande do Sul, além dos Estados do Paraná e São Paulo.

Altemar Magnabosco, Vice-presidente da Cooperativa Agropecuária Pradense, é um dos entusiastas da ação e acredita que a certificação possibilitará maior retorno financeiro para os produtores, além de garantir um novo espaço de comercialização para a Empresa.

O processo de implantação da PIP junto aos produtores foi conduzido pela Engenheira Agrônoma da Cooperativa Pradense, Rosane Veretti, contando com o apoio técnico dos pesquisadores da Embrapa Uva e Vinho. "Inicialmente foram selecionados dez cooperados, destes, cinco foram certificados na safra 2007/8 produzindo 80 toneladas de pêssegos da cultivar Chimarrita", comenta Veretti.

As orientações técnicas seguiram as normas estabelecidas para a produção integrada do pêssego. Um dos principais diferenciais do sistema é a utilização de produtos autorizados para a cultura, além da redução do uso de agroquímicos, devido ao emprego do monitoramento das principais pragas pelo uso de armadilhas e racionalização no emprego de fertilizantes sintéticos.

Melhor apresentação

Já na pós-colheita, o pesquisador César Luis Girardi destaca a utilização de embalagens plásticas (cumbucas), que além garantir uma melhor apresentação e evitar uma manipulação excessiva das frutas, permite também manter sua rastreabilidade através das informações contidas nas etiquetas presentes, sendo possível através do número do lote, identificar todos os procedimentos e registros realizados durante o ciclo produtivo.

As auditorias e a certificação foram realizadas pela empresa Certifica de Porto Alegre, até o momento, única empresa creditada pelo Inmetro para certificar o pêssego. O processo constou de auditoria no campo e no packing durante a colheita e também de envio de amostras para análise e controle de resíduos de agrotóxicos. O custo da certificação contou com o apoio do Sebrae, através do projeto Bônus Certificação.

A disponibilização da fruta certificada para os consumidores contou ainda com o apoio da Fapergs, CNPq, Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Embrapa Clima Temperado e Emater.

Passos para a  certificação:

   * O produtor (Cooperativa) aceita de forma voluntária participar do programa de produção integrada.   * É designado um responsável técnico que receberá treinamento e coordenará a implementação da produção integrada junto aos produtores.   * Tudo o que é empregado no pomar de pessegueiro é registrado num caderno de campo incluindo as adubações, datas de poda, inseticidas e fungicidas aplicados, etc.   * Algumas praticas como aplicação de herbicidas em área total, inseticidas altamente tóxicos e de grande carência não podem ser empregados.   * A adubação deve ser  feita de forma equilibrada, sem excessos.   * Somente podem ser utilizados produtos permitidos (registrados)  para a cultura, respeitando o período de carência (último dia entre a aplicação e a colheita).   * Todo este procedimento é auditado(fiscalizado) por uma certificadora registrada no Inmetro. No caso deste programa, o Sebrae tem auxiliado no pagamento.   * O packing e a embalagem são também auditados para verificar a higiene e a separação do pêssego da produção integrada.   * No momento da colheita, são enviados pêssegos para análise de resíduos de agrotóxicos.   * Caso todo este procedimento seja cumprido e não sejam detectados resíduos, o produtor recebe a certificação e pode comercializar o produto com o selo da produção integrada.   * Todo o produto é rastreado, ou seja, em cada embalagem tem um número com os registros que permitem saber tudo o que foi empregado no pomar e quem foi o produtor.

Viviane Zanella Bello FialhoEmbrapa Uva e VinhoContatos: 54-3455-8084

Mais informações sobre o tema
Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC)
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