28/11/07 |

Pesquisas com curauá dão suporte à indústria

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A crescente demanda industrial por fibra vegetal de curauá torna o Pará um campo fértil à instalação de biofábricas para produção de mudas, constantemente em falta no mercado. Na Embrapa Amazônia Oriental (Belém/PA), unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, onde a planta é estudada, o pesquisador Osmar Lameira estima que sejam necessárias cinco fábricas no mínimo, quando atualmente existem apenas três, duas em funcionamento e outra em implantação.

O curauá (Ananas erectifolius) é uma bromélia característica da amazônia paraense, mais concentrada na região de Santarém. A fibra extraída de suas folhas é muito resistente, macia, leve e reciclável, permitindo composições para diversos usos na indústria. Osmar Lameira lembra que o curauá "estourou" no meio industrial no início desta década, após a identificação de seu potencial como componente de peças de carro. Atualmente a fibra é cotada para diversos fins, mais recentemente como substituta da fibra de vidro em peças automobilísticas e como composto de vigas resistentes a terremotos.

A procura pela fibra contribuiu para a expansão da área plantada, mas nem o volume da produção nem a oferta de mudas são suficientes. "O Pará conta com no máximo 800 hectares plantados e produção de 20 toneladas por mês, mas precisaríamos de 5 mil hectares para suprir as mil toneladas de fibra demandadas por mês somente pelas indústrias automobilística e têxtil", avalia Lameira. Segundo ele, implantar uma biofábrica requer investimento de cerca de R$ 400 mil e num laboratório desse tipo pode-se produzir  de 1 até 2 milhões de mudas por ano, sendo que para cada hectare são necessárias 25 mil mudas de curauá.

Além do processo de micropropagação de mudas para agilizar a produção e garantir qualidade à cultura (pesquisa que rendeu à Embrapa Amazônia Oriental o prêmio Finep regional e menção honrosa nacional em 2003), as pesquisas voltam-se para os sistemas agroflorestais (SAFs) como alternativas de plantio do curauá. Os resultados apontam para a possibilidade de se aumentar 40% o rendimento da fibra em cultivos consorciados com espécies florestais como paricá, mogno e freijó, pois o sombreamento é benéfico ao desenvolvimento do curauá, que pode atingir 1,70 metro nesse sistema produtivo e permanecer no campo, a mesma planta, de cinco a oito anos. Levando em conta os resultados da pesquisa, o Banco da Amazônia analisa a viabilidade de projetos para plantação em grande escala.

Contato: Izabel Drulla Brandão (MTb 1084/PR) Embrapa Amazônia Oriental (91) 3204 1200 - izabel@cpatu.embrapa.br

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