Pêssego certificado como produção integrada chega ao mercado
Pêssego certificado como produção integrada chega ao mercado
Os consumidores da Serra Gaúcha encontram uma nova fruta da produção integrada certificada pelo Inmetro à disposição nos mercados: o pêssego. A certificação da fruta é resultado do projeto de Produção Integrada conduzido no Estado do Rio Grande do Sul desde 1999 e foi obtido pela Cooperativa Agropecuária Pradense, localizada no município de Antônio Prado.
Seguindo a proposta de que além de produzir é necessário levar a fruta saudável ao consumidor, o pêssego junta-se à maçã certificada que está sendo comercializada desde abril, na Rede de Supermercados Apolo/Cesa. O comprador pode identificar a fruta pelo selo da produção integrada, pela comercialização diferenciada em cumbucas e pelo espaço diferenciado nas gôndolas do supermercado.
"A certificação é o resultado do trabalho de pesquisa e extensão desenvolvido pela equipe de técnicos e produtores envolvidos com a produção integrada de pêssego (PIP) tanto na região da Serra Gaúcha quanto no resto do Brasil", comenta o pesquisador da Embrapa Uva e Vinho, Marcos Botton, coordenador do projeto na Unidade.
Projeto nacional
A PIP é um projeto nacional coordenado pelo professor José Carlos Fachinello da Universidade Federal de Pelotas (UFPEL), que conta com ações regionais em Porto Alegre, Pelotas e na Serra Gaucha, no Rio Grande do Sul, além dos Estados do Paraná e São Paulo.
Altemar Magnabosco, Vice-presidente da Cooperativa Agropecuária Pradense, é um dos entusiastas da ação e acredita que a certificação possibilitará maior retorno financeiro para os produtores, além de garantir um novo espaço de comercialização para a Empresa.
O processo de implantação da PIP junto aos produtores foi conduzido pela Engenheira Agrônoma da Cooperativa Pradense, Rosane Veretti, contando com o apoio técnico dos pesquisadores da Embrapa Uva e Vinho. "Inicialmente foram selecionados dez cooperados, destes, cinco foram certificados na safra 2007/8 produzindo 80 toneladas de pêssegos da cultivar Chimarrita", comenta Veretti.
As orientações técnicas seguiram as normas estabelecidas para a produção integrada do pêssego. Um dos principais diferenciais do sistema é a utilização de produtos autorizados para a cultura, além da redução do uso de agroquímicos, devido ao emprego do monitoramento das principais pragas pelo uso de armadilhas e racionalização no emprego de fertilizantes sintéticos.
Melhor apresentação
Já na pós-colheita, o pesquisador César Luis Girardi destaca a utilização de embalagens plásticas (cumbucas), que além garantir uma melhor apresentação e evitar uma manipulação excessiva das frutas, permite também manter sua rastreabilidade através das informações contidas nas etiquetas presentes, sendo possível através do número do lote, identificar todos os procedimentos e registros realizados durante o ciclo produtivo.
As auditorias e a certificação foram realizadas pela empresa Certifica de Porto Alegre, até o momento, única empresa creditada pelo Inmetro para certificar o pêssego. O processo constou de auditoria no campo e no packing durante a colheita e também de envio de amostras para análise e controle de resíduos de agrotóxicos. O custo da certificação contou com o apoio do Sebrae, através do projeto Bônus Certificação.
A disponibilização da fruta certificada para os consumidores contou ainda com o apoio da Fapergs, CNPq, Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Embrapa Clima Temperado e Emater.
Passos para a certificação:
* O produtor (Cooperativa) aceita de forma voluntária participar do programa de produção integrada. * É designado um responsável técnico que receberá treinamento e coordenará a implementação da produção integrada junto aos produtores. * Tudo o que é empregado no pomar de pessegueiro é registrado num caderno de campo incluindo as adubações, datas de poda, inseticidas e fungicidas aplicados, etc. * Algumas praticas como aplicação de herbicidas em área total, inseticidas altamente tóxicos e de grande carência não podem ser empregados. * A adubação deve ser feita de forma equilibrada, sem excessos. * Somente podem ser utilizados produtos permitidos (registrados) para a cultura, respeitando o período de carência (último dia entre a aplicação e a colheita). * Todo este procedimento é auditado(fiscalizado) por uma certificadora registrada no Inmetro. No caso deste programa, o Sebrae tem auxiliado no pagamento. * O packing e a embalagem são também auditados para verificar a higiene e a separação do pêssego da produção integrada. * No momento da colheita, são enviados pêssegos para análise de resíduos de agrotóxicos. * Caso todo este procedimento seja cumprido e não sejam detectados resíduos, o produtor recebe a certificação e pode comercializar o produto com o selo da produção integrada. * Todo o produto é rastreado, ou seja, em cada embalagem tem um número com os registros que permitem saber tudo o que foi empregado no pomar e quem foi o produtor.
Viviane Zanella Bello FialhoEmbrapa Uva e VinhoContatos: 54-3455-8084
Mais informações sobre o tema
Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC)
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