O aumento da quantidade de plantas cultivadas sob irrigação em uma determinada área pode mais que duplicar a produtividade da melancia.

Em testes realizados na Embrapa Semi-Árido, os pesquisadores Geraldo Milanez de Resende, Nivaldo Duarte Costa e Rita de Cássia de Souza Dias obtiveram colheitas entre 42 e 45 toneladas por hectare de frutos comerciais, quando a média no Brasil é de 19 toneladas por hectare.

Eles conseguiram este resultado com o cultivo de 4.166 a 4.762 plantas por hectare. Os plantios no país, em geral, são de 1.330 a 2.500.

Adensamento

O adensamento do plantio é um recurso técnico importante para o negócio da melancia, afirma Geraldo Milanez. Ele influencia a elevação da produtividade com o aumento da colheita de frutos por área cultivada.

O agricultor também pode recorrer a esse recurso para produzir frutos de acordo com as preferências de consumidores: se grandes (acima de 8 quilogramas), como é comercializado no mercado interno, ou de menores pesos (abaixo de 6 quilogramas), mais vendidos no exterior.

Estabelecer um cultivo com mais ou menos covas semeadas em determinada área tem relação direta com a colheita de frutos grandes ou pequenos. Quanto maior a quantidade de plantas mais intensa a competição entre elas por nutrientes do solo, luz e água, além de ficarem expostos à maior incidência de doenças. Nas espécies cucurbitáceas, a exemplo da melancia, adensar o plantio aumenta a produção.      Contudo, em geral, são frutos com tamanho e peso reduzidos.

Refugos

No mercado interno, os frutos maiores são os mais comercializados. Atualmente, aqueles com peso inferior a 6 quilogramas são considerados refugos entre os varejistas e atacadistas.

Em princípio, o agricultor deveria implantar as covas para o cultivo da melancia mais distanciadas umas das outras. Contudo, as tendências mais recentes observadas no negócio da melancia apontam para a crescente preferência por frutos pequenos entre os consumidores brasileiros e de países que importam essa fruta, explica Geraldo Milanez.

Nos testes realizados com a cultivar Crimson Sweet,  os pesquisadores da Embrapa Semi-Árido conseguiram estabelecer um espaçamento que torna mais adensado o plantio e é mais produtivo que aquele mais utilizado entre os agricultores nas regiões produtoras no Brasil.

Melhores resultados

Ao combinar variadas distâncias de plantio entre as plantas, chegaram a definir as de melhores resultados se o agricultor quer colher melancias grandes para vender no mercado interno (3m x 0,60m ou 3m x 0,80m) ou se a opção é comercializar para os países importadores (3m x 0,40m).

O salto na colheita de frutos com esses espaçamentos (mais de 40 t/ha) em relação á média nacional (19 t/ha) representa uma quantidade capaz  de impulsionar a já expressiva participação (51%) dos agricultores nordestinos no conjunto da produção brasileira de melancia.

Em termos de comercialização, os resultados revelados na pesquisa evidenciam que encontrar o espaçamento adequado é um fator crítico na tecnologia e produção da melancia. O manejo com maior ou menor densidade de plantas dá ao agricultor maior retorno econômico, potencializa a produção e ainda a qualidade do fruto, destaca Geraldo Milanez.

Contatos:

Geraldo Milanez de Resende – pesquisador,gmilanez@cpatsa.embrapa.br

Marcelino Ribeiro – jornalistamarcelrn@cpatsa.embrapa.br

Embrapa Semi-Árido – 87 3862 1711